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domingo, junho 02, 2024

COMO 'A CHUVA DO MILÊNIO' OBRIGOU COPENHAQUE A SE TRANSFORMAR

 Embora seja uma das rotatórias mais movimentadas do leste de Copenhague, o ar em Sankt Kjelds Plads não é pesado, não tem o cheiro e a textura dos gases de escape. E, em vez do rugido dos motores, a paisagem sonora é caracterizada pelo som melodioso produzido por pássaros.

A rotatória, que é cercada por arbustos e árvores, faz parte de um experimento em grande escala para transformar os espaços públicos da capital dinamarquesa. A ideia é tornar Copenhague mais "habitável", criando locais para os cidadãos se encontrarem e um habitat para a biodiversidade, ao mesmo tempo em que cria engrenagens em uma máquina de controle de enchentes.

CHUVA DO MILÊNIO

Essa transformação foi desencadeada pelos eventos de 2 de julho de 2011, quando Copenhague foi atingida pelo que foi apelidado de "a chuva do milênio".

O aguaceiro maciço causou inundação de ruas e casas. E, sem ter para onde escoar, a água permaneceu por dias. Ratos mortos foram vistos flutuando pela cidade, e uma pesquisa posterior revelou que durante os trabalhos de limpeza um quarto dos trabalhadores do saneamento foi infectado com doenças como a leptospirose. Um deles até morreu.

Nos sete anos seguintes, esse tipo de tempestade começou a se tornar cada vez mais comum, com quatro eventos de "chuvas do século" registrados nesse período. Isso custou à cidade pelo menos 800 milhões de euros (R$ 4,3 bilhões) em prejuízos, deixando claro para os formuladores de políticas públicas que era hora de repensar a capital dinamarquesa.

DESIGN URBANO INSPIRADO NA ESPONJA

Nos últimos séculos, o foco do desenvolvimento urbano em lugares como Copenhague foi a criação de "cidades-máquina" que pudessem ser construídas rapidamente e fossem eficientes para habitação, indústria e economia. Mas muitos desses centros urbanos acabaram interferindo no ciclo da água, especialmente aqueles que modificaram leitos de rios ou foram construídos sobre planícies aluviais.

Com o concreto e o asfalto cobrindo áreas antes destinadas à grama e ao solo, a água das chuvas mais fortes ficou sem ter para onde ir. Com muita frequência, isso resulta em enchentes, e cidades do mundo todo estão explorando maneiras de reverter esse tipo de desenvolvimento urbano. E elas fazem isso se transformando em "esponjas" urbanas.

Em outras palavras, essas cidades estão criando espaços e infraestrutura para absorver, reter e liberar a água de forma a permitir que ela flua de volta para seu ciclo.

A China está na liderança, com mais de 60 de suas cidades sendo reformadas e agora incorporando estruturas como biovaletas e jardins de chuva para reter a água. Jan Rasmussen, chefe do "Cloudburst Master Plan" (plano diretor para tempestades) de Copenhague, também viu potencial para a Dinamarca.

"Nossos políticos decidiram que há realmente uma necessidade de escoar a água da cidade muito rapidamente", disse Rasmussen. "Eles perguntaram se poderíamos fazer isso de forma inteligente, se poderíamos expandir o sistema de esgoto. Poderíamos lidar com as chuvas na superfície?"

ABSORVENDO A ÁGUA DA CHUVA

Tendo estudado projetos de cidades-esponja em todo o mundo, a equipe de Rasmussen pensou na remodelação de cerca de 250 espaços públicos de forma a ajudar na retenção ou redirecionamento de águas pluviais, incluindo parques, parques infantis e a rotatória Sankt Kjelds Plads.

A ideia é usar a capacidade natural de retenção das árvores, dos arbustos e do solo e deixar a água pluvial fluir para locais onde não seja destrutiva.

Uma dúzia de lagos que margeiam a rotatória foi então projetada de forma a reter o excesso de água da chuva no caso de uma tempestade. Assim como outros lagos semelhantes espalhados pela cidade e aberturas largas nas laterais de ruas baixas, eles servem para canalizar a água da enchente para uma rede de túneis que está sendo instalada 20 metros abaixo da superfície.

Durante uma chuva "normal", as águas pluviais são direcionadas para o porto por meio desse sistema de drenagem. No entanto, quando há um excesso, como em um cenário de tempestade, uma estação de bombeamento no porto entrará em ação, forçando para o mar a água acumulada nos túneis, criando assim espaço para mais água da chuva e evitando que as ruas sejam inundadas. Essa estação está sendo construída atualmente e estará pronta em 2026.

Ainda haverá água nas ruas. Quero dizer, elas não ficarão completamente secas. Mas passaremos de um metro [de água de enchente] para no máximo 20 centímetros. Jes Clauson-Kaas, engenheiro da Hofor, o departamento de gerenciamento de água responsável pela construção do túnel

BENEFÍCIOS DE LONGO PRAZO

Parte do desafio é conseguir a adesão dos moradores locais. E isso nem sempre é fácil quando se trata de fechar parquinhos infantis ou os parques da cidade por longos períodos para transformá-los em zonas de inundação, ou financiar os planos de adaptação através de uma taxa extra nas contas de água.

Mas Clouson-Kaas diz que equipar para o futuro uma cidade propensa a inundações faz sentido do ponto de vista financeiro. "Perdemos cerca de 1 bilhão com esse único evento [em 2011], mas esperamos que haja vários eventos nos próximos 100 anos. Dizem que a perda potencial pode ser de pelo menos 4 ou 5 bilhões de euros. Portanto, se investirmos 2 bilhões de euros, ainda assim valerá a pena", disse ele.

Copenhague está em posição —financeira e política— de investir nessa infraestrutura agora, em vez de lidar com possíveis danos no futuro. A cidade se tornou um lugar na qual as outras cidades buscam um exemplo para aprender sobre os benefícios de se criar uma esponja urbana. Fonte: DW-05/03/2024 

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quinta-feira, outubro 01, 2015

Tempestade destrói galpão de usina em Canitar e deixa mortos

Uma tempestade atingiu a cidade de Canitar (SP) e causou vários estragos na sexta-feira, 25 de setembro. De acordo com o Corpo de Bombeiros, um galpão de usina de biocombustíveis desabou  sobre trabalhadores.  
A chuva e o vento forte  ( 80 km/h) causaram outros estragos como queda de árvores na cidade, que fica na região de Ourinhos. O Corpo de Bombeiros acredita que um tornado tenha provocado os estragos.

VÍTIMAS
Dois mortos e oito feridos

PROVÁVEL  TORNADO
O meteorologista José Carlos Figueiredo diz que há previsão de tempestade na região onde aconteceu os estragos. Figueiredo informou que formação de tornados é comum no começo da primavera pela mudança da estação quente e seca, como é o inverno na região, para a estação chuvosa.

OURINHOS
Na rodovia Raposo Tavares foi interditado o trecho que passa dentro de Ourinhos. Árvores caíram em cima de dois carros e outra foi parar no meio da pista. A passagem dos carros foi interrompida no sentido interior-capital e o fluxo teve que ser desviado.
A Defesa Civil registrou estragos em outros pontos da cidade. Outras árvores foram arrancadas com a força do vento e foi necessário o trabalho de vários homens para remover os galhos. A marquise do cemitério da Saudade também não resistiu. As telhas ficaram pelo chão.

MARÍLIA
Uma chuva forte e rápida também atingiu a cidade de Marília (SP) na tarde de sexta-feira. Na região central, o temporal chegou a derrubar motocicletas e galhos de árvores. Em outras regiões da cidade, como na zona leste e próximo ao Hospital das Clínicas, choveu granizo. Segundo os bombeiros, nenhuma ocorrência grave foi registrada na cidade.

PEREIRA BARRETO
Uma forte tempestade  atingiu a cidade de Pereira Barreto (SP) no fim da tarde de sexta-feira, 25 de setembro, e acabou assustando os moradores da cidade.
De acordo com as informações dos bombeiros, dois funcionários de uma cooperativa foram atingidos pela torre de um silo que teria desabado por causa da chuva forte e vento  e um deles morreu no local. O outro foi socorrido com ferimentos na perna




MARACAÍ
O restaurante de um posto de combustíveis que fica na beira da rodovia Raposo Tavares, em Maracaí, ficou completamente destelhado depois de ser atingido por um vendaval. Segundo o gerente do posto, o vendaval começou antes da chuva, e as telhas caíram na lateral do restaurante, em cima do disjuntor de energia, deixando o local sem luz. Duas placas de propaganda também caíram, mas ninguém se feriu. Fonte: G1-25/09/2015

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