MORTES DE OPERÁRIOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL EM SP AUMENTAM
Acidentes no setor no estado subiram de 10.725 para 11.987 no mesmo período, segundo dados de Comunicação de Acidentes de Trabalho (CAT) na plataforma do governo federal eSocial.
Número de acidentes
com mortes no setor da construção civil aumentou de 52, em 2023, para 57, em
2024, em São Paulo, o equivalente a 10%.
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Dados são de Comunicação de Acidentes de
Trabalho (CAT) na plataforma do governo federal eSocial.
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Atividades com mais acidentes e,
consequentemente, mortes são construção de edifícios, incorporação de
empreendimentos imobiliários e serviços de engenharia.
O número de operários do setor da construção civil no estado
de São Paulo que morreram no trabalho aumentou nos últimos anos. Em 2023, foram
registrados 10.725 acidentes, que ocasionaram 52 mortes. Em 2024, as
ocorrências saltaram para 11.987, com 57 óbitos.
Em 2025, só nos quatro primeiros meses, já são 4.010
acidentes com 15 mortes. Os dados são de Comunicação de Acidentes de Trabalho
(CAT) na plataforma do governo federal eSocial, registro oficial de acidente ou
doença ocupacional ocorrido com um trabalhador feito pelo empregador.
O documento apresenta dados de CATs no setor da construção civil
no estado de São Paulo com base nos CNAEs (Classificação Nacional de Atividades
Econômicas) mais comuns do setor.
As atividades com mais acidentes e, consequentemente, mortes
são construção de edifícios, incorporação de empreendimentos imobiliários e
serviços de engenharia.
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Construção de edifícios: 2.301 acidentes e 8
mortes em 2023; em 2024, foram 2.590 acidentes e 12 óbitos.
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Incorporação de empreendimentos imobiliários:
2.196 acidentes e 9 mortes em 2023; em 2024, foram 2.573 acidentes e 10 óbitos.
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Serviços de engenharia: 916 acidentes e 3 mortes
em 2023; em 2024, foram 998 acidentes e 7 óbitos.
Na segunda-feira (19), três operários morreram após a queda
de um elevador de carga na obra de um condomínio residencial Reserva Raposo, na
Zona Oeste de São Paulo.
AUMENTO DE 14% NOS ACIDENTES EM 2025
Os números de acidentes, no entanto, podem ser maiores,
segundo a coordenadora-geral de fiscalização em segurança e saúde no trabalho
no Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) Viviane de Jesus Forte.
Em uma reunião ao vivo transmitida online em 28 de abril, no
dia da Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes do Trabalho, ela chamou
atenção para a subnotificação e falta de padronização nos procedimentos de
registro de acidentes.
"O setor de construção civil se destaca na geração de
ocorrências de acidentes fatais", disse ela, na ocasião.
Diferentemente do eSocial, onde o registro é feito pelo
empregador, os dados de acidentes trabalhistas fornecidos pela Secretaria da
Saúde do estado são registrados no Sistema de Informação de Agravos de
Notificação (Sinan) do Ministério da Saúde. Ou seja, esses dados são
cadastrados e notificados pelos municípios, cabendo a eles também a
investigação destes casos.
Dados da pasta da Saúde de São Paulo também mostram o aumento
nos acidentes de trabalho em atividades da construção civil em 2025.
O estado registrou um aumento de 13,9% nos acidentes de
trabalho em atividades da construção civil até março de 2025, na comparação com
o mesmo período do ano passado.
Até março deste ano, 377 casos foram registrados no Sistema
de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde. O
número equivale a mais de quatro acidentes por dia. Em todo o ano passado,
foram 1.390 casos de acidentes de trabalho no setor.
Dados de CATs no setor da construção civil no estado de São Paulo com base nos CNAEs (Classificação Nacional de Atividades Econômicas) mais comuns do setor. Fonte: g1 SP — São Paulo - 20/05/2025
Marcadores: acidente, construção civil
