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Acidentes, Desastres, Segurança, Meio Ambiente, Riscos, Ciência e Tecnologia

quarta-feira, outubro 22, 2025

CAMARÕES RADIOATIVOS: EUA DETECTAM CÉSIO EM PRODUTO IMPORTADO DA INDONÉSIA

O governo indonésio reforçou os controles em uma zona industrial na ilha de Java, onde uma fonte de contaminação radioativa foi recentemente detectada, afetando um carregamento de camarões exportados para os Estados Unidos, informou o porta-voz.

A administração de saúde dos EUA anunciou em agosto que havia recolhido pacotes de camarão congelado importados da Indonésia após descobrir que estavam contaminados com o isótopo radioativo césio 137.

Após o início de uma investigação, descobriu-se que a fonte de contaminação estava em uma área industrial em Cikande, 60 km a oeste de Jacarta.

Pelo menos 22 instalações naquela área estão contaminadas, disse Bara Hasibuan, porta-voz da célula de crise criada pelo governo.

"Estamos reforçando as restrições de circulação na área e continuamos as buscas para inspecionar a instalação onde a contaminação pode ter ocorrido", explicou.

Funcionários da área e moradores próximos foram examinados por médicos e nove pessoas testaram positivo para césio 137, de acordo com Bara Hasibuan.

O porta-voz afirmou que o governo indonésio imporá restrições à importação de sucata suspeita de ter causado a contaminação. Fonte: UOL - 08/10/2025

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quinta-feira, outubro 16, 2025

TEMPESTADE ARRASA FÁBRICA DE MOTORES DA TOYOTA EM PORTO FELIZ (SP)

Um forte temporal atingiu Porto Feliz (SP), a 130 km da capital paulista, na tarde segunda feira (22/9), causando grandes estragos e atingindo em cheio a fábrica de motores da Toyota. A ventania arrancou quase todo o telhado do galpão, entortou estruturas metálicas e chegou a capotar um carro no pátio da unidade.

A tempestade fez parte de uma frente fria que avançou pelo interior paulista e causou estragos em várias cidades, como Itu, Salto, Tietê e Sorocaba. Em Porto Feliz, as rajadas chegaram a 90 km/h, segundo a Defesa Civil, mas, pela dimensão dos danos, é provável que os ventos tenham superado os 100 km/h, de acordo com o site MetSul Meteorologia.

DANOS MATERIAIS

Imagens gravadas por funcionários da Toyota mostram a força da ventania, arrancando telhados inteiros, entortando colunas de ferro e espalhando destroços por toda a área externa da fábrica.

A estrutura do telhado foi parar do lado de fora da empresa e em áreas que ficam a até seis quilômetros de distância. Ao  menos sete veículos que estavam estacionados na fábrica ficaram destruídos. Um deles foi encontrado capotado. A guarita também foi levada com a força do vento.

ESTADO DE EMERGÊNCIA

Diante da situação, a Prefeitura de Porto Feliz decretou estado de emergência. A cidade também registrou quedas de árvores, falta de energia elétrica e destelhamento de residências.

VÍTIMAS

De acordo com o Corpo de Bombeiros, dez pessoas ficaram levemente feridas. Todas estavam conscientes e foram levadas para atendimento em veículos da própria empresa. Não houve registro de vítimas graves, mas o local continua interditado para vistoria da Defesa Civil.


INTERRUPÇÃO

A Toyota do Brasil informou que interrompeu a produção na fábrica, que ficará fechada por tempo indeterminado.

Como a Toyota não trabalha com estoque de produtos, um comunicado foi emitido para os funcionários da planta de Sorocaba informando que alguns setores terão as atividades paralisadas nos três turnos devido à interrupção da produção em Porto Feliz.

Segundo a Toyota, a tempestade causou estragos consideráveis na fábrica de motores. Imagens divulgadas por funcionários mostram o local alagado, com o teto da estrutura arrancado pelos fortes ventos.

A fábrica afirmou que o incidente afetou a produção em Sorocaba e Indaiatuba, onde será fabricado o Yaris Cross e também são produzidos outros modelos da marca, como Corolla e Corolla Cross, além do Yaris comercializado para exportação. Ao todo são cerca de 6.700 funcionários nas três fábricas.

As três fábricas estão paradas, sem previsão de retorno. Neste ano será quase impossível retomar as atividades. Mais de 90% da fábrica de Porto Feliz ficaram destruídos.

TOYOTTA

Inaugurado em maio de 2016, o complexo da Toyota em Porto Feliz foi o primeiro da marca a produzir motores na América Latina. Instalado às margens da Rodovia Marechal Rondon, o local recebeu um investimento inicial de R$ 580 milhões e emprega cerca de 700 pessoas.

A fábrica é responsável por processos de fundição, usinagem e montagem de powertrain, tendo produzido motores para Etios e Yaris. Atualmente, fornece os conjuntos que equipam os modelos Corolla e Corolla Cross fabricados em Sorocaba. A capacidade instalada é de 108 mil unidades por ano, com tecnologia considerada entre as mais avançadas do grupo no mundo.

A unidade emprega cerca de 700 pessoas e produz mais de 100 mil motores por ano, incluindo variantes híbridas flex.

MICROEXPLOSÃO: O QUE É O FENÔMENO CLIMÁTICO QUE DESTRUIU FÁBRICA DA TOYOTA

Depois de dias e de diversas análises, satélites e imagens da área atingida, a Defesa Civil de São Paulo constatou que a destruição da fábrica de motores da Toyota em Porto Feliz (SP) foi causada pela chamada 'microexplosão atmosférica'. Mas no que consiste esse evento climático?

O meteorologista Franco Vilela, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) faz um breve resumo. "É quando uma camada de ar, no interior de uma nuvem de tempestade, sofre um intenso e rápido resfriamento e praticamente despenca de altitudes elevadas, acelerando em direção ao solo, onde chega à superfície como ventos muito intensos".

O nome vem do inglês microbursts ou downburts, que na tradução por aqui também pode ser chamada de 'rajadas descendentes'. O meteorologista da Defesa Civil de São Paulo, Ernesto Alvin Grammelsbacher, detalha que a microexplosão é o colapso de uma corrente de ar dentro de uma tempestade.

A formação ocorre dentro de uma nuvem de tempestade (cumulonimbus) já madura. Fortes correntes de ar ascendentes dentro da nuvem sustentam gotas de chuva e granizo. Às vezes, ar seco do ambiente entra na nuvem e provoca a evaporação das gotas de chuva. A evaporação é um processo que "rouba" calor, resfriando o ar ao redor muito rapidamente.

O ar frio, por sua vez, é mais denso e pesado que o ar quente. Então essa "bolha" de ar frio e pesado despenca em direção ao solo em alta velocidade, formando uma corrente descendente (conhecida como downdraft). Ao atingir o solo, essa coluna de ar não tem para onde ir a não ser para os lados. Ela se espalha violentamente em todas as direções, como a água de um balão que estoura no chão, gerando ventos horizontais devastadores.

Grammelsbacher completa ainda dizendo que a destruição pode ser "linha reta ou em formato de estrela". Objetos são empurrados e derrubados em uma direção, a partir de um ponto central.

A explicação vai ao encontro do relato e dos estudos feito pelo órgão, onde a cidade foi atingida por fortes ventos, com rajadas de até 99 km/h, segundo a Defesa Civil. A força do vendaval destruiu o telhado da unidade fabril, que fica às margens da Rodovia Marechal Rondon. Pedaços da estrutura foram encontrados a mais de 6 km de distância.

O meteorologista detalha que esse fenômeno é "muitas vezes invisível e associado a uma cortina de chuva intensa ou poeira que se espalha rapidamente no solo". Já a duração é curta, de 5 a 15 minutos, mas pode impactar uma área de até 4 km de diâmetro.

Grammelsbacher faz outro adendo. "São ventos horizontais extremamente fortes e súbitos, especialmente perigosos para a aviação durante pousos e decolagens", alerta.

 Não era tornado?

A informação inicial era que a região da fábrica de Porto Feliz (SP) tivesse sido atingida por um tornado. "Embora ambos sejam fenômenos meteorológicos são classificados com tempestade severa e capazes de causar grande destruição, a microexplosão atmosférica e o tornado são fundamentalmente diferentes em sua formação, estrutura e no tipo de dano que provocam", explica o meteorologista da Defesa Civil.

A principal diferença, de forma resumida, está na direção do vento. A microcroexplosão é "uma corrente de ar descendente extremamente forte que se choca contra o solo e se espalha em todas as direções. Os ventos são em linha reta e para fora (divergentes)". Já o tornado "é uma coluna de ar em rotação violenta que se estende de uma nuvem de tempestade até o solo. Os ventos são rotacionais e para dentro/cima (convergentes).

Grammelsbacher ensina ainda que o movimento do vento de um tornado é ascendente e rotacional - ou seja, para cima e em círculo. A aparência visual é de funil visível saindo da base das nuvens e estendendo-se até o chão. O tornados geralmente deixam um "rastro de destruição caótico e convergente, com objetos torcidos, arrancados e arremessados em múltiplas direções".

O que aconteceu

Segundo a Toyota, a chuva de segunda-feira  (25/09) causou estragos consideráveis na fábrica de motores em Porto Feliz. Imagens divulgadas por funcionários mostram o local alagado, com o teto da estrutura arrancado pelos fortes ventos.

A marca afirmou que o incidente em Porto Feliz afetou a produção da Toyota em Sorocaba e Indaiatuba, onde será fabricado o Yaris Cross e também são produzidos outros modelos da marca, como Corolla e Corolla Cross, além do Yaris comercializado para exportação. Ao todo são cerca de 6.700 funcionários nas três fábricas.

A Toyota informa, ainda, que, "em uma primeira análise, a retomada da planta de motores deverá levar meses" e "está buscando alternativas de fornecimento de motores junto a unidades [da empresa] em outros países, com o objetivo de retomar a produção de veículos nas plantas de Sorocaba e Indaiatuba".

O lançamento do Yaris Cross estava programado para o fim de outubro. A Toyota afirma que uma nova data será comunicada em breve.

Devido aos estragos, a fábrica de Porto Feliz foi isolada para vistoria da Defesa Civil. A montadora informou que não há prazo para retomada das atividades.

A unidade emprega cerca de 700 pessoas e produz mais de 100 mil motores por ano, incluindo variantes híbridas flex.

TOYOTA VÊ DESAFIOS PARA RECONSTRUIR FÁBRICA

A fábrica de motores da marca japonesa no interior de São Paulo foi inaugurada em 2016 ao custo de R$ 580 milhões e com capacidade para produzir 170 mil motores por ano. À época, produzia os propulsores 1.3 e 1.5 aspirados para o compacto Etios, vendido no Brasil e Argentina, além de Peru e Uruguai - depois usada na gama do Yaris, descontinuado no Brasil e que seguia sendo produzido em Sorocaba para exportação.

Anos depois, Porto Feliz recebeu outro aporte, dessa vez de R$ 600 milhões, para a produção do 2.0 Dynamic Force aspirado e bicombustível que atualmente equipa a linha Corolla - esse motor será importado de outras fábricas da Toyota para a produção das versões convencionais a partir de janeiro do ano que vem.

RETORNO AS ATIVIDADES

A Toyota retomará gradualmente a produção no Brasil após a tempestade destruir sua fábrica de motores, afetando significativamente a estrutura.

A reconstrução da fábrica está prevista para 2026, e o seguro cobrirá os custos das obras, incluindo recuperação de danos materiais e maquinário afetado.

Desafios incluem reposição de maquinário importado, que pode atrasar devido à necessidade de encomenda e transporte internacional

QUANTO VAI CUSTAR RECONSTRUÇÃO?

Por fim, Orlandini diz que é difícil estimar o prejuízo e os valores para reconstruir a planta destruída. O montante de mais de R$ 1 bilhão gasto na construção e expansão há dez anos, hoje custaria ao menos o dobro para construir novamente, de acordo com as correções monetárias vigentes. Fontes: UOL 26/09/2025; UOL 07/10/2025  

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terça-feira, outubro 14, 2025

WINDSCALE: O POUCO CONHECIDO ACIDENTE NUCLEAR NA INGLATERRA

Com Chernobyl, Fukushima e Three Mile Island, trata-se de um dos piores desastres nucleares da história, embora você talvez nunca tenha ouvido falar dele.

O incêndio que atingiu a usina nuclear de Windscale (hoje conhecida como Sellafield), no noroeste da Inglaterra, em 10 de outubro de 1957, continua sendo o pior acidente nuclear já ocorrido no Reino Unido, um desastre cujo impacto o governo da época tentou minimizar.

Durante anos, no entanto, acreditou-se que o vazamento radioativo poderia ter sido responsável por 240 casos de câncer, algo que estudos subsequentes agora questionam.

Mas o número e as consequências desse acidente poderiam ter sido muito maiores, e o norte da Inglaterra poderia ter se tornado um deserto nuclear se não fosse pela "loucura" de um ganhador do Prêmio Nobel.

Apesar disso, o incêndio de Windscale foi classificado como nível 5 (em uma escala de 1 a 7) na Escala Internacional de Eventos Nucleares, determinada pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

Em 10 de outubro de 1957, um incêndio descontrolado devastou, durante três dias, um dos reatores da usina nuclear de Windscale, construída no auge da corrida armamentista nuclear.

A construção havia sido planejada dez anos antes, durante a Guerra Fria e em consonância com a política do governo britânico de fabricar armas atômicas de forma independente no Reino Unido na década de 1940.

A Windscale foi projetada para fabricar plutônio para armas e consistia em dois reatores, também conhecidos como "pilhas" ou torres.

O processo foi surpreendentemente rápido. Do início da construção em 1947 até o Reino Unido conseguir realizar seu primeiro teste nuclear, conhecido como "Operação Furacão", em 3 de outubro de 1952, na Austrália, usando plutônio da Windscale, apenas cinco anos se passaram.

Essa velocidade teve suas consequências, alertam os especialistas, e a mais grave delas foi o acidente de 1957.

COMO O INCÊNDIO COMEÇOU

Os eventos que levaram ao acidente ocorreram dois dias antes, em 8 de outubro, durante uma liberação rotineira de energia armazenada no moderador de grafite, resultante da operação normal do Reator 1, de acordo com o relatório preparado na época pela Comissão de Inquérito nomeada pela Autoridade Britânica de Energia Atômica.

A comissão concluiu que o acidente foi causado pelo superaquecimento dos elementos combustíveis de urânio, cujo revestimento posteriormente falhou, expondo o urânio e permitindo sua oxidação.

As temperaturas nos canais afetados continuaram a subir, causando a combustão do grafite.

A quantidade exata de radioatividade liberada durante o acidente é desconhecida.

As chamas atingiram 1.300 °C, então os trabalhadores tiveram que lutar arduamente para evitar que toda a instalação explodisse.

Trabalhadores em trajes de proteção contra radiação chegaram a usar tubos de andaimes para tentar empurrar as barras de combustível em chamas para fora do reator de grafite e para dentro da piscina de resfriamento. Mas isso se mostrou impossível, e os tubos emergiram incandescentes e até pingando metal derretido.

Devido aos altos níveis de radiação, eles só conseguiram permanecer no reator por algumas horas e tiveram que sair para encontrar mais voluntários, chegando a recrutar pessoas em um cinema próximo.

A água não conseguiu extinguir as chamas, e o fogo só foi extinto quando os trabalhadores desligaram o ar da sala do reator.

O incêndio durou três dias, durante os quais quantidades significativas de material radioativo, principalmente iodo-131, foram liberadas, espalhando-se pelo Reino Unido e pela Europa.

No entanto, estima-se que o nível de material radioativo que escapou foi um milésimo do que no caso de Chernobyl, a usina nuclear ucraniana cujo reator explodiu em 26 de abril de 1986, no pior acidente nuclear da história.

Os reatores de Windscale foram desligados e selados até o final da década de 1980, quando a descontaminação do local começou.

AS CONSEQUÊNCIAS

Durante décadas, estimou-se que o vazamento radioativo havia causado cerca de 240 casos de câncer, incluindo câncer de tireoide, leucemia e outros.

No entanto, estudos mais recentes, como o publicado pela Universidade de Newcastle em 2017, questionam isso.

De acordo com suas conclusões, o incêndio no reator nuclear de Windscale liberou iodo-131, o que aumentou o risco de câncer de tireoide no noroeste da Inglaterra, especialmente entre as crianças expostas.

No entanto, o estudo, que analisou a incidência de câncer de tireoide nas regiões de Cumbria e Lancashire, mais próximas ao acidente, não encontrou evidências consistentes de que a exposição ao iodo-131 tenha causado um aumento significativo nos casos de câncer nessas áreas. A quantidade exata de radioatividade liberada no acidente é desconhecida.

As autoridades realizaram um amplo monitoramento ambiental após o incidente, e estimativas foram feitas a partir de medições de iodo radioativo depositado no solo e em filtros de ar no Reino Unido e na Europa continental.

Como medida de precaução, todo o leite produzido em um raio de 800 km² foi destruído por um mês, e sua distribuição foi proibida ao longo de uma faixa costeira em Cumbria devido à presença de iodo-131, o principal risco radiológico.

Embora não houvesse limites estabelecidos para a quantidade de iodo-131 no leite na época, um limite de 0,1 µCi/L foi estabelecido para proteger as crianças, particularmente contra danos à tireoide.

A decisão de proibir o leite, com base nesses cálculos, foi "corajosa e sábia", pois evitou uma dose coletiva maior entre a população local, de acordo com o físico britânico Richard Wakeford em um artigo de 2007 no Journal of Radiological Protection.

"O acidente dificilmente pode ser considerado trivial: é classificado como um acidente de nível 5 na Escala Internacional de Eventos Nucleares (INES, na sigla em inglês) e poderia ter sido muito pior", segundo Wakeford.

O incêndio de Windscale teve profundas repercussões políticas, e a Autoridade de Energia Atômica do Reino Unido nunca mais seria a mesma, de acordo com o professor da Universidade de Manchester.

O governo britânico abriu um inquérito sobre o ocorrido em Windscale, presidido pelo matemático William Penney.

O Comitê Penney apresentou seu relatório ao governo em 26 de outubro, logo após o acidente.

O primeiro-ministro da época, Harold Macmillan, cujo governo estava imerso em delicadas negociações para restaurar a cooperação com os Estados Unidos em armas nucleares, decidiu, no entanto, que apenas um resumo do Relatório Penney seria publicado.

O relatório completo só foi tornado público 30 anos depois.

O acidente foi esquecido por muitos, até mesmo no Reino Unido, embora um novo videogame inspirado no desastre de Windscale, Atomfall, tenha reavivado o interesse por este episódio sombrio da história nuclear britânica.

A 'LOUCURA' DE VENCEDOR DO PRÊMIO NOBEL

Certamente, as consequências poderiam ter sido muito mais graves se não fosse a persistência do físico nuclear britânico John Cockcroft, que havia recebido o Prêmio Nobel de Física alguns anos antes, em 1951, com Ernest Walton, por conseguirem pela primeira vez a desintegração de um núcleo atômico.

Cockcroft, então diretor do Atomic Energy Research Establishment, um think tank do governo britânico, insistiu na instalação de filtros nas chaminés da Windscale, ressaltando que seriam a única proteção contra vazamentos radioativos em caso de incêndio.

Os construtores da usina acreditavam que era uma medida exagerada e um desperdício de tempo e dinheiro, mas, por insistência do famoso físico, acabaram adicionando-os de última hora.

"Ele percebeu que, se ocorresse um incêndio, o que era provável, não haveria como impedir que a poeira radioativa escapasse para a atmosfera", disse seu filho, Christopher Cockcroft, em uma entrevista à BBC em 2014, quando foi anunciado que as torres da usina nuclear seriam desmontadas.

Como a construção já estava bem adiantada, os filtros foram colocados de última hora no topo das chaminés de 110 metros de altura, em vez de na base, dando à usina seu perfil característico.

Os engenheiros acharam que o ganhador do Prêmio Nobel estava se intrometendo, segundo Wakeford, e começaram a chamar as torres de "Cockcroft Follies", ou as loucuras de Cockcroft.

No entanto, como argumentou Terence Price, um dos físicos que trabalharam com Cockcroft, "a palavra loucura não parecia apropriada após o acidente".

"Eles não achavam que haveria problemas e, mesmo depois que os filtros foram instalados, acho que ninguém pensou seriamente que haveria um incêndio, mas é claro que houve", disse Wakeford. Os filtros foram fundamentais para evitar um desastre maior.

"A poeira radioativa escapou, mas os filtros capturaram cerca de 95% dela", disse Christopher Cockcroft à BBC.

"Se os filtros não estivessem instalados, acredito que uma parte considerável do Distrito dos Lagos e da Cúmbria estaria proibida, pelo menos para uso agrícola e talvez para pessoas." Fonte: BBC News Mundo - 11 outubro 2025

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sexta-feira, outubro 03, 2025

PNEU DE CAMINHÃO EXPLODE EM PEDÁGIO

 

Câmera de segurança de uma cabine de pedágio na cidade de Jaipur, na Índia, registrou o momento em que um pneu de um caminhão explodiu e atingiu a cabine do operador do pedágio.

O  incidente foi desencadeado pelo estouro repentino do pneu de um veículo próximo.

A cabine de pedágio foi seriamente danificada pelo impacto, com computadores e outros equipamentos destruídos.

O caso aconteceu em setembro, na cidade que possui cerca de 3 milhões de pessoas. Autoridades confirmaram que o trabalhador não sofreu ferimentos graves. Fonte: g1-02/10/2025

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O QUE SÃO ILHAS DE CALOR URBANAS?

 Fenômeno pode elevar as temperaturas das cidades de 10 a 15 °C, expondo moradores a riscos associados ao calor extremo.

"Ilhas de calor urbanas" são áreas metropolitanas que ficam significativamente mais quentes do que seus entornos rurais devido à concentração de edifícios, áreas pavimentadas e atividades humanas, como a condução de veículos poluentes.

Como resultado, as ondas de calor se intensificam nas áreas urbanas, que já abrigam metade da população mundial. A estimativa é que esse número chegue a quase 70% até 2050. Tal efeito, conhecido como "ilha de calor urbana" pode elevar as temperaturas em 10 a 15 °C, expondo os moradores da região aos riscos associados ao calor extremo.

O QUE CAUSA AS ILHAS DE CALOR URBANAS?

As áreas rurais geralmente são cobertas por grama, plantações ou florestas, o que ajuda a resfriar o ar. O concreto escuro e o asfalto da cidade, por outro lado, absorvem o calor.

As plantas funcionam como um ar-condicionado natural, captando água do solo através de suas raízes e liberando-a no ar na forma de vapor. Superfícies impermeáveis, duras e escuras, como calçadas, estacionamentos e ruas asfaltadas, não permitem a penetração da água e, portanto, não proporcionam esse efeito de resfriamento.

Prédios altos e ruas estreitas podem aquecer o ar que fica preso entre eles. Esses "cânions urbanos" podem bloquear o fluxo natural de vento que, de outra forma, ajudaria a resfriar a área. A poluição causada por automóveis ou pela queima de combustíveis fósseis pode atuar como uma pequena camada de efeito estufa sobre uma cidade, retendo o ar quente.

Ilhas de calor costumam se formar ao longo do dia, à medida que calçadas e telhados emitem mais calor solar – atingindo o pico entre três e cinco horas após o pôr do sol. Do nascer do sol até o final da tarde, essas superfícies são expostas à intensa radiação solar e absorvem calor através de inúmeras camadas. Esse calor armazenado é então liberado lentamente após o pôr do sol.

ONDE SEU EFEITO É MAIS INTENSO?

Cidades maiores tendem a armazenar mais calor do que as menores. Os centros urbanos de Londres e Paris costumam ser cerca de 4 °C mais quentes do que seus arredores rurais à noite. O efeito de ilha de calor é ainda agravado pelo aumento das temperaturas globais.

 O ano de 2024 foi o mais quente já registrado, com cerca de 1,55 °C acima dos níveis pré-industriais. Sob as políticas atuais, a previsão é que esse aumento chegue a 2,7 °C até o final do século. O prognóstico se explica pelo atual volume de queima de combustíveis fósseis que aquecem o planeta e liberam gases de efeito estufa na atmosfera.

Essas mesmas ilhas de calor, aliás, podem estar agravando ainda mais as mudanças climáticas, pois impulsionam a demanda por ar-condicionado, que, por sua vez, em muitas regiões são movidos com energia gerada pela queima de combustíveis fósseis.

COMO RESFRIAR AS CIDADES?

Soluções para minimizar esse efeito incluem tornar as cidades mais verdes, adicionando aos centros urbanos árvores, arbustos e outras vegetações mais resistentes à seca, além de fontes e lagos, telhados verdes ou "frios" que absorvem e transferem menos calor do sol para os edifícios.

Esses telhados frios refletem mais luz solar do que uma superfície convencional e, portanto, aquecem menos. Telhados brancos permanecem mais frescos e podem refletir cerca de 60 a 90% da luz solar, mas outras superfícies refletoras também são uma opção.

Cidades como Nova York, por exemplo, começaram a pintar os telhados de branco em 2009 para ajudar a conter o efeito ilha de calor. Telhados mais frios também podem reduzir as temperaturas internas dos edifícios em até 30% e diminuir a poluição do ar e as emissões de gases de efeito estufa, reduzindo a demanda por energia para resfriar prédios.

No nível do solo, alguns países optam por borrifar água nas calçadas para resfriá-las. No Japão, essa prática tradicional centenária é conhecida como "uchimizu".

Outros preferem misturar espaços residenciais, comerciais e recreativos ou instalar "pavimentos frios" que usam materiais permeáveis ​​para refletir mais a radiação solar e aumentar a evaporação da água.

Megacidades como Los Angeles e Tóquio já pavimentaram suas ruas com cores mais frias. Um estudo em um dos bairros mais quentes de Los Angeles confirmou que um revestimento reflexivo é capaz de reduzir o efeito de ilha de calor.

A prefeitura de Tóquio já instalou cerca de 200 quilômetros dessas calçadas, priorizando áreas no centro da cidade. Até 2030, a capital japonesa pretende cobrir 245 quilômetros de vias metropolitanas.

A pequena cidade-estado asiática de Singapura, por sua vez, tornou-se uma das cidades mais verdes do mundo. Com mais de 40% de cobertura verde, ela conta com espaços destinado a reservas naturais e parques, jardins e vegetação.

Até 2030, a cidade planeja que cada cidadão tenha acesso a um parque a uma distância de dez minutos a pé. Singapura também limita rigorosamente o número de carros em suas ruas por meio de um caro sistema de licitação, com uma cota máxima para o número de veículos que podem ser registrados.  Fonte: DW-segunda-feira, 22 de setembro de 2025  

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quarta-feira, outubro 01, 2025

TREM CARREGADO COM MILHO DESCARRILA APÓS BATER EM CAMINHÃO DE CANA

 Resumo

·        Um trem de carga que transportava milho descarrilou na tarde desta quinta-feira (25) em Araraquara (SP), após atingir um caminhão carregado com cana-de-açúcar.

·        O acidente ocorreu em uma passagem de nível próxima ao bairro Aparecidinha, na altura da Estação do Ouro. Ninguém se feriu.

·        Com a força do impacto, 15 dos vagões saíram dos trilhos e tombaram, fazendo com que a carga de milho se espalhasse pelo local.

Um trem de carga que transportava milho descarrilou na tarde desta quinta-feira (25) em Araraquara (SP), após atingir um caminhão carregado com cana-de-açúcar. O acidente ocorreu em uma passagem de nível próxima ao bairro Aparecidinha, na altura da Estação do Ouro. Ninguém se feriu.

De acordo com as primeiras informações, a composição colidiu com o caminhão e o arrastou por aproximadamente 200 metros. Os motivos do acidente ainda serão apurados.

Com a força do impacto, 15 dos vagões saíram dos trilhos e tombaram, fazendo com que a carga de milho se espalhasse pelo local.

Equipes da Rumo Logística, concessionária responsável pela ferrovia, já estão no local trabalhando na remoção dos vagões e na avaliação dos danos para o restabelecimento do tráfego. Fonte: g1 São Carlos e Araraquara-25/09/2025

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