O nível de ruído afeta a saúde dos trabalhadores
O termo
ruído é usado para descrever sons indesejáveis ou desagradáveis. Quando o ruído
é intenso e a exposição a ele é continuada, em média 85 decibéis (dB) por oito
horas por dia, ocorrem alterações estruturais no aparelho auditivo que
determinam a ocorrência da Perda Auditiva Induzida por Ruído (Pair). Essa
doença é a mais freqüente à saúde dos trabalhadores, estando presente em
diversos ramos de atividade, principalmente na siderurgia, metalurgia, gráfica,
têxteis, papel e papelão, vidraria, etc..
Os
sintomas mais comuns incluem: 
■ perda
auditiva, 
■ dificuldade
de compreensão de fala, 
■ zumbido,
e intolerância a sons intensos, 
Os
trabalhadores portadores da Pair também apresentam queixas, como; 
■ cefaléia,
■ tontura,
■ irritabilidade
e 
■ problemas
digestivos, entre outros. 
Quando a
exposição ao ruído é de forma súbita e muito intensa, pode ocorrer o trauma
acústico, lesando, temporária ou definitivamente, diversas estruturas do
ouvido. Outro tipo de alteração auditiva provocado pela exposição ao ruído
intenso é a mudança transitória de limiar, que se caracteriza por uma
diminuição da acuidade auditiva que pode retornar ao normal, após um período de
afastamento do ruído.
A Norma
Regulamentadora nº 15 (NR-15), da Portaria do Ministério do Trabalho nº
3.214/1978, estabelece os limites de exposição a ruído contínuo, conforme a
tabela ao lado:
Limites
de Tolerância para ruído contínuo ou intermitente
Os
especialistas listam várias consequências relacionadas com problema. Em relação
à percepção ambiental, há dificuldades;
■ para
ouvir sons de alarme, sons domésticos, 
■ dificuldade
para compreender a fala em grandes salas (igrejas, festas), 
■ necessidade
de alto volume de televisão e rádio. 
Alguns
problemas de comunicação em grupos, lugares ruidosos, carro, ônibus, telefone.
Esses fatores podem provocar os seguintes efeitos: 
■ esforço
e fadiga: atenção e concentração excessiva durante a realização de tarefas que
impliquem a discriminação auditiva; 
■ ansiedade:
irritação e aborrecimentos causados pelo zumbido,
■
intolerância a lugares ruidosos e  a
interações sociais, aborrecimento pela consciência da deterioração da audição; 
■ dificuldades
nas relações familiares: confusões pelas dificuldades de comunicação,
irritabilidade pela incompreensão familiar; 
■ isolamento;
auto-imagem negativa, pois a pessoa se vê como surdo, velho ou incapaz.
PREVENÇÃO
Quanto à
prevenção, sendo o ruído um risco presente nos ambientes de trabalho, as ações
de prevenção devem priorizar esse ambiente. Existem limites de exposição
preconizados pela legislação, bem como orientações sobre programas de prevenção
e controle de riscos, os quais devem ser seguidos pelas empresas.
 Em relação ao risco ruído, existe um programa
específico para seu gerenciamento: 
■ designação
de responsabilidade: momento de atribuição de responsabilidades para cada
membro da equipe envolvido; 
■ avaliação,
gerenciamento e controle dos riscos: etapa na qual, a partir do conhecimento da
situação de risco, são estabelecidas as metas a serem atingidas; gerenciamento
audiométrico para estabelecer os procedimentos de avaliação audiológica e acompanhamento
dos trabalhadores expostos aos ruídos; 
■ proteção
auditiva: análise para escolha do tipo mais adequado de proteção auditiva
individual para o trabalhador; treinamento e programas educacionais:
desenvolvimento de estratégias educacionais e divulgação dos resultados de cada
etapa do programa; auditoria do programa de controle: garante a contínua
avaliação da eficácia das medidas adotadas.
PERDA
AUDITIVA INDUZIDA POR RUÍDO (Pair)
Segundo
alguns médicos, não existe até o momento tratamento para Pair. O fundamental,
além da notificação que dará início ao processo de vigilância em saúde, é o
acompanhamento da progressão da perda auditiva por meio de avaliações
audiológicas periódicas. Essas avaliações podem ser realizadas em serviço
conveniado da empresa onde o trabalhador trabalha ou na rede pública de saúde,
na atenção secundária ou terciária, que dispuser do serviço. A reabilitação
pode ser feita por meio de ações terapêuticas individuais e em grupo, a partir
da análise cuidadosa da avaliação audiológica do trabalhador. Esse serviço poderá
ser realizado na atenção secundária ou terciária, desde que exista o
profissional capacitado, o fonoaudiólogo.
CONFORTO
ACÚSTICO
Na
verdade, o conforto acústico é um dos aspectos relevantes na qualidade de vida
dos trabalhadores, que influencia na produtividade industrial. Dessa forma, há
a necessidade de um tratamento acústico e isolamento em alguns pontos críticos
nas empresas. É preciso maior conscientização dos empresários sobre a
necessidade de investimento nas questões de segurança e saúde no trabalho,
trazendo para esses serviços a mesma qualidade conquistada na produção. 
As
medidas de proteção individuais, as únicas reconhecidas pelos empresários para
o controle do ruído, são insuficientes, pois elas interferem e dificultam o
exercício da atividade, especialmente em locais com exigências de comunicação,
interação e altas concentrações como é o caso da operação de máquinas de
controle numérico, em processos produtivos que cobram dos operadores a
realização de tarefas múltiplas e cada vez mais complexas. Fonte: Banas
Qualidade - 16/09/2013 
    
    
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