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domingo, setembro 22, 2024

MONITORAMENTO MOSTRA QUE 99% DOS INCÊNDIOS SÃO POR AÇÃO HUMANA

 Apenas uma parte ínfima dos incêndios florestais que se proliferam pelo país é iniciada por causas naturais. A constatação é da doutora em geociências Renata Libonati, coordenadora do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (Lasa) da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

“De todos os incêndios que acontecem no Brasil, cerca de 1% é originado por raio. Todos os outros 99% são de ação humana”, afirma.

A pesquisadora é responsável pelo sistema Alarmes, um monitoramento diário por meio de imagens de satélite e emissão de alertas sobre presença de fogo na vegetação. Ao relacionar os dados com a proibição vigente de colocar fogo em vegetação, ela afirma que “todos esses incêndios, mesmo que não tenham sido intencionais, são de alguma forma criminosos”, disse em entrevista à Agência Brasil.

Com base em dados que ficam disponíveis a cada 24h, a professora constata que “a situação é muito crítica” nos três biomas analisados, sendo a pior já registrada na Amazônia. Em relação ao Cerrado e o Pantanal, ela ressalta que a presença das chamas está “muito próxima do máximo histórico”.

Renata Libonati associa o fogo que consome vegetação em diversas regiões brasileiras a atividades econômicas. “A ocorrência dos incêndios no Brasil está intimamente relacionada ao uso da terra”.

Com o olhar de quem acompanha cada vez mais eventos climáticos extremos, a pesquisadora percebe um ultimato: “Nosso estilo de vida atual é incompatível com o bem-estar da nossa sociedade no futuro”.

Acompanhe os principais trechos da entrevista:

AGÊNCIA BRASIL: A PARTIR DO MONITORAMENTO REALIZADO PELO SISTEMA ALARMES, É POSSÍVEL TRAÇAR UM RETRATO DE COMO ESTÁ A SITUAÇÃO NO PAÍS?

Renata Libonati: O sistema Alarmes monitora atualmente os três principais biomas do Brasil: Amazônia, Cerrado e o Pantanal. Principais no sentido dos que mais queimam. No Pantanal, do início do ano até 18 de setembro, já teve cerca de 12,8% da sua área queimada. Fazendo um comparativo com 2020, o pior ano já registrado, 2020 queimou no ano todo cerca de 30% do bioma.

A média anual que o Pantanal queima é em torno de 8%. Então, 2020 foi muito acima e 2024 também ultrapassou a média de porcentagem diária atingida. Isso representa cerca de 1,9 milhão de hectares queimados em 2024 [para efeito de comparação, o estado do Sergipe tem quase 2,2 milhão de hectares]. Esse acumulado está abaixo do que queimou em 2020 no mesmo período, mas até o início de setembro, o acumulado era maior que o mesmo período de 2020.   

A Amazônia já teve cerca de 10 milhões de hectares queimados [o que equivale a mais que o estado de Santa Catarina]. Como a Amazônia é muito grande, isso representa em torno de 2,5% da sua área queimada. A situação é muito crítica. Esse é o pior ano já registrado desde que a gente tem medição aqui no nosso sistema, em 2012.

O Cerrado já queimou cerca de 11 milhões de hectares, o que corresponde a quase 6% da sua área. Esse valor está ligeiramente abaixo do ano que mais queimou, que foi em 2012.

De uma forma geral, a situação é muito crítica nos três biomas. A Amazônia no máximo histórico; e nos outros biomas, muito próxima do máximo histórico.

AGÊNCIA BRASIL: COM OS DADOS COLETADOS, NOTAM-SE INDÍCIOS DE AÇÕES CRIMINOSAS E/OU COORDENADAS?

Renata Libonati: O monitoramento por satélite não permite fazer distinção de que tipo de ignição originou determinado incêndio. O que posso dizer é que existem duas formas de iniciarmos um incêndio. A primeira é a forma humana, seja intencional ou criminosa. A segunda é a causa natural, que seriam os raios.

Percebemos um padrão que, de todos os incêndios que acontecem no Brasil, cerca de 1% é originado por raio. Todos os outros 99% são originados de ação humana. Desde maio até agora, não teve nenhuma ocorrência no Pantanal de incêndio começado por raio. Isso monitorado por satélite e com dados de descargas atmosféricas.

Isso nos indica que é fogo humano. Sabendo que existe decreto que tem proibido o uso do fogo em todas essas regiões devido à crise climática que a gente está vivendo esse ano, todos esses incêndios, mesmo que não tenham sido intencionais, são de alguma forma criminosos. Exceto quando é acidental.

AGÊNCIA BRASIL: SÃO LIGAÇÕES COM ATIVIDADES ECONÔMICAS, MAIS NOTADAMENTE A AGROPECUÁRIA?

Renata Libonati: Existem vários fatores que estão relacionados a esses inícios de incêndio. Por exemplo, o desmatamento, um fator que fica muito ligado ao início de incêndio, porque, em geral, utiliza-se o fogo em algumas situações de desmatamento.

A ocorrência dos incêndios no Brasil está intimamente relacionada ao uso da terra, às atividades econômicas, principalmente, ligadas ao desmatamento para abrir áreas de pastagem e agricultura e, quando já está consolidado, muitas vezes se utiliza o fogo por várias razões, e isso causa os grandes incêndios que estamos observando.

AGÊNCIA BRASIL: O FOGO, QUE JÁ FOI UM GRANDE ALIADO DA HUMANIDADE, ESTÁ CADA VEZ MAIS SE TORNANDO UM INIMIGO?

Renata Libonati: É muito importante não esquecer que o fogo nem sempre é ruim. Regiões como o Cerrado e parte do Pantanal, que são constituídas basicamente de regiões savânicas, são o que chamamos de dependentes do fogo. Precisam da ocorrência anual do fogo para manter a sua biodiversidade e padrão ecossistêmico. O que ocorre é justamente isso que você comentou, a ação humana alterou completamente o regime de fogo natural dessas regiões para um regime atual que é muito mais agressivo, no sentido que os incêndios são mais intensos, mais extensos e mais duradouros. Isso tem um efeito muito ruim mesmo em regiões que são dependentes do fogo.

É diferente da Amazônia e de qualquer floresta tropical, que a gente chama de ecossistemas sensíveis ao fogo. Quando ocorre, é altamente prejudicial. É sempre bom fazer essa distinção entre o Cerrado, Pantanal e Amazônia, porque as relações que cada ecossistema tem com o fogo são diferentes, e o uso do fogo precisa ou não ser tratado de forma diferente de acordo com o ecossistema.

AGÊNCIA BRASIL: COMO O SISTEMA ALARMES FAZ O MONITORAMENTO?

Renata Libonati: O sistema Alarmes foi lançado em 2020. Até aquela época, o monitoramento de área queimada por satélite era feito com atraso que podia chegar a três meses para a gente ter estimativas de quanto e de onde queimou. O sistema Alarmes veio para trazer uma informação que era muito requerida pelos órgãos de combate e prevenção, que era informação da área queimada de alguma forma rápida, em tempo quase real, para fazer as ações de planejamento do combate.

Nós utilizamos imagens de satélite da Nasa [agência espacial americana], aprendizado de máquina profundo [um método de inteligência artificial] e informações de focos de calor. Isso nos permitiu criar esses alertas rápidos. Enquanto antes nós precisávamos esperar de um a três meses para ter essas localizações do que queimou, nós temos essa informação no dia seguinte que queimou. Ele é atualizado diariamente com novas informações e vem sendo aprimorado através da colaboração com entidades públicas, privadas e até da sociedade. Nos ajudam a validar os nossos alertas e a qualidade dos nossos dados, por exemplo, através do sistema Fogoteca.

Brigadistas que estão combatendo tiram fotografias georreferenciadas e inserem isso no sistema como uma forma de saber que os nossos alertas estão corretos no tempo e no espaço. A Fogoteca vem crescendo desde então, nos auxiliando a melhorar essas estimativas com informação de campo, que é muito importante para validar e verificar a acurácia do monitoramento que fazemos por satélite.

AGÊNCIA BRASIL: HOUVE UMA ATUALIZAÇÃO ESTA SEMANA NO ALARMES, PARA AUMENTAR A PRECISÃO.

Renata Libonati: Essa diferença de dar a área queimada com atraso de três meses ou de um dia vai fazer com que você tenha uma melhor precisão quando tem mais tempo para trabalhar aquelas imagens do que quando você tem que fazer uma coisa muito rápida, quando perde um pouco a precisão. É aquele cobertor curto, quando eu tenho um processamento rápido, eu perco qualidade, mas ganho agilidade. Quando eu tenho um processamento lento, eu perco em agilidade, mas ganho em qualidade.

Os nossos alertas, por terem essa capacidade de identificar rapidamente o que que aconteceu, têm uma qualidade mais restrita que um dado mais lento. O que fizemos para atualizar isso foi juntar os dados mais lentos com os mais rápidos, de forma a diminuir essas imprecisões: efeitos de borda (superdimensionamento da área identificada) e omissões em casos específicos

AGÊNCIA BRASIL: O SISTEMA ALARMES É UMA FERRAMENTA. PARA CONTER A PROLIFERAÇÃO DE INCÊNDIOS NO PAÍS SÃO NECESSÁRIAS AÇÕES DA SOCIEDADE E GOVERNOS. COMO ESPECIALISTA NO ASSUNTO, SUGERE CAMINHOS?

Renata Libonati: A gestão do incêndio não passa apenas pelo combate. Muito pelo contrário, o pilar precisa ser a prevenção. Passa, por exemplo, por uma gestão da vegetação antes da época de fogo, fazer aceiros [terreno sem vegetação que serve como barreira para impedir a propagação do fogo], diminuir material combustível seco, muitas vezes através de queimas prescritas, quando se usa o que chamamos de "fogo frio", antes da época de fogo, quando a área ainda está úmida. Fragmentar a paisagem para quando chegar a época de fogo, ele não ter para onde ir porque você já tirou aquela biomassa dali, contendo o incêndio.

Essas técnicas de prevenção também englobam maior conscientização e educação ambiental sobre o uso do fogo. Maior fiscalização. Ações que precisam ser feitas de forma continuada ao longo de vários anos.

Diante das condições climáticas que estamos vivenciando nas últimas décadas e, principalmente, nos últimos anos, observamos que esses eventos extremos, como grandes secas e ondas de calor estão cada vez mais frequentes, duradouros e persistentes e essas são as condições que levam a grandes incêndios. Então qualquer ignição vai se propagar de uma forma muito rápida, muito intensa, e o combate é muito difícil.

Mesmo que tenhamos um empenho muito grande, como está acontecendo este ano por parte dos governos federal e estaduais empenhados no combate, mesmo assim essas condições climáticas são muito desfavoráveis ao combate. É muito difícil combater, por isso que é preciso sempre priorizar a prevenção. O Brasil deu um primeiro passo para isso, que foi a lei do Manejo Integrado do Fogo, aprovada o final de julho, sancionada pelo presidente da República.

Essa lei vai permitir uma mudança de paradigma na forma em que o Brasil realiza a sua gestão de incêndios, permitindo um pilar muito forte na prevenção do que propriamente no combate. Já demos um primeiro passo.

AGÊNCIA BRASIL: PODE SE DIZER QUE MUDANÇAS CLIMÁTICAS SÃO UMA AMEAÇA NÃO PARA O PLANETA, E, SIM, PARA A VIDA HUMANA?

Renata Libonati: O que estamos vivenciando hoje é um resultado do que a humanidade vem fazendo ao longo de várias décadas. Realmente é preciso fazer uma mudança na forma que a gente utiliza o planeta porque o nosso estilo de vida atual é incompatível com o bem-estar da nossa sociedade no futuro.

Se continuarmos a emitir gases do efeito estufa na mesma faixa que estamos hoje, vamos ter, os modelos climáticos indicam, nos 2050 até 2100, ocorrências muito mais frequentes de ondas de calor, de secas, enchentes como a que a gente viu no Rio Grande do Sul. Isso vai impactar diretamente a vida humana. É importante chamar atenção que sempre as pessoas que vivem em maior vulnerabilidade são aquelas que vão ser as mais impactadas.

AGÊNCIA BRASIL: VOLTANDO AO SISTEMA ALARMES, É UMA MOSTRA DE QUE A ACADEMIA ESTÁ CENTRADA PARA AS NECESSIDADES ATUAIS DA SOCIEDADE?

Renata Libonati: Essa ideia de que a universidade vive fechada nas suas quatro paredes já não procede. As universidades públicas, há algumas décadas, mudaram a forma de fazer ciência, passando por uma ciência que visa auxiliar na solução dos problemas que a nossa sociedade tem hoje. O Alarmes é, de fato, um bom exemplo de que todo o conhecimento gerado na academia pode ser utilizado na forma de trazer um benefício para a solução desses problemas. No caso, a gestão dos incêndios, que vai levar também a uma melhoria da qualidade do ar.

No caso do Alarmes, o desenvolvimento foi possível por conta de uma aproximação do Prevfogo [Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais] do Ibama [Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis], que financiou um edital no CNPq [Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico]. Foi um edital inédito e eles trouxeram os principais problemas que eles tinham. Um desses problemas era o monitoramento mais rápido da área queimada. Então é muito importante que haja investimentos públicos na universidade para que a gente possa ter condições de desenvolver e melhorar cada vez mais a inovação que podemos ter.

Nós tivemos também muitos investimentos de ONGs [organizações não governamentais], como Greenpeace, Wetlands Internacional, WWF, CEPF, Terra Brasilis. Uma série de ONGs preocupadas com a questão ambiental e que fomentaram algumas melhorias no sistema. Fonte: Agência Brasil - Rio de Janeiro -  Publicado em 20/09/2024

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segunda-feira, setembro 02, 2024

ORIENTAÇÕES PARA EVITAR A EXPOSIÇÃO À FUMAÇA INTENSA E NEBLINA, CAUSADAS POR QUEIMADAS

 Semanalmente, o Ministério da Saúde envia aos estados e DF o Informe Queimadas, com orientações e recomendações para evitar a exposição da população à fumaça intensa e neblina, causadas por queimadas.

O monitoramento de áreas sob influência de queima de biomassa é um dos campos de atuação da Vigilância em Saúde Ambiental e Qualidade do Ar (VIGIAR) e da Sala de Situação Nacional de Emergências Climáticas em Saúde, coordenado pelo Ministério da Saúde.

Além dos esforços de combate ao fogo, é fundamental que a população seja orientada sobre como se proteger, evitando, dentro do possível, a exposição aos poluentes.

O Ministério da Saúde recomenda as seguintes orientações para a população:

·        Aumentar a ingestão de água e líquidos ajuda a manter as membranas respiratórias úmidas e, assim, mais protegidas;

·        Reduzir ao máximo o tempo de exposição, recomendando-se que se permaneça dentro de casa, em local ventilado, com ar condicionado ou purificadores de ar;

·        As portas e as janelas devem permanecer fechadas durante os horários com elevadas concentrações de partículas, para reduzir a penetração da poluição externa;

·        Evitar atividades físicas em horários de elevadas concentrações de poluentes do ar, e entre 12 e 16 horas, quando as concentrações de ozônio são mais elevadas;

·        Uso de máscaras do tipo “cirúrgica”, pano, lenços ou bandanas podem reduzir a exposição às partículas grossas, especialmente para populações que residem próximas à fonte de emissão (focos de queimadas) e, portanto, melhoram o desconforto das vias aéreas superiores. Enquanto o uso de máscaras de modelos respiradores tipo N95, PFF2 ou P100 são adequadas para reduzir a inalação de partículas finas por toda a população;

·        Crianças menores de 5 anos, idosos maiores de 60 anos e gestantes devem redobrar a atenção para as recomendações descritas acima para a população em geral. Além disso, devem estar atentas a sintomas respiratórios ou outras ocorrências de saúde e buscar atendimento médico o mais rapidamente possível.

PESSOAS COM PROBLEMAS CARDÍACOS, RESPIRATÓRIOS, IMUNOLÓGICOS, ENTRE OUTROS, DEVEM:  

·        Buscar atendimento médico para atualizar seu plano de tratamento;

·        Manter medicamentos e itens prescritos pelo profissional médico disponíveis para o caso de crises agudas;

·        Buscar atendimento médico na ocorrência de sintomas de crises;

·        Avaliar a necessidade e segurança de sair temporariamente da área impactada pela sazonalidade das queimadas.

Fonte:  Ministério da Saúde- Publicado em 25/08/2024 

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terça-feira, agosto 27, 2024

INCÊNDIOS FLORESTAIS NO ESTADO DE SÃO PAULO

 GOVERNO DE SP EMITE ALERTA DE RISCO ELEVADO DE INCÊNDIOS FLORESTAIS PARA 16 REGIÕES


Resumo: Os incêndios no estado de São Paulo em 2024 atingiram o território paulista, no Brasil, na segunda quinzena de agosto de 2024. O aumento súbito nas ocorrências teve início em 22 de agosto, afetando vários pontos do interior paulista. A influência de uma onda de calor, o longo período sem chuvas, em função da estação seca, e o aumento dos ventos, em consequência da aproximação de uma frente fria, criaram condições para a propagação dos focos de fogo. No entanto, há registros de incêndios de origem criminosa. As queimadas atingiram pastagens, plantações e áreas de preservação e provocaram mortes e escurecimento do céu devido à fumaça.

EVENTO

A Defesa Civil alerta que, com exceção do litoral, todo o estado atingirá níveis abaixo dos 20% de umidade relativa do ar, aumentando riscos de incêndios

O Centro de Gerenciamento de Emergências da Defesa Civil do estado (CGE) emitiu alerta via SMS 40199 para 16 regiões do estado de SP sobre o risco de incêndios florestais.

Receberam a mensagem usuários cadastrados nas seguintes regiões: Capital, Região Metropolitana de SP, Araçatuba, Araraquara, Barretos, Bauru, Campinas, Franca, Itapeva, Marília, Presidente Prudente, Registro, Ribeirão Preto, São Jose dos Campos, São Jose do Rio Preto e Sorocaba.

Segundo o meteorologista do CGE, Willian Minhoto a umidade relativa do ar poderá atingir níveis críticos ao longo do dia. Segundo ele, com exceção do Litoral Paulista, todo o estado atingirá níveis abaixo dos 20% de umidade relativa do ar. As temperaturas também subirão bastante. Na Capital há previsão de máxima de 32°C. Em Ribeirão Preto e Araçatuba as máximas podem chegar aos 36°C.

O texto do SMS trazia a seguinte recomendação: “Risco elevado para incêndios florestais na região. Redobre a atenção em áreas de vegetação seca. Não coloque fogo no mato, isso é crime ambiental!”

MORADORES DE RIBEIRÃO PRETO DEIXAM CASAS CERCADOS POR FOGO E TEMPESTADE DE POEIRA

Com 14 focos de incêndio ativos no sábado, cidade viu tarde virar noite com fumaça densa e fuligem no céu; avião do governo vai auxiliar no combate aos incêndios

Uma forte tempestade de poeira e fuligem de queimadas em canaviais atingiu cidades do interior de São Paulo e piorou os efeitos dos incêndios registrados nas últimas 48 horas. Ribeirão Preto tem 14 focos de incêndio ativos na noite de sábado (24), inclusive na área urbana, segundo a prefeitura, o que tem gerado medo nas pessoas devido ao agravamento dos problemas e a evacuação de moradores de um condomínio de luxo.


RECURSOS DISPONÍVEIS DE COMBATE AO FOGO

A mobilização de esforços para combater o fogo continua neste domingo em todo o estado, com foco em Ribeirão Preto, hoje uma das mais críticas. A atuação do Estado ocorre em parceria com o governo federal por meio das Forças Armadas. Além de três helicópteros da Polícia Militar que já atuam na operação, a Força Aérea Brasileira enviou uma aeronave KC-390 e dois helicópteros para ajudar no combate às queimadas. Mais 28 veículos pesados, caminhões do Corpo de Bombeiros, são destinados à cidade.

A ação conta ainda com cinco drones da Fundação Florestal, seis do Corpo de Bombeiros e uma aeronave de asa fixa para debelar os incêndios na Área de Proteção Ambiental (APA) de Ibitinga. O setor canavieiro, por sua vez, também está apoiando o estado com carros-pipa e brigadistas, e ainda há suporte das empresas de construção com contratos com o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) e que operam para as concessionárias de rodovias nos contratos geridos pela Artesp. O Centro de Triagem e Recuperação de Animais Silvestres (CETRAS) também atua na operação.

RECURSOS PESSOAIS

Mais de 7,3 mil profissionais e voluntários estão mobilizados no combate às chamas e na orientação da população.

GABINETE DE EMERGÊNCIA

O gabinete de pronta resposta, instalado na sexta-feira (23/08), permanece ativo no âmbito da Operação SP Sem Fogo, que integra especialistas da Defesa Civil do Estado e das secretarias da Segurança Pública (SSP), Agricultura e Abastecimento, e Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil).


CALOR EXTREMO E ESTIAGEM

Em meio à estiagem, calor extremo e incêndios que causaram transtornos e medo a moradores do interior de São Paulo, o estado registrou entre quinta-feira (22) e sexta-feira (23) 2.316 focos de fogo, número quase 7 vezes maior do que o registrado em todo o mês de agosto do ano passado, quando foram contabilizados 352 incidentes.

Os registros, segundo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), colocam São Paulo no topo da lista de incêndios do país no fim desta semana, inclusive à frente de estados da Amazônia Legal, que enfrentam uma temporada recorde de queimadas - com fumaça chegando a 10 estados, incluindo São Paulo e até o Rio Grande do Sul.

FATORES DE AGRAVAMENTO DOS INCÊNDIOS

Alta temperatura, ventos muito fortes e baixíssima umidade relativa do ar nesses últimos dias.

VÍTIMAS E EVACUAÇÃO

Duas pessoas morreram e mais de 800 tiveram que deixar suas casas desde que o fogo começou, na sexta-feira (23), segundo dados do governo estadual.

ÁREA QUEIMADA

·        Mais de 20 mil hectares já foram queimados na região, que teve mais de 2.300 focos de incêndio em apenas três dias, de acordo com a Defesa Civil.

·        Área destruída de canavial e rebrota: 59 mil hectares

ESTIMATIVA DE PREJUÍZOS

·        Os prejuízos provocados pelas queimadas superem o valor de R$ 1 bilhão.

·        Estimativa de prejuízo dos produtores de cana: 350 milhões de reais

CAUSA PROVÁVEL

Incêndio criminoso

INCÊNDIO CONTROLADO

Segundo o governador, São Paulo não tem mais nenhum foco ativo de incêndio. Até o final da noite de domingo (25), o estado ainda tinha seis pontos.

Segundo o governador disse nesta segunda-feira (26) que São Paulo não tem mais nenhum foco ativo de incêndio. Até o final da noite de domingo (25), o estado ainda tinha seis focos. Fontes: Portal do Governo - seg, 19/08/2024; Portal do Governo - dom, 25/08/2024; g1 SP, GloboNews - 26/08/2024, Wikipédia - 2 de setembro de 2024.       



OCORRÊNCIAS EM ANDAMENTO

FOCOS INCÊNDIOS EM ATIVIDADES

Cinco cidades do interior paulista estão com focos de incêndio ativos no  sábado (31/08), informou a Defesa Civil do estado de São Paulo. Segundo o órgão, os focos de fogo foram verificados nas cidades de Morro Agudo e Pedregulho, ambos na região de Franca; em Altinópolis e Franca, na área de Ribeirão Preto; e em Fernandópolis, na região de São José do Rio Preto.

Os agentes de Defesa Civil, bombeiros, brigadistas voluntários e equipes de grupos privados estão atuando em todos estes locais para o combate às chamas. Fonte: Agência Brasil - São Paulo- 31/08/2024

02/09/2024 - COM CLIMA SECO, ESTADO DE SP TEM 4 CIDADES COM FOCOS DE INCÊNDIO

O estado de São Paulo tem quatro focos de incêndios ativos na segunda-feira (2), nas cidades de Pedregulho, Jardinópolis, Dois Córregos e São Simão, de acordo com a Defesa Civil. Outros 48 municípios estão em alerta máximo para incêndios.

Mapa de risco divulgado pela Defesa Civil  (02/09/2024) mostra que a maior parte do estado está em nível de emergência para incêndios, o mais alto.

As áreas estão coloridas em diferentes tonalidades, com roxo indicando risco elevado, vermelho para risco alto e amarelo para risco baixo. No canto inferior direito, há uma legenda com as categorias de risco: EMERGÊNCIA, ALERTA, ALTO e BAIXO. Fonte: Folha de São Paulo -2.set.2024




12/09/2024 - SP TEM 15 CIDADES COM FOCOS ATIVOS DE INCÊNDIO E GOVERNO PRORROGA FECHAMENTO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO E PARQUES

Por conta da situação alarmante, parques e unidades de conservação permanecerão fechados até o dia 29 de setembro.

O estado de São Paulo tem 15 cidades com focos ativos de incêndio, segundo informou a Defesa Civil na manhã desta quinta-feira (12).

A Defesa Civil, afirmou que as equipes estão empenhadas em combater as chamas dos focos ativos nos municípios de São Paulo, utilizando recursos terrestres e nove aeronaves. O calor extremo, ventos fortes e locais de difícil acesso complicam ainda mais o trabalho dos brigadistas.

Todo o estado, entretanto, está em situação de emergência por conta do alto risco de incêndios. O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) já registrou quase mil incêndios em setembro deste ano no estado de SP.

Por conta da situação alarmante, o governo prorrogou o fechamento dos parques e unidades de conservação até o dia 29 de setembro. Fonte: g1 SP — São Paulo - 12/09/2024


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quinta-feira, junho 20, 2024

DEFESA CIVIL APONTA RISCO ALTO DE INCÊNDIOS PARA O ESTADO DE SP

 O CGE (Centro de Gerenciamento de Emergência) da Defesa Civil de São Paulo publicou na segunda-feira (17) uma previsão que alerta para o alto risco de incêndio em todo o estado durante a semana, com destaque para as regiões centro e oeste.

O mapa de risco é um instrumento que ajuda a Defesa Civil no monitoramento de queimadas em vegetação durante o período de estiagem.

Ele mostra uma cor totalmente avermelhada, o que chamou a atenção de técnicos da Defesa Civil. Nas regiões centro e oeste, a cor roxa indica grau máximo de risco, em uma situação bastante crítica.

A imagem mostra seis mapas de uma mesma região em dias consecutivos, indicando o risco de incêndio de 17 a 22 de junho de 2024. Cada mapa é colorido de acordo com o nível de risco, variando de baixo (amarelo) a emergência (roxo), e inclui a legenda correspondente. Os mapas são marcados com o logotipo do Climatempo e da Defesa Civil de São Paulo, indicando que são fontes oficiais de monitoramento de riscos ambientais 

Mapas indicam o risco de incêndio até o dia 22 de junho no estado de São Paulo - Defesa Civil/Divulgação

A explicação para o risco elevado de incêndios florestais é a ausência de chuva e a baixa umidade relativa do ar em todo o território paulista.

"O estado de São Paulo possui um outono e inverno com climatologia de tempo mais seco, com tendência para que a umidade relativa do ar diminua significativamente, atingindo níveis mais críticos diariamente, ou seja, valores abaixo dos 30% em praticamente todas as áreas monitoradas", explica Willian Minhoto, meteorologista da Defesa Civil.

O tempo seco e quente deve permanecer pelo menos até a próxima segunda-feira (24), com ausência completa de chuva e umidade relativa do ar abaixo dos 30% em diversos municípios.

Segundo estudos do Painel Geoestatístico dos Incêndios Florestais em Unidades de Conservação e Áreas Protegidas, da Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística, em 2023 mais de 90% dos 158 focos de incêndio em áreas protegidas tiveram como causa ações humanas que poderiam ter sido evitadas.

Por isso, a Defesa Civil recomenda medidas de prevenção como não colocar fogo em áreas de vegetação seca, não jogar bitucas de cigarro em beiras de rodovias, não realizar a limpeza de áreas rurais utilizando técnicas de fogo, não queimar lixo e não soltar balão.

Em 2023, a área total atingida por incêndios florestais foi de 1.030 hectares em todo o estado de São Paulo. Em 2022 o número foi de 7.181, ou seja, houve uma queda de 86% de um ano para outro.

MONITORAMENTO

O software da Defesa Civil funciona 24 horas por dia e é alimentado a partir de algoritmos que compilam dados sobre elementos como o nível de chuva, cobertura vegetal, umidade do ar e do solo, temperatura e velocidade do vento.

O mapa disponibiliza modelos com previsão para os próximos cinco dias. A escala possui quatro níveis e vai do risco baixo (cor amarela) ao risco emergência (cor roxa).

Diariamente, o CGE encaminha o mapa de risco de incêndio para todas as coordenadorias municipais. As que estão em uma área com risco mais elevado recebem um indicativo de alerta para adoção de medidas de prevenção, como vistorias nas áreas mais suscetíveis às queimadas, construção de aceiros e intensificação das campanhas de conscientização. Fonte: Folha de São Pulo - 18.jun.2024

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quarta-feira, dezembro 06, 2023

QUANDO O PARANÁ VIROU UM INFERNO.

 Há exatamente 60 anos, o Paraná ardia em chamas. Uma série de incêndios florestais entre os meses de agosto e setembro de 1963 causou uma tragédia histórica

Os meses de agosto e setembro são meses de fortes estiagem no Paraná e o estado vinha passando por um período bem seco. Ainda era inverno, a temperaturas ficaram baixas e os campos do Paraná estavam secos em razão das fortes geadas daquele ano. Como era de costume, os lavradores faziam pequenas queimadas para limpar o terreno. Com os fortes ventos, não demorou muito para o fogo avançar sem controle. Essa combinação de fatores foi o estopim para o fogo se alastrar pelo interior do Paraná.

INÍCIO DOS INCÊNDIOS

Os incêndios começaram a atingir os municípios de Ortigueira, Tibagi, Arapoti, Jaguariaíva até Sengés.

As regiões do Paraná que mais sofreram com a tragédia foram as cidades de Ortigueira, Curiúva, Tibagi, Sapopema, Arapoti, Cândido de Abreu, Barbosa Ferraz, Telêmaco Borba, Reserva, Ivaiporã, Roncador, Palmital, Pitanga, Piraí do Sul, Castro, Ponta Grossa, Faxinal, Campo Mourão e Inajá.

IMPACTOS

As chamas se estenderam a Sengés e Jaguariaíva, o que provocou a perda de, pelo menos, 15 milhões de araucárias na região, sem contar os danos irreversíveis causados à floresta que abriga essa importante espécie ameaçada de extinção. O relatório do governo estadual da época apontou que o município de Ortigueira teve 90% da área queimada.

Mais de 70% das reservas florestais das Indústrias Klabin de Papel e Celulose, cultivadas em uma fazenda de Tibagi, se perderam. Só nesse local, 200 milhões de araucárias foram destruídas. As perdas em todo o Paraná foram, na época, calculadas em 200 milhões de cruzeiros.

Ao todo, 128 cidades das Regiões Norte, Central e dos Campos Gerais foram afetadas. Dois milhões de hectares foram completamente devastados ao longo de dois meses. "Foram 20 mil hectares de plantações, 500 mil de florestas nativas e 1,5 milhão de campos e matas secundárias", relata o pesquisador Antônio Carlos Batista, professor de Engenharia Florestal da Universidade Federal do Paraná.

Aproximadamente 8 mil imóveis, entre casas, galpões e silos, foram queimados . Cerca de 5,7 mil famílias – a grande maioria formada por trabalhadores rurais – ficaram desabrigadas. Tratores, equipamentos agrícolas e incontáveis veículos foram atingidos pelo incêndio.

Milhares de animais foram mortos, entre animais silvestres e animais de criação. Os prejuízos foram enormes, devastando lavouras inteiras, reflorestamentos, muitas fazendas e vilas. Ao todo o incêndio atingiu 128 municípios paranaenses. Principalmente municípios da região do norte pioneiro e campos gerais, além de alguns municípios da região central e norte do estado.

As perdas em todo o estado eram calculadas em 200 milhões de cruzeiros. O Paraná essencialmente agrícola na época, viu sua atividade econômica parar.

AJUDA

A ajuda para combater os incêndios veio de outros estados, com a oferta de helicópteros e aviões. Cerca de quatro mil membros do Exército, da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros tentavam evitar um cenário ainda pior – se é que isso ainda parecia possível. Também foram enviados ao Paraná medicamentos, ferramentas agrícolas, roupas e alimentos de diversos países, como Estados Unidos, Itália, Japão, China e Suíça.

CONTROLE DO INCÊNDIO

Foi somente com a volta da chuva,  o incêndio foi controlado.

ESTADO DE CALAMIDADE

Em 28 de agosto de 1963, o governo do Paraná decretou “Estado de Calamidade Pública”. O fato foi motivado pela destruição provocada pelos incêndios e pelos problemas sociais trazidos com ele, como o alto índice de desabrigados e desempregados. A atividade agrícola na época ficou, praticamente, parada em todo o Paraná.

DA TRAGÉDIA À PREVENÇÃO

O incêndio de 1963 ficou conhecido como o maior do país. Sobre o Paraná, após a tragédia de 1963, a segunda maior devastação por fogo foi em 1999, quando 6.610 focos devastaram 126.864 hectares, segundo dados do Corpo de Bombeiros divulgados pela Coordenadoria Estadual da Defesa Civil.

Desde o registro da tragédia de 1963, o Paraná passou a se preocupar com a prevenção e o combate a incêndios florestais, inserindo, a partir de 1967, um curso voltado para esse tipo de ação no Corpo de Bombeiros e investindo em treinamentos para os membros da corporação. Desde 1998, o estado conta com um Plano Estadual de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais – Mata Viva , que articula órgãos públicos, empresas da iniciativa privada, mídia e segmentos organizados da sociedade para prevenir e combater os incêndios florestais. Fontes: Wikipédia - 7 de setembro de 2023; Gazeta do Povo - 28/08/2019; Gazeta do Povo - 09/08/2013  

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quinta-feira, novembro 14, 2019

Incêndio no Pantanal

CENÁRIO
O bioma Pantanal é considerado uma das maiores extensões úmidas contínuas do planeta. Este bioma continental é considerado o de menor extensão territorial no Brasil.  A sua área aproximada é 150.355  km² (IBGE,2004), ocupando assim 1,76% da área total do território brasileiro. Em seu espaço territorial o bioma, que é uma planície aluvial, é influenciado por rios que drenam a bacia do Alto Paraguai.

O Pantanal sofre influência direta de três importantes biomas brasileiros:
■Amazônia,
■Cerrado e
■Mata Atlântica.
Além disso, sofre influência do bioma Chaco (nome dado ao Pantanal localizado no norte do Paraguai e leste da Bolívia).

Estudos indicam que o bioma abriga os seguintes números de espécies catalogadas:
■263 espécies de peixes,
■41 espécies de anfíbios,
■113 espécies de répteis,
■463 espécies de aves e
■132 espécies de mamíferos sendo 2 endêmicas.
Segundo a Embrapa Pantanal, quase duas mil espécies de plantas já foram identificadas no bioma e classificadas de acordo com seu potencial, e  algumas apresentam vigoroso potencial medicinal.

INCÊNDIOS

Inicio
Um incêndio de grandes proporções atinge desde o último domingo (27) uma extensa área de pantanal entre os municípios de Aquidauana, Miranda e Corumbá, em Mato Grosso do Sul. O fogo se espalhou por cerca de 50 mil hectares, tamanho equivalente ao da cidade de Maceió.
As chamas, que se alastraram rapidamente pela mata seca, impulsionadas pelo vento, deixaram a área encoberta por nuvem de fumaça e fuligem.

Causa
Segundo os bombeiros, o incêndio começou na região do Morro do Azeite e do Passo do Lontra em seis pontos isolados e distantes uns dos outros, o que eleva a probabilidade de que tenha sido provocado pela ação humana.
"Não é possível dizer ainda que foi criminoso, porque não foi feita perícia, mas certamente é fruto da ação do homem, seja por negligência ou por imprudência”, afirma o tenente-coronel Fernando Carminati, do Corpo de Bombeiros. “Fizemos um sobrevoo na segunda-feira [28] e vimos que era de grandes proporções. Então pedimos reforço de efetivo e apoio de outras instituições."

RECURSOS DISPONÍVEIS
Bombeiros e equipamentos disponíveis
Ao todo, 33 bombeiros trabalham das 8h às 21h no campo para conter o fogo. No solo, a mata é densa e de difícil acesso, e os bombeiros são guiados por uma equipe que acompanha a evolução do incêndio por meio de dois helicópteros. Três aviões auxiliam jogando água sobre as chamas.

Reforços
Ao todo, 151 pessoas, entre bombeiros e funcionários rurais, estão mobilizadas no combate ao fogo. Em uma única propriedade, houve mais de 40 mil hectares queimados.
Em 5 de novembro  chegou reforços de bombeiros do DF compostos por uma aeronave capaz de transportar até 3.100 litros de água e mais 35 homens para o combate o fogo.

Comunicações e apoio
A partir de 02 de novembro, o Exército também dará apoio ao combate aos focos no Rio Negro, deslocando para a área uma cozinha de campanha, reservatório de água potável e equipe para instalação de sistema de comunicação, que é uma das dificuldades operacionais no contato entre as ações por terra com as aeronaves. A região terá uma base operacional, que está sendo instalada na Fazenda Barranco Alto.

“Estamos atualmente com 91 focos em toda a área monitorada”, informou o coordenado da Coordenadoria de Defesa Civil do Estado, tenente-coronel Fábio Catarinelli, com base em dados de satélites. O comando da Operação Pantanal 2 anunciou a chegada do avião Air Tractor do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal.

Regiões afetadas
Os principais municípios atingidos foram;
■Corumbá, na fronteira com a Bolívia, 440 km distante de Campo Grande.
■Miranda e Aquidauana, 210 km e 150 km distante de Campo Grande. A BR-262, que liga esses municípios, está interditada em diversos trechos, alguns deles com mais de 10 km, para que a força-tarefa possa trabalhar no controle das chamas. O trabalho reúne Corpo de Bombeiros, Exército e Ibama/PrevFogo.

Devido à fumaça na pista, a Polícia Rodoviária Federal tem recomendado que população evite dirigir à noite tanto pela BR-262 quanto pela Estrada Parque, uma rota alternativa em meio a fazendas turísticas e de produção.

Infraestrutura e comercio interrompidos
Além da fumaça, Corumbá e Miranda enfrentam falta de acesso à internet, uma vez que o incêndio danificou a fibra óptica que leva internet aos municípios.  
A população tem sofrido também com queda de energia em consequência das queimadas. Segundo a Energisa, empresa de abastecimento de energia elétrica nas cidades, “as queimadas provocam o desligamento de linhas e consequentes variações de tensão na rede elétrica que atende Corumbá, Aquidauana e Miranda".
Corumbá está sem abastecimento de água em alguns bairros, já que a bomba de captação da cidade parou de funcionar.
Os desdobramentos das queimadas são sentidos em diversos setores, incluindo o comércio, que não tem conseguido efetuar vendas em cartões de crédito ou débito por conta da falta de internet, e a saúde pública.
Na  quinta-feira (31), a prefeitura emitiu nota informando a população de que devido aos problemas ocasionados pela falta de internet, a rede pública de saúde está impossibilitada de agendar consultas e também de entregar exames.

Propagação do fogo, fora de controle
O grande incêndio na região do Pantanal em Mato Grosso do Sul já atingiu uma área de 1.200 km2 , comparável à da cidade do Rio de Janeiro.

A estimativa da destruição foi feita pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). O número, porém, já aumentou e tende a crescer porque ainda há focos de incêndio, segundo Fábio Catarinelli, coordenador da Defesa Civil de Mato Grosso do Sul. Apesar dos esforços, não há previsão do fim do fogo.
 “A situação está bem crítica, a temperatura está alta, a umidade está baixa, a vegetação está muito seca e esses fatores agravam a situação do incêndio. O fogo é voraz e até área alagada, cuja vegetação pega fogo por cima, queima muito rápido. Utilizamos um parâmetro que se chama 'risco de fogo', e no Pantanal ele está entre alto, muito alto e crítico”, diz Catarinell.

O principal desafio para conter e apagar as chamas é a densidade da mata e as áreas alagadas. O fogo passa por cima da água, por entre as copas das árvores, e segue queimando por cima de pântanos. Bombeiros relataram ter visto animais que fugiram desesperadamente e ainda assim morreram devido a queimaduras.
Em 04 de novembro, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), já foram queimados 122 mil hectares na região de Corumbá e Miranda.

Emergência
Devido à gravidade do incêndio, o governo estadual publicou, no último dia 31 outubro, resolução no Diário Oficial proibindo queimadas controladas por mais um mês, até dia 30 de novembro. Na mesma linha, a Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil apontou a situação de emergência das cidades de Aquidauana, Bonito, Miranda e Corumbá, todos os destinos turísticos que estão prejudicados pelos incêndios e seus desdobramentos, como falta e/ou oscilação de energia elétrica, água e internet.

Fauna e flora
Mata à dentro, animais mortos queimados. Entre eles, jacarés. Outros tentam fugir dos focos de calor e das chamas.
Araras ameaçadas descreve Neiva Guedes, coordenadora do Instituto Arara Azul, espécie vulnerável e em risco de extinção. Segundo ela, os efeitos das queimadas podem perdurar por até um ano no ambiente.
Como a arara-azul é uma espécie de dieta restrita a basicamente dois tipos de frutos (acuri e bocaiúva), a destruição das palmeiras torna os alimentos escassos.
"Agora, estamos em época reprodutiva e os efeitos perduram com o passar do tempo. Vai demorar para as palmeiras se recuperarem e surgirem cachos de frutos para que as araras se alimentem", diz Guedes.

Em termos imediatos, as queimadas causaram perdas diretas ou indiretas a 49% dos ninhos monitorados na estação natural de reprodução do Instituto. Além de ninhos, ovos e filhotes queimados, parte dos animais morreu devido ao calor das labaredas, por desidratação ou asfixia causada pela fumaça.
Para Felipe Dias, agrônomo e diretor-executivo do Instituto SOS Pantanal, as queimadas significam a “perda ainda imensurável" de animais e plantas. Segundo ele, apesar de as queimadas serem recorrentes no Pantanal em época de estiagem, nesse ano, a proporção das chamas surpreendeu a todos.
 “Alguns animais fogem, mas de que adianta se o alimento, como certas plantas, se perdeu? Há também perda enorme de espécies cuja característica é a lentidão e que estão na base alimentar de outras, como insetos, répteis e anfíbios", diz.

Controle do fogo
Após 13 dias de incêndio, bombeiros anunciaram no sábado, 9 de novembro, q     eu controlam o fogo no Pantanal.
Até esta sexta-feira, 8 de novembro, foi contabilizada a destruição de aproximadamente 173 mil hectares, área superior a da cidade de São Paulo.
O fogo atingiu seis municípios: Aquidauana, Anastácio, Miranda, Bodoquena, Rio Negro e Corumbá.
As chuvas que atingem a região ajudaram na redução dos focos, segundo o Corpo de Bombeiros. As chamas chegaram a atingir as proximidades do Parque Estadual do Rio Negro, localizado na região central do Pantanal.  

Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) informam que, em outubro, foi registrado o maior número de queimadas no Pantanal nos últimos 17 anos. O balanço do instituto registra 2.430 focos de incêndio no mês no bioma, número 1.925% maior do que o verificado em outubro do ano passado.

Pantanal - Balanço

Em outubro, o Pantanal teve o maior número de focos de incêndio para o mês em 17 anos, com 2.430 registros, segundo dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) sobre a região do bioma em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
O fogo seguiu novembro adentro e apenas no período de 27 de outubro a 9 de novembro consumiu 1.730 km² em Mato Grosso do Sul, uma área maior que a da cidade de São Paulo (1.521 km²).
Também de acordo com o Inpe, em 2019 o Pantanal teve a maior extensão de terra queimada dos últimos 12 anos.
Entre janeiro e outubro, foram 18.138 km² atingidos por focos de incêndio. Em todo o ano de 2007, foram 18.699 km².

Chuva
Segundo o Centro de Monitoramento do Tempo e Clima (Cemtec), no fim de outubro os ventos eram de até 40 km/h e a umidade relativa do ar era de 10%. Após as chuvas, a umidade subiu para 35% e chegou a 95% nos municípios atingidos. “Choveu de encharcar o solo”, diz Catarinelli.
Marcelo Seluchi, meteorologista e coordenador-geral de operações e modelagem do Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais), diz que as chuvas já estavam abaixo do normal esperado para essa época do ano há pelo menos três meses, o que facilitou a propagação das chamas.
O período de chuvas na região depende da passagem de frentes frias que, neste ano, tiveram um comportamento incomum e “passaram batido” por Mato Grosso do Sul.

Clima
Clima seco, temperaturas altas e ventos fortes criam ambiente propício para propagação das chamas.

Queimadas
Catarinelli diz que 90% das queimadas são de causa humana, seja por ação ou omissão do homem. “É cultural que, após um longo período de estiagem, assim que há uma previsão de chuva, as pessoas coloquem fogo como método de ‘limpeza’ do campo, prática que é ilegal”, diz.
Julio Sampaio, gerente do programa Cerrado e Pantanal da ONG WWF-Brasil, também diz que a culpa é do mau uso do fogo em áreas de pasto. Segundo ele, a limpeza de áreas de pasto com o fogo pode acabar saindo do controle.

Interrupções
Serviços como abastecimento de energia, água e internet foram prejudicados em seis municípios (Aquidauana, Miranda, Corumbá, Rio Negro, Anastácio e Bodoquena), paralisando parcialmente serviços públicos de saúde, como agendamentos de consultas e entrega de exames, e transações bancárias que dependiam de internet. Fontes: Folha de São Paulo – 1º nov a 12.nov.2019, UOL Noticias -09/11/2019, Midia Max‑ 02/11/2019





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sexta-feira, setembro 20, 2019

Redemoinhos de fogo se formam durante queimadas em Goiás


'Redemoinho de fogo' se forma durante queimada em fazenda em Goiás

Uma cena impressionante chamou a atenção de trabalhadores rurais em uma fazenda às margens da GO-210, em Santa Helena de Goiás, região sudoeste de estado. Durante uma queimada em um pasto, um grande "redemoinho de fogo" se formou..

O fenômeno aconteceu na tarde de terça-feira (10). É possível ver um caminhão-pipa próximo à labareda, que alcança vários metros de altura. Uma grande cortina de fumaça também foi formada.
Em certo momento, há uma espécie de "explosão" na base do redemoinho. Funcionários da própria fazenda conseguiram controlar o fogo. Fonte: G1 GO-11/09/2019,









Novo 'redemoinho de fogo' é registrado em Santa Helena de Goiás

É a segunda vez que o fenômeno é registrado na cidade em apenas dois dias.  Um grande "redemoinho de fogo" foi flagrado durante uma queimada na plantação de cana de uma fazenda, em Santa Helena de Goiás, região sudoeste do estado. É o segundo registro do fenômeno na cidade em apenas dois dias.
O  redemoinho se forma em uma lavoura próxima à GO-325, na quinta-feira, 12 de setembro.. É possível ver que parte do terreno está em chamas, em meio a uma gigantesca cortina de fumaça. O fenômeno aconteceu na quinta-feira, 12 de setembro.

RISCOS

Segundo os redemoinhos de fogo são bastante perigosos. Na presença de um, o aconselhável é se afastar. A orientação é ficar a pelo menos 80, 100 metros. A ação dos bombeiros é de isolar a área e esperar o fogo se dissipar sozinho. Fonte: G1 GO-13/09/2019


Terceiro redemoinho de fogo é visto em Goiás em menos de uma semana

Em quase uma semana, três redemoinhos de fogo foram registrados em Goiás. O último deles ocorreu em Jandaia, na região Sul do Estado, nesse último final de semana durante uma queimada em uma plantação de cana-de-açúcar. As labaredas ganharam altitude e puderam ser vistas de longe, o que assustou as pessoas que estavam próximas.

Apenas depois que o fogo se dissipou no canavial é que os agricultores ficaram mais aliviados. "Esperamos que as coisas normalizem. Porque toda família ficou muita assustada com a altura das labaredas”, contou um deles . O Corpo de Bombeiros não foi acionado para combater as chamas.

MOTIVO
O meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Olívio Bahia, explica que o fenômeno ocorre basicamente por conta da forte temperatura da superfície e da camada de ar pouco acima, o que faz a pressão atmosférica baixar na região. Assim, uma grande diferença de pressão ocorre entre as áreas próximas, gerando uma turbulência, o que leva esse ar quente de forma rápida para o alto em forma de espiral. “E como próximo desse redemoinho tem fogo, ele acaba aspirando o que tem ali por perto e elevando, formando uma coluna de fogo”, relatou.


A recomendação é para que, ao se deparar com um evento como esse, as pessoas se afastem. Por conta do tempo seco, há uma preocupação também com as faíscas que esse tipo de redemoinho pode soltar em outras áreas. “São novos pontos de ignição que podem provocar novos focos de incêndio”, disse o meteorologista. Fonte: G1 GO - 16/09/2019

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COMO SE FORMA UM TORNADO DE FOGO
Tornado de fogo ou redemoinho de fogo  não são formados por condições atmosféricas elevadas; eles são criados pelo ar quente e seco que sobe rapidamente do solo. Nesse sentido, eles têm mais em comum com turbilhões normalmente se formam em dias quentes e ensolarados, quando o solo aquece o ar próximo.

A FÍSICA DE UM TORNADO DE FOGO
À medida que o ar quente sobe do solo, ele forma colunas verticais, ou "chaminés", até se tornar menos denso, esfriar e depois se dissipar em altitudes mais altas. À medida que mais ar quente é puxado para a coluna ascendente, ele começa a girar em um vórtice, não muito diferente do vórtice que se forma quando a água escorre da banheira.
Esses vórtices são criados pelo momento angular de fluidos (líquidos ou gases como o ar). O momento angular determina que, à medida que um objeto se aproxima do centro de rotação, ele acelera. Patinadores em figura demonstram isso quando puxam seus membros em direção ao centro de seus corpos, o que os faz girar mais rápido.
Em um redemoinho de poeira, o ar quente girando para cima em um vórtice,  pega areia, sujeira, folhas e tudo o mais que estiver no chão. Um tornado ou redemoinho de fogo, no entanto, pega brasas em chamas, cinzas, gases quentes e detritos combustíveis, criando uma torre aterradora de chamas que pode se estender por centenas de metros no ar.

UM TORNADO DE FOGO É PERIGOSO?
A maioria de tornado de fogo  dura alguns minutos - razão pela qual  raramente eles são capturados em vídeos. À medida que o ar quente sobe e esfria, sua força diminui e qualquer combustível que cria o tornado de fogo acabará se queimando.

No entanto, os incêndios podem ser extremamente perigosos - as temperaturas podem chegar a 1.093 graus Celsius em um tornado  de fogo. Além disso, como se movem rapidamente, eles podem deixar  uma faixa de destruição por uma distância considerável em apenas alguns segundos e propagar fogo por uma ampla área.

Até os especialistas às vezes se surpreendem com a força destruidora de um redemoinho  de fogo : em 2000, um redemoinho de fogo sob observação de uma equipe do Departamento de Florestas e Proteção contra Incêndios da Califórnia pulou uma faixa limpa de terreno, atingiu e levantou o veiculo SUV , jogando contra o solo, ferindo  um membro da tripulação.

Em 1926,     um incêndio provocado por um raio que atingiu um tanque de óleo numa fazenda, ^na Califórnia, ardeu por cinco dias e resultou uma série de tornado de fogo,  que percorreu em direção a leste,  atingiu uma casa, levantando-a no ar e carregando-a através de um campo até cair, destruindo a casa e matando duas pessoas. Fonte: Whirling Flames: How Fire Tornadoes Work, By Marc Lallanilla May 16, 2014 Planet Earth

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quinta-feira, setembro 20, 2018

Bombeiros canadenses enfrentam 'tornado de fogo'

Bombeiros que tentavam apagar um dos vários incêndios florestais que atingem o oeste do Canadá foram surpreendidos por um tornado de fogo..
O tornado formado por fumaça, fogo e cinzas sugou a mangueira de um grupo de bombeiros que combatia as chamas ao longo de uma estrada de terra nos arredores de Vanderhoof, na Columbia Britânica.
Um membro do grupo, a bombeira M.C. Schidlowsky, disse  que três de seus companheiros lutaram para não ser arrastados pelo tornado, enquanto tentavam controlar a mangueira. O tornado de fogo destruiu nossa linha e lançou troncos em chamas em nossa direção por 45 minutos e  a mangueira a mais de 30 metros no ar.  
Uma área recorde de 1,3 milhão de hectares de florestas na Columbia Britânica foi devorada por 2.066 incêndios nos últimos meses, alimentados pelo clima quente e seco.
Atualmente, 333 incêndios florestais persistem, segundo as autoridades, incluindo 10 que permanecem desde junho. Fonte: G1-20/09/2018  

Comentário:
Um redemoinho de fogo, também chamado de tornado de fogo, é um raro fenômeno no qual o fogo, sob certas condições (dependendo da temperatura do ar e das correntes de ar) adquire uma vorticidade (rotação)  vertical e forma um redemoinho ou uma coluna de ar de orientação vertical similar a um tornado.
Propriedades
A maioria dos grandes tornados de fogo surge a partir de incêndios florestais nos quais estão presentes correntes de ar quente ascendente e convergentes. Usualmente eles têm de 10 a 50 metros de altura e uns poucos metros de largura e duram somente alguns segundos. Alguns podem ter mais de um quilômetro de altura, conter ventos superiores a 160 km/h e durar mais de 20 minutos. Fonte: Wikipédia


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