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segunda-feira, setembro 23, 2024

INCÊNDIO DE GRANDE PROPORÇÃO DESTRÓI ESTABELECIMENTOS COMERCIAIS EM MORRO DE SÃO PAULO

Um incêndio de grande proporção destruiu vários estabelecimentos comerciais, a maioria deles restaurantes, na noite de terça-feira (10), na Segunda Praia, em Morro de São Paulo, destino turístico da cidade de Cairu, no baixo sul da Bahia.

INÍCIO DO INCÊNDIO E FALTA DE BOMBEIROS

Segundo a Prefeitura do município, o fogo começou por volta das 23h e por causa da localização da ilha, equipes do Corpo de Bombeiros só chegaram ao local 1h20 após o início das chamas, que foram controladas durante a madrugada.

"O Corpo de Bombeiros, logo que tomou conhecimento da ocorrência, deslocou uma base de Valença para o local. Ainda não temos base em Morro de São Paulo, disse o comandante-geral do Corpo de Bombeiros

APOIO EMERGENCIAL

A Polícia Militar, a Guarda Municipal e as ambulâncias do município também foram acionadas e contaram com reforços da cidade de Valença, no baixo sul.

A prefeitura de Cairu destacou o forte movimento da comunidade local, que atuou de forma rápida e organizada para ajudar a controlar o fogo antes mesmo da chegada das equipes especializadas.

PREFEITURA

A prefeitura afirmou, ainda, que solicitou a instalação de uma unidade do Corpo de Bombeiros na ilha para melhorar a resposta a emergências futuras.

VÍTIMAS:

Ninguém ficou ferido.

CAUSA

As causas do incêndio ainda estão em investigação. Uma perícia será realizada nos locais afetados.

PREJUÍZOS

A prefeitura informou que os moradores e comerciantes têm recebido apoio e ainda avaliam os prejuízos. Além disso, prometeu reforçar a segurança para garantir a rápida retomada das atividades turísticas na região.

OUTROS CASOS

Essa é a terceira vez em sete anos que restaurantes da Segunda Praia, em Morro de São Paulo, pegaram fogo nos últimos oito anos.

2017: Dois restaurantes localizados na Segunda Praia, em Morro de São Paulo, região turística da Bahia, foram atingidos por incêndio no feriado de 12 de outubro. Não houve feridos.

2018: Um restaurante da localidade foi atingido por incêndio no dia 20 de março. O incidente também não deixou vítimas e as chamas foram controladas pela população. Fonte: g1 BA e TV Bahia-11/09/2024  

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domingo, setembro 22, 2024

MONITORAMENTO MOSTRA QUE 99% DOS INCÊNDIOS SÃO POR AÇÃO HUMANA

 Apenas uma parte ínfima dos incêndios florestais que se proliferam pelo país é iniciada por causas naturais. A constatação é da doutora em geociências Renata Libonati, coordenadora do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (Lasa) da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

“De todos os incêndios que acontecem no Brasil, cerca de 1% é originado por raio. Todos os outros 99% são de ação humana”, afirma.

A pesquisadora é responsável pelo sistema Alarmes, um monitoramento diário por meio de imagens de satélite e emissão de alertas sobre presença de fogo na vegetação. Ao relacionar os dados com a proibição vigente de colocar fogo em vegetação, ela afirma que “todos esses incêndios, mesmo que não tenham sido intencionais, são de alguma forma criminosos”, disse em entrevista à Agência Brasil.

Com base em dados que ficam disponíveis a cada 24h, a professora constata que “a situação é muito crítica” nos três biomas analisados, sendo a pior já registrada na Amazônia. Em relação ao Cerrado e o Pantanal, ela ressalta que a presença das chamas está “muito próxima do máximo histórico”.

Renata Libonati associa o fogo que consome vegetação em diversas regiões brasileiras a atividades econômicas. “A ocorrência dos incêndios no Brasil está intimamente relacionada ao uso da terra”.

Com o olhar de quem acompanha cada vez mais eventos climáticos extremos, a pesquisadora percebe um ultimato: “Nosso estilo de vida atual é incompatível com o bem-estar da nossa sociedade no futuro”.

Acompanhe os principais trechos da entrevista:

AGÊNCIA BRASIL: A PARTIR DO MONITORAMENTO REALIZADO PELO SISTEMA ALARMES, É POSSÍVEL TRAÇAR UM RETRATO DE COMO ESTÁ A SITUAÇÃO NO PAÍS?

Renata Libonati: O sistema Alarmes monitora atualmente os três principais biomas do Brasil: Amazônia, Cerrado e o Pantanal. Principais no sentido dos que mais queimam. No Pantanal, do início do ano até 18 de setembro, já teve cerca de 12,8% da sua área queimada. Fazendo um comparativo com 2020, o pior ano já registrado, 2020 queimou no ano todo cerca de 30% do bioma.

A média anual que o Pantanal queima é em torno de 8%. Então, 2020 foi muito acima e 2024 também ultrapassou a média de porcentagem diária atingida. Isso representa cerca de 1,9 milhão de hectares queimados em 2024 [para efeito de comparação, o estado do Sergipe tem quase 2,2 milhão de hectares]. Esse acumulado está abaixo do que queimou em 2020 no mesmo período, mas até o início de setembro, o acumulado era maior que o mesmo período de 2020.   

A Amazônia já teve cerca de 10 milhões de hectares queimados [o que equivale a mais que o estado de Santa Catarina]. Como a Amazônia é muito grande, isso representa em torno de 2,5% da sua área queimada. A situação é muito crítica. Esse é o pior ano já registrado desde que a gente tem medição aqui no nosso sistema, em 2012.

O Cerrado já queimou cerca de 11 milhões de hectares, o que corresponde a quase 6% da sua área. Esse valor está ligeiramente abaixo do ano que mais queimou, que foi em 2012.

De uma forma geral, a situação é muito crítica nos três biomas. A Amazônia no máximo histórico; e nos outros biomas, muito próxima do máximo histórico.

AGÊNCIA BRASIL: COM OS DADOS COLETADOS, NOTAM-SE INDÍCIOS DE AÇÕES CRIMINOSAS E/OU COORDENADAS?

Renata Libonati: O monitoramento por satélite não permite fazer distinção de que tipo de ignição originou determinado incêndio. O que posso dizer é que existem duas formas de iniciarmos um incêndio. A primeira é a forma humana, seja intencional ou criminosa. A segunda é a causa natural, que seriam os raios.

Percebemos um padrão que, de todos os incêndios que acontecem no Brasil, cerca de 1% é originado por raio. Todos os outros 99% são originados de ação humana. Desde maio até agora, não teve nenhuma ocorrência no Pantanal de incêndio começado por raio. Isso monitorado por satélite e com dados de descargas atmosféricas.

Isso nos indica que é fogo humano. Sabendo que existe decreto que tem proibido o uso do fogo em todas essas regiões devido à crise climática que a gente está vivendo esse ano, todos esses incêndios, mesmo que não tenham sido intencionais, são de alguma forma criminosos. Exceto quando é acidental.

AGÊNCIA BRASIL: SÃO LIGAÇÕES COM ATIVIDADES ECONÔMICAS, MAIS NOTADAMENTE A AGROPECUÁRIA?

Renata Libonati: Existem vários fatores que estão relacionados a esses inícios de incêndio. Por exemplo, o desmatamento, um fator que fica muito ligado ao início de incêndio, porque, em geral, utiliza-se o fogo em algumas situações de desmatamento.

A ocorrência dos incêndios no Brasil está intimamente relacionada ao uso da terra, às atividades econômicas, principalmente, ligadas ao desmatamento para abrir áreas de pastagem e agricultura e, quando já está consolidado, muitas vezes se utiliza o fogo por várias razões, e isso causa os grandes incêndios que estamos observando.

AGÊNCIA BRASIL: O FOGO, QUE JÁ FOI UM GRANDE ALIADO DA HUMANIDADE, ESTÁ CADA VEZ MAIS SE TORNANDO UM INIMIGO?

Renata Libonati: É muito importante não esquecer que o fogo nem sempre é ruim. Regiões como o Cerrado e parte do Pantanal, que são constituídas basicamente de regiões savânicas, são o que chamamos de dependentes do fogo. Precisam da ocorrência anual do fogo para manter a sua biodiversidade e padrão ecossistêmico. O que ocorre é justamente isso que você comentou, a ação humana alterou completamente o regime de fogo natural dessas regiões para um regime atual que é muito mais agressivo, no sentido que os incêndios são mais intensos, mais extensos e mais duradouros. Isso tem um efeito muito ruim mesmo em regiões que são dependentes do fogo.

É diferente da Amazônia e de qualquer floresta tropical, que a gente chama de ecossistemas sensíveis ao fogo. Quando ocorre, é altamente prejudicial. É sempre bom fazer essa distinção entre o Cerrado, Pantanal e Amazônia, porque as relações que cada ecossistema tem com o fogo são diferentes, e o uso do fogo precisa ou não ser tratado de forma diferente de acordo com o ecossistema.

AGÊNCIA BRASIL: COMO O SISTEMA ALARMES FAZ O MONITORAMENTO?

Renata Libonati: O sistema Alarmes foi lançado em 2020. Até aquela época, o monitoramento de área queimada por satélite era feito com atraso que podia chegar a três meses para a gente ter estimativas de quanto e de onde queimou. O sistema Alarmes veio para trazer uma informação que era muito requerida pelos órgãos de combate e prevenção, que era informação da área queimada de alguma forma rápida, em tempo quase real, para fazer as ações de planejamento do combate.

Nós utilizamos imagens de satélite da Nasa [agência espacial americana], aprendizado de máquina profundo [um método de inteligência artificial] e informações de focos de calor. Isso nos permitiu criar esses alertas rápidos. Enquanto antes nós precisávamos esperar de um a três meses para ter essas localizações do que queimou, nós temos essa informação no dia seguinte que queimou. Ele é atualizado diariamente com novas informações e vem sendo aprimorado através da colaboração com entidades públicas, privadas e até da sociedade. Nos ajudam a validar os nossos alertas e a qualidade dos nossos dados, por exemplo, através do sistema Fogoteca.

Brigadistas que estão combatendo tiram fotografias georreferenciadas e inserem isso no sistema como uma forma de saber que os nossos alertas estão corretos no tempo e no espaço. A Fogoteca vem crescendo desde então, nos auxiliando a melhorar essas estimativas com informação de campo, que é muito importante para validar e verificar a acurácia do monitoramento que fazemos por satélite.

AGÊNCIA BRASIL: HOUVE UMA ATUALIZAÇÃO ESTA SEMANA NO ALARMES, PARA AUMENTAR A PRECISÃO.

Renata Libonati: Essa diferença de dar a área queimada com atraso de três meses ou de um dia vai fazer com que você tenha uma melhor precisão quando tem mais tempo para trabalhar aquelas imagens do que quando você tem que fazer uma coisa muito rápida, quando perde um pouco a precisão. É aquele cobertor curto, quando eu tenho um processamento rápido, eu perco qualidade, mas ganho agilidade. Quando eu tenho um processamento lento, eu perco em agilidade, mas ganho em qualidade.

Os nossos alertas, por terem essa capacidade de identificar rapidamente o que que aconteceu, têm uma qualidade mais restrita que um dado mais lento. O que fizemos para atualizar isso foi juntar os dados mais lentos com os mais rápidos, de forma a diminuir essas imprecisões: efeitos de borda (superdimensionamento da área identificada) e omissões em casos específicos

AGÊNCIA BRASIL: O SISTEMA ALARMES É UMA FERRAMENTA. PARA CONTER A PROLIFERAÇÃO DE INCÊNDIOS NO PAÍS SÃO NECESSÁRIAS AÇÕES DA SOCIEDADE E GOVERNOS. COMO ESPECIALISTA NO ASSUNTO, SUGERE CAMINHOS?

Renata Libonati: A gestão do incêndio não passa apenas pelo combate. Muito pelo contrário, o pilar precisa ser a prevenção. Passa, por exemplo, por uma gestão da vegetação antes da época de fogo, fazer aceiros [terreno sem vegetação que serve como barreira para impedir a propagação do fogo], diminuir material combustível seco, muitas vezes através de queimas prescritas, quando se usa o que chamamos de "fogo frio", antes da época de fogo, quando a área ainda está úmida. Fragmentar a paisagem para quando chegar a época de fogo, ele não ter para onde ir porque você já tirou aquela biomassa dali, contendo o incêndio.

Essas técnicas de prevenção também englobam maior conscientização e educação ambiental sobre o uso do fogo. Maior fiscalização. Ações que precisam ser feitas de forma continuada ao longo de vários anos.

Diante das condições climáticas que estamos vivenciando nas últimas décadas e, principalmente, nos últimos anos, observamos que esses eventos extremos, como grandes secas e ondas de calor estão cada vez mais frequentes, duradouros e persistentes e essas são as condições que levam a grandes incêndios. Então qualquer ignição vai se propagar de uma forma muito rápida, muito intensa, e o combate é muito difícil.

Mesmo que tenhamos um empenho muito grande, como está acontecendo este ano por parte dos governos federal e estaduais empenhados no combate, mesmo assim essas condições climáticas são muito desfavoráveis ao combate. É muito difícil combater, por isso que é preciso sempre priorizar a prevenção. O Brasil deu um primeiro passo para isso, que foi a lei do Manejo Integrado do Fogo, aprovada o final de julho, sancionada pelo presidente da República.

Essa lei vai permitir uma mudança de paradigma na forma em que o Brasil realiza a sua gestão de incêndios, permitindo um pilar muito forte na prevenção do que propriamente no combate. Já demos um primeiro passo.

AGÊNCIA BRASIL: PODE SE DIZER QUE MUDANÇAS CLIMÁTICAS SÃO UMA AMEAÇA NÃO PARA O PLANETA, E, SIM, PARA A VIDA HUMANA?

Renata Libonati: O que estamos vivenciando hoje é um resultado do que a humanidade vem fazendo ao longo de várias décadas. Realmente é preciso fazer uma mudança na forma que a gente utiliza o planeta porque o nosso estilo de vida atual é incompatível com o bem-estar da nossa sociedade no futuro.

Se continuarmos a emitir gases do efeito estufa na mesma faixa que estamos hoje, vamos ter, os modelos climáticos indicam, nos 2050 até 2100, ocorrências muito mais frequentes de ondas de calor, de secas, enchentes como a que a gente viu no Rio Grande do Sul. Isso vai impactar diretamente a vida humana. É importante chamar atenção que sempre as pessoas que vivem em maior vulnerabilidade são aquelas que vão ser as mais impactadas.

AGÊNCIA BRASIL: VOLTANDO AO SISTEMA ALARMES, É UMA MOSTRA DE QUE A ACADEMIA ESTÁ CENTRADA PARA AS NECESSIDADES ATUAIS DA SOCIEDADE?

Renata Libonati: Essa ideia de que a universidade vive fechada nas suas quatro paredes já não procede. As universidades públicas, há algumas décadas, mudaram a forma de fazer ciência, passando por uma ciência que visa auxiliar na solução dos problemas que a nossa sociedade tem hoje. O Alarmes é, de fato, um bom exemplo de que todo o conhecimento gerado na academia pode ser utilizado na forma de trazer um benefício para a solução desses problemas. No caso, a gestão dos incêndios, que vai levar também a uma melhoria da qualidade do ar.

No caso do Alarmes, o desenvolvimento foi possível por conta de uma aproximação do Prevfogo [Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais] do Ibama [Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis], que financiou um edital no CNPq [Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico]. Foi um edital inédito e eles trouxeram os principais problemas que eles tinham. Um desses problemas era o monitoramento mais rápido da área queimada. Então é muito importante que haja investimentos públicos na universidade para que a gente possa ter condições de desenvolver e melhorar cada vez mais a inovação que podemos ter.

Nós tivemos também muitos investimentos de ONGs [organizações não governamentais], como Greenpeace, Wetlands Internacional, WWF, CEPF, Terra Brasilis. Uma série de ONGs preocupadas com a questão ambiental e que fomentaram algumas melhorias no sistema. Fonte: Agência Brasil - Rio de Janeiro -  Publicado em 20/09/2024

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segunda-feira, setembro 16, 2024

HISTÓRICO DAS SECAS NO BRASIL

 1583/1585 - Primeiro relato da seca nordestina feita pelo padre Fernão Cardim: "…uma grande seca e esterilidade na província e que 5 mil índios foram obrigados a fugir do sertão pela fome, socorrendo-se aos brancos". Grandes perdas de cana e aipim.

1606 - Região NE

1615 - Região NE

1652 - Região NE

1692/1693 - A capitania de Pernambuco é atingida por "peste". Frei Vicente do Salvador relatou que indígenas, foragidos pelas serras, reuniram-se em numerosos grupos e avançaram sobre as fazendas das ribeiras.

1709/1711 - Grande seca que atinge a Capitania do Maranhão.

1720/1721 - Seca com gravíssimas consequências sobre as províncias do Ceará e do Rio Grande do Norte.

1723/1727 - Grande seca que matou quase a totalidade dos escravos da região. Segundo Irineu Pinto, fiscais da Câmara pediram ao rei o envio de escravos.

1736/1737 - Região NE

1744/1745 - Grande desnutrição infantil assola a região.

1748/1751 - Região NE

1776/1778 - Seca e surto de varíola na região NE, com alto índice de mortalidade humana e animal (gado bovino) na caatinga. A Corte Portuguesa determina reunião de flagelados nas margens dos rios para repartição de terras adjacentes.

1782 - Censo determina população de 137.688 habitantes atingida por seca.

1790/1793 (1791-1792 ?) - Chamada de "grande seca" pelos velhos sertanejos foi também a seca dos pedintes. Uma Pia Sociedade Agrícola foi criada como a primeira organização de caráter administrativo assistencialista. O governo da metrópole estabeleceu um único corretivo, uma severa proibição ao corte das florestas. Segundo Euclides da Cunha, cartas régias de 17 de março de 1796, nomeando um juiz conservador de matas, e a 11 de junho de 1799, decretava que "se coíba a indiscriminada e desordenada ambição dos habitantes (da Bahia e Pernambuco) que têm assolado a ferro e fogo preciosas matas… que tanto abundavam e já hoje ficam à distâncias consideráveis, etc".

1808/1809 - Seca atinge Pernambuco na região do rio São Francisco. Quinhentas pessoas morreram de fome.

1824/1825 - Seca e varíola juntas definem essa grande seca. Campos esterilizados e fome atingem engenhos de cana-de-açúcar.

1831 - A Regência Trina autoriza a abertura de fontes artesianas profundas.

1833/1835 - Grande seca atinge Pernambuco.

1844/1846 - Grande fome. O saco de farinha de mandioca foi trocado por ouro ou prata.

1877/1879 - Uma das mais graves secas que atingiram todo o Nordeste. O Ceará, na época, com uma população de 800 mil habitantes foi intensamente atingido. Desses, 120 mil (15%) migraram para a Amazônia[ e 68 mil pessoas foram para outros Estados. A seca foi considerada devastadora: cerca de metade da população de Fortaleza pereceu, a economia foi arrasada, as doenças e a fome dizimaram até ao rebanho. Um registro pictórico existe, uma família de retirantes é fotografada em uma estação ferroviária do Nordeste brasileiro (Ceará). Nesse mesmo período, também como resultado de anomalias climáticas, milhões de pessoas morreram de fome na China e na Índia.[

1888/1889 - Lavouras destruídas e vilas abandonadas em Pernambuco e Paraíba. D. Pedro II criou a Comissão Seca (depois Comissão de Açudes e Irrigação), como resultado cria-se o projeto do Açude do Cedro na cidade de Quixadá, no Ceará.

1898/1900 - Seca atinge Pernambuco.

1909 - O Governo Nilo Peçanha cria o Instituto de Obras Contra as Secas (IOCS).

1915 - O Presidente Venceslau Brás na seca de 1915 reestruturou o Instituto de Obras Contra as Secas (IOCS), que passou a construir açudes de grandes portes. Com temor de saques, Campos de Concentração no Ceará foram criados para isolar a população faminta e impedir-lhe o movimento em direção as cidades.

1919 - O Governo Epitácio Pessoa transforma o IOCS em DNOCS que recebeu ainda em 1919 pelo Decreto 13.687, o nome de Inspetoria Federal de Obras Contra as Secas (IFOCS) antes de assumir sua denominação atual, que lhe foi conferida em 1945 pelo Decreto-Lei 8.846 de 28 de dezembro de 1945, vindo a ser transformado em autarquia federal através da Lei n° 4229 de 1 de junho de 1963.

1925 - Seca em São Paulo força a Light a cortar de dois terços o fornecimento de energia elétrica .

1930 - Região NE

1932 - Região NE. Reutilização dos Campos de Concentração no Ceará com plano de controle social

1953 - Região NE

1954 - Região NE

1958 - Região NE

1962 - Região NE

1963 - Grande parte do Brasil enfrenta uma forte e intensa estiagem, seguida de recordes de calor. Este foi o ano mais seco da história em várias cidades, como Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte. No Paraná a seca durou até janeiro do ano seguinte.

1966 - Região NE

 1979/1985 - Essa foi uma das secas mais prolongadas da história do Nordeste: durou 7 anos. O auge do problema foi em 1981.  

Década de 1980 - A década é considerada chuvosa, sendo marcada por apenas dois períodos de estiagem, correspondentes aos anos de 1982 e 1983.

Década de 1990 - Os anos de 1993, 1996, 1997, 1998 e 1999 foram anos sofríveis. Um apontamento de tendência de seca em 1998 antecedeu sua ocorrência graças a observação do fenômeno El Niño por meteorologistas, mas as ações de precaução e prevenção continuaram a serem pouco efetivas na mitigação dos problemas.

2000 e 2001 - Anos de estiagem relativa.

2004-2006 - Estiagem na Região Sul do Brasil.

2005 - A região Amazônica enfrenta um período de estiagem intensa.

2007 - Transposição do Rio São Francisco iniciada.

2007 - Seca na porção norte de Minas Gerais, considerada a mais grave já enfrentada pelo estado até então. Praticamente não choveu na região entre março e novembro de 2007 e as precipitações seguiram-se abaixo da média climatológica até fevereiro de 2008. Centenas de municípios entraram em estado de emergência, registraram-se 53 976 focos de incêndio (recorde histórico para o estado) e 190 mil cabeças de gado morreram.

2012 - 2017 - Seca na Região Nordeste, considerada a mais intensa desde 1845.

2014–2017 - Período de chuvas irregulares nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, atingindo setembro de 2017 com níveis críticos de reservatórios de usinas hidrelétricas e água potável, considerado a pior seca dos últimos 100 anos. A seca no Sudeste foi a responsável, em associação a fatores ligados à infraestrutura e planejamento, pela pior crise hídrica enfrentada pela região em 2014 e 2015. As chuvas retornaram ao estado de São Paulo de forma gradual ao longo de 2015, mas o quadro de estiagem se manteve e foi agravado em muitas áreas de Minas Gerais e Espírito Santo, estendendo-se também em 2016 e 2017.

2024 - A maior seca  do Brasil afeta 1.400 cidades em nível extremo ou severo. Esse período de estiagem chegou mais cedo, como um exemplo de mudança climática, que é causada por um conjunto de fatores, começando pelo aquecimento global. Fonte: Wikipédia, 22 de dezembro de 2023; Superinteressante – 21 dez 2016

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terça-feira, setembro 10, 2024

COMECE O SEU DIA PREPARADO PARA OS DESAFIOS QUE POSSA ENCONTRAR!

 VOCÊ ESTÁ PREPARADO PARA O INÍCIO DO SEU DIA?

No início do turno, os trabalhadores vestem os seus EPIs – óculos de segurança, roupas resistentes ao fogo, botas e capacetes. Pode ser necessário calibrar um detetor ou um monitor de gás pessoal.

O planejamento da produção e as tarefas de inspeção foram realçadas pelos supervisores de unidade e comunicadas aos trabalhadores durante as reuniões de passagem de turno e de início de turno.

Os perigos do processo e dos equipamentos são os inimigos e a batalha é mantê-los contidos. Todos os dias quando efetuar rondas, inspeções, reparo de equipamentos e dispositivos; que apresentem falhas ou avariados, assumimos nossas funções tão seriamente? Quando coloca seu EPI você também pensa nos perigos que enfrentará?

VOCÊ SABIA?

O planejamento é uma parte importante de qualquer dia de trabalho seguro e bem sucedido.

▪ Uma passagem de turno eficaz deve incluir uma conversa cara a cara entre o pessoal que sai e o que inicia o turno.

▪ Boas reuniões de passagem de turno devem incluir:

▪ Estado de cada processo

▪ Quaisquer perturbações ou problemas de produção que tenham ocorrido

▪ Equipamento que está fora de serviço para manutenção

▪ Todos os equipamentos ou sistemas de controle que estejam by-passados ou desligados

▪ Todos os trabalhos subcontratados em curso

▪ Permissões de trabalho que continuem no turno seguinte

▪ Visitantes ou trabalhadores de outras áreas na unidade.

▪ Analisar o relatório de turno

• Pode ser necessário visitar o campo para analisar a situação exata que está sendo discutida.

• Algumas empresas usam listas de verificação ou formulários para listar todos os tópicos que devem ser cobertos durante a passagem de turno.

O QUE VOCÊ PODE FAZER?

Chegue na sala de controle ou no local de passagem de turno a tempo de permitir que toda a informação seja discutida.

▪ Leia o relatório de turno com atenção. Não procure apenas as questões da sua área, compreenda a situação em toda a área ou unidade.

▪ Siga os formulários e procedimentos de passagem de turno para cobrir todos os problemas e preocupações.

▪ Faça perguntas para assegurar que o estado atual do processo é bem compreendido.

▪ Participe ativamente das reuniões de passagem de turno.

Ouça como se sua vida dependesse disso – porque ela pode depender!

▪ Se as permissões precisarem ser reemitidas para o próximo turno, tome algum tempo para inspecionar a área antes de emitir ou aprovar as permissões. As condições podem ter se alterado.  Fonte: Process Safety Beacon - Setembro de 2024

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segunda-feira, setembro 02, 2024

ORIENTAÇÕES PARA EVITAR A EXPOSIÇÃO À FUMAÇA INTENSA E NEBLINA, CAUSADAS POR QUEIMADAS

 Semanalmente, o Ministério da Saúde envia aos estados e DF o Informe Queimadas, com orientações e recomendações para evitar a exposição da população à fumaça intensa e neblina, causadas por queimadas.

O monitoramento de áreas sob influência de queima de biomassa é um dos campos de atuação da Vigilância em Saúde Ambiental e Qualidade do Ar (VIGIAR) e da Sala de Situação Nacional de Emergências Climáticas em Saúde, coordenado pelo Ministério da Saúde.

Além dos esforços de combate ao fogo, é fundamental que a população seja orientada sobre como se proteger, evitando, dentro do possível, a exposição aos poluentes.

O Ministério da Saúde recomenda as seguintes orientações para a população:

·        Aumentar a ingestão de água e líquidos ajuda a manter as membranas respiratórias úmidas e, assim, mais protegidas;

·        Reduzir ao máximo o tempo de exposição, recomendando-se que se permaneça dentro de casa, em local ventilado, com ar condicionado ou purificadores de ar;

·        As portas e as janelas devem permanecer fechadas durante os horários com elevadas concentrações de partículas, para reduzir a penetração da poluição externa;

·        Evitar atividades físicas em horários de elevadas concentrações de poluentes do ar, e entre 12 e 16 horas, quando as concentrações de ozônio são mais elevadas;

·        Uso de máscaras do tipo “cirúrgica”, pano, lenços ou bandanas podem reduzir a exposição às partículas grossas, especialmente para populações que residem próximas à fonte de emissão (focos de queimadas) e, portanto, melhoram o desconforto das vias aéreas superiores. Enquanto o uso de máscaras de modelos respiradores tipo N95, PFF2 ou P100 são adequadas para reduzir a inalação de partículas finas por toda a população;

·        Crianças menores de 5 anos, idosos maiores de 60 anos e gestantes devem redobrar a atenção para as recomendações descritas acima para a população em geral. Além disso, devem estar atentas a sintomas respiratórios ou outras ocorrências de saúde e buscar atendimento médico o mais rapidamente possível.

PESSOAS COM PROBLEMAS CARDÍACOS, RESPIRATÓRIOS, IMUNOLÓGICOS, ENTRE OUTROS, DEVEM:  

·        Buscar atendimento médico para atualizar seu plano de tratamento;

·        Manter medicamentos e itens prescritos pelo profissional médico disponíveis para o caso de crises agudas;

·        Buscar atendimento médico na ocorrência de sintomas de crises;

·        Avaliar a necessidade e segurança de sair temporariamente da área impactada pela sazonalidade das queimadas.

Fonte:  Ministério da Saúde- Publicado em 25/08/2024 

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domingo, setembro 01, 2024

COM MAIS DE 10 MIL QUEIMADAS, AMAZONAS TEM PIOR MÊS DE AGOSTO DOS ÚLTIMOS 26 ANOS


O Amazonas tem o pior agosto em relação a queimadas dos últimos 26 anos. Os dados são do programa BD Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e levam em consideração o monitoramento feito desde 1998, quando o órgão começou a série histórica.

Parte do Amazonas está encoberto por uma mancha de fogo de quase 500 quilômetros de extensão, conforme captado pelo satélite europeu Corpenicus. O problema também afeta o Acre, Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e agora o Pará, formando um verdadeiro 'cinturão do fogo'.

O governo decretou emergência ambiental em todos os 62 municípios do estado e proibiu qualquer tipo de queimada. O fogo criou uma nova onda de fumaça que encobre Manaus e outros municípios do amazonenses.

Segundo o Inpe, de 1º a 31 de agosto, o Amazonas registrou 10.328 queimadas, o maior índice desde 1998, quando o instituto começou a monitorar os focos de calor na região. Até então, o recorde era de agosto de 2021, quando o estado havia registrado 8,5 mil focos de calor.

O número de queimadas em agosto deste ano é quase o dobro do registrado em agosto do ano passado: 5.474. O problema que já era grave em 2023, está pior este ano.

Em julho, o estado também já havia registrado o pior índice da história para o mês.

·        Número de queimadas no Amazonas de 1º a 31 de agosto de 2024: 10.328

·        Número de queimadas no Amazonas de 1º a 31 de agosto de 2023: 5.474.

Dos dez municípios que mais queimaram a Amazônia Legal em agosto, três estão no Amazonas: Apuí, Lábrea e Novo Aripuanã. Os três, inclusive, estão localizados no Sul do estado, chamado de 'arco do fogo', devido a forte presença da pecuária na região.

Apuí está na quarta posição da lista com 2.267 queimadas. Lábrea vem logo atrás com 1.959 focos de calor e Novo Aripuanã fecha o ranking com 1.208. A lista traz ainda municípios do Pará, Rondônia e Mato Grosso do Sul.


SECA SEVERA

Além disso, o Amazonas vive uma seca severa. Dados da Defesa Civil do estado apontam que o Rio Negro, rio que banha Manaus, chegou a 19 metros neste domingo (1º). A seca é crítica em quase todos os mananciais do estado. Em Tabatinga, na Região do Alto Solimões, o Rio Solimões está com o nível mais baixo da história.


MANCHA DE FOGO AVANÇA

Uma mancha de fogo com mais 500 quilômetros de extensão e mais de 400 quilômetros de largura tem avançado sobre a Amazônia, conforme captado pelo satélite europeu Copernicus. O fenômeno cobre pelo menos seis estados da Amazônia Legal, dentre eles, o Amazonas.

Neste domingo (1º), a mancha de fogo reduziu o avanço sobre o Amazonas. Em compensação, o fenômeno começou a se estender sobre o Pará e avança sobre o Peru, Equador e a Colômbia.

Leonardo Vergasta, meteorologista do Laboratório do Clima (Labclim) da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), explicou que a mancha indica uma alta concentração de dióxido de carbono na atmosfera, resultado das queimadas que produzem essa fumaça.

“A formação de queimadas está diretamente relacionada a concentração de dióxido de carbono, que é um gás que está presente na atmosfera terrestre. A circulação do vento está normal, mas as queimadas persistem na Região Sul do Amazonas, no Acre e em Rondônia”, afirmou.

FALTA DE CHUVA

Vergasta também destacou que a falta de chuva intensifica o problema. “Regiões como Mato Grosso e Rondônia estão há mais de 90 dias sem chuva, enquanto o Sul do Amazonas e o Acre enfrentam uma seca de 7 a 21 dias. A ausência de chuva e as altas temperaturas durante a estação seca tornam a vegetação extremamente vulnerável às queimadas provocadas pela ação humana”, explicou.

FOGO É CAUSADO POR PECUARISTAS, DIZ IBAMA

Segundo o geógrafo e superintendente do Ibama no Amazonas, Joel Araújo, as queimadas que atingem o Amazonas e que geram a onda de fumaça são causadas por pecuaristas.

"A fumaça sobe a partir das queimadas para formação de pasto na pecuária e são deslocadas para as regiões urbanizadas por massas de ar que são um fenômeno normal na climatologia amazônica", disse Joel. Fonte: g1 AM-01/09/2024

MAPA DE QUEIMADAS



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posted by ACCA@4:29 PM

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