Anatomia de um incêndio
Em 20 de outubro de 1977, o mundo industrial foi atingido
por um incêndio no  principal depósito de
peças e acessórios da Ford, em Koln (Colônia), Alemanha Ocidental. 
CAUSA PROVÁVEL: 
Negligência em fumar 
COMBUSTIBILIDADE: 
Plásticos e óleo. 
RESULTADOS: 
Destruição de  75.000
m2 do depósito, com um prejuízo estimado de US$100 milhões em danos
materiais e lucros cessantes de US$50 milhões . 
O QUE HOUVE DE ERRADO?
Por que o incêndio não foi controlado? O edifício tinha
sistema de sprinkler. Todas as válvulas de controle do sistema de sprinkler
foram encontradas abertas. A brigada de incêndio da Ford respondeu rapidamente?
Por que esta proteção falhou? 
O ARRANJO FÍSICO (LAY-OUT) 
O deposito da Ford alemã de peças e acessórios em Merkenich,
subúrbio de Koln, era uma edificação industrial pós- II Guerra,  uma grande edificação, uma superestrutura,
incluindo  concentração excessiva de
produtos acabados ou, neste caso, de mercadorias. E essas mercadorias incluíram
quantidade considerável de plásticos altamente combustíveis. 
AS ATIVIDADES 
O edifício abrigou peças e os acessórios da Ford para o
mercado mundial Os empregados ocupavam-se; no recebimento, embalagem,  expedição e em atividades correlatas. 
A ESTRUTURA 
O edifício foi construído em 1962, com ampliação em 1967, e
uma área coberta aproximadamente de 127.500 m2. A estrutura do
telhado era de dois tipos: chapa metálica e laje de concreto pré-moldado. A
cobertura era única de betume liso e eram suportados por vigas e colunas de
aço. 
 Diagrama – Lay-out do edifício – O incêndio propagou-se do
ponto de origem (retângulo vermelho), do oeste para final do edifício e
leste  para a parede corta –fogo até
coluna 26. A área em retângulo é mostrada com mais detalhes no diagrama 2. 
O DIAGRAMA 1 
Mostra a posição da parede dupla,  que divide o edifício em duas partes; leste e
oeste. 
A parede dupla, com isolamento entre elas de 8 cm e a
espessura de cada parede de 11 cm, estende 25 cm acima do telhado. A estrutura
da parede possui portas de fechamento automático no lado oeste  (lado em que o  incêndio ocorreu). 
CONTEÚDOS 
A mercadoria armazenada no lado leste da parede era
principalmente de peças de escapamento (silencioso), tubulações, rodas,
amortecedores, e peças de corpo metálico. No lado oeste da parede era
armazenado mais peças de metal de carro, mais itens combustíveis tais como;
manta de fibra natural, tubulação, consoles, latas do óleo para motor, volante
para direção, estrutura de assento, forração, carpete, e limpadores de
pára-brisa. Muitos destes produtos eram peças individuais ou em conjuntos,
plástico, e a maioria estava armazenada em caixa de papelão e acondicionada em
plástico. 
Existia armazenamento permanente e temporário. A armazenagem
permanente era em porta paletes ou mantinha as peças grandes tais como;
assentos de carro corretamente nas prateleiras, ou, mais freqüentemente,
mantinha muitas peças pequenas em cestos metálicos.  
O empilhamento em cestos metálico era também usado para o
armazenamento permanente. O armazenamento temporário era ou em cestos metálicos
(paletes metálicos) ou em porta-paletes. Os cestos metálicos também conhecidos
como paletes metálicos,  tinham do tipo
sólido (chapa, tipo caçamba)  e metálico
(tela metálica), ambos com base de madeira . 
Seta azul – armazenagem temporária
Retângulo amarelo – origem do incêndio  
A configuração de armazenagem na área da origem do incêndio
é mostrada no diagrama 2.
Fileiras duplas, tais como; 8 e 9, 23* e 24* tinham quase
nenhum espaço transversal (paralela no sentido da carga) ou o espaço
longitudinal (perpendicular no sentido da carga). 
Os arranjos compactos de cestos metálicos, como nas fileiras
8* a 24*, tinham espaços longitudinais de cerca 
13 cm, mas nenhum espaço transversal. Um terceiro arranjo, encontrado
nas fileiras 1 e 2 e aquele mais distante eram o dobro, fixado em estrutura de
porta-paletes, com 10 cm de espaço longitudinal. 
Outras áreas tinham configurações similares, mas geralmente
mais fileiras duplas do que arranjos compactos. 
Como o diagrama 2 mostra, havia também armazenamento
temporário considerável na área próxima.
Nas principais áreas do depósito, os paletes metálicos eram
empilhados até 6 m de altura.. Os porta paletes permanentes tinham 3 m de
altura  e geralmente tinha outro de 3 m
de cestos metálicos empilhados no alto (obstruindo longitudinalmente o espaço
entre eles).
A armazenagem temporária na fileira 5, no lado oeste, consistia
de volantes de direção, feito de alma de aço, alcochoado em espuma de
poliuretano e com revestimento em PVC e consoles de plásticos.
Os volantes de direção eram armazenados em
porta-paletes,  empilhados com dois a
seis cestos metálicos. Os consoles plásticos neste corredor eram empilhados em
um a dois paletes. A armazenagem na fileira 5, 
no lado leste, e entre as fileiras 9 e 10, consistiam de latas de óleo
para motores em paletes,  empilhados com
2 ou 3 paletes de altura.
PROTEÇÕES CONTRA INCÊNDIO
Embora elas nem impediram e nem controlaram o incêndio,
havia recursos humanos e físicos para proteções contra incêndio no depósito de
Merkenich. Também, além dos esforços dos funcionários da Ford, e de diversas
organizações de combate ao fogo (brigada de incêndio) da vizinhança que
responderam ao alarme. 
O EQUIPAMENTO DO DEPÓSITO EM MERKENICH 
O sistema de sprinkler automático foi instalado em todo o
depósito e originalmente foi projetado de acordo com os códigos locais, mas foi
modificado mais tarde para aumentar a densidade de cobertura, conforme
exigências da FM Global para armazenagem predominante naquele tempo. Os bicos
de sprinklers  foram aprovados pela FM
Global, do tipo para cima (upright), com diâmetros de orifícios de 12,7 mm . A
maioria dos sprinklers era para temperatura de operação  de 74o C; e o restante para 100o
C. 
A área de cobertura para a maioria era de 9 m2
por bico. A demanda de água disponível era adequada proteger os componentes
plásticos armazenados até a altura de 1,5 m, dispostos como estavam no depósito
em Merkenich.
O sistema de sprinkler era alimentado por uma rede pública
principal através de duas bombas, (booters), dois tanques de pressão de  45 m3, e de uma moto-bomba diesel
para o tanque de sucção. Uma estação de bomba (booster) estava localizada no
canto, a sudoeste do depósito, a outra na edificação, à nordeste do
depósito.   Estas bombas (booters) tinham
as tubulações de sucção de 150 mm e de entrada de 200 mm, com um hidrante
principal de 300 mm, alimentado  por uma
rede principal pública de 400 mm  e
fornecia separadamente a alimentação central do sprinkler. A bomba diesel
alimentava de um reservatório subterrâneo, com conexão automática de
abastecimento para a rede pública. 
A fiação para o painel de controle da bomba era distribuída;
aérea, em badeja de cabo,  ao longo da
cobertura do depósito. Além das bombas (boosters), todos os hidrantes do
local  eram abastecidos por uma canalização
de 300 mm,  conectados a rede pública por
uma canalização de 400 mm. 
Todos os abrigos, continham 
mangueiras de 20 m,  tipo C
(resistente á óleo, à abrasão, resistente a superfície quente, 120o
C), com diâmetro de 50 mm e esguicho de jato sólido de 8 mm. Alguns esguichos
eram reguláveis para jato tipo neblina ou para fornecer jato sólido (diâmetro
de 12,7 mm).
Os alarmes do sistema de sprinkler foram projetados ser
ativados sob queda de pressão da água da canalização de sprinkler. Os sinais de
cada coluna de alimentação eram recebidos e automaticamente registrados na
portaria principal e  transmitidos
simultaneamente à Central da Brigada de Incêndio da Ford, localizado em outra
fábrica da Ford, em Niehl, distante 2,5 km do depósito em Merkenich. 
 BRIGADA DE INCÊNDIO E
SEU EQUIPAMENTO 
Três profissionais da brigada de incêndio eram designados
permanentemente para o depósito em Merkenich durante o turno dia. Além disso,
aproximadamente vinte funcionários do depósito recebiam  treinamento periódico, como brigadista
voluntário. Os três profissionais faziam parte da equipe de 53 profissionais,
da brigada de incêndio da Ford,  e o
restante de pessoal  permanecia  na Central de Brigada, sediada em Niehl,  distante apenas três a quatro minutos pela
autoban (autopista, estrada de tráfego rápido). 
Pelo menos dezessete profissionais ficavam sempre em
serviço, embora nenhum permanecia à noite em Merkenich, onde a vigilância
normal de segurança era responsável para acionamento do alarme de incêndio. 
A estrutura de emergência da brigada de incêndio da Ford não
incluía atribuições individuais para as bombas e para as válvulas de controle
de sprinkler. Estas atribuições deviam ser feitas pelo responsável  na chegada no local da emergência. 
Os equipamentos da brigada consistiam; dois caminhões de
moto-bomba, um caminhão do serviço, bombas portáteis, unidades de dióxido de
carbono, unidades de pó químico seco e de espuma. Normalmente, os equipamentos
não eram enviados de uma só vez; 
inicialmente foram preparados dois conjuntos de equipamento e uma brigada
de incêndio . 
Outras equipes de brigadas que podiam e responderam a
emergência em Merkenich, foram aquelas próximas ao depósito, da industria
química Wacker,  brigadas de voluntários
de Merkenich e de Fuhlinger, e o Corpo de Bombeiros da cidade de Koln. 
POLÍTICA DE CONTROLE DE INCÊNDIO 
Semanalmente as inspeções de válvulas de controle do sistema
de sprinkler eram feitas e registradas, e os serviços de manutenção importantes
do sistema de sprinkler (impairment, fora de serviço, necessita de colocar
vigilância na área e comunicar as autoridades) eram comunicados a FM Global em
Frankfurt. Havia uma política “proibido de fumar” em determinadas áreas do
depósito:  armazenamento dos líquidos
inflamáveis, carpintaria e armazenamento de guarnição de plástico de
automóveis. Fumar era permitido, entretanto, em a maioria outras de áreas do
edifício incluindo a área onde este incêndio desastroso começou. 
Os representantes da companhia de seguro, incluindo os
engenheiros da FM Global, inspecionavam regularmente a instalação do deposito
de Merkenich e consideravam o depósito bem conservado, com armazenamento e
localização eficientes das peças de reposição de automóvel. 
Os engenheiros da FM Global alertaram a Ford que o
armazenamento de plásticos na altura de 6 m, poderia sobrecarregar o sistema de
sprinkler e recomendaram  a redução da
altura de armazenamento. Respondendo a isto e a outras recomendações similares,
Ford avaliou os resultados de seus testes de fogo que foram conduzidos no
Centro de Teste  da FM Global, em Rhode
Island, no verão de 1976. 
Ciente do aumento do risco de incêndio, a Ford desenvolveu
novos padrões para a companhia para 
armazenagem de materiais de riscos elevados e estes foram às diretrizes
para o controle, quando o incêndio começou no depósito em Merkenich. 
O INCIDENTE 
Estes foram os eventos, quanto ao desdobramento, nesse dia
de outono: 
Aproximadamente às 14 h 20 min, 20 de outubro 1977, o
incêndio  rompeu no depósito, no setor de
armazenagem temporária de consoles plásticos. Imediatamente é informado pelos
funcionários da área,  que as chamas
estão quase a 1 m de altura.
As informações se propagam, e quatro minutos após a
descoberta, dois funcionários tentam sem êxito 
extinguir o incêndio com uma mangueira de incêndio, próxima a central de
mangueira,  no interior do edifício.
Suspeitando, incêndio em óleo e pensando que a água seria ineficiente, eles
concentraram seus esforços em direção aos porta-paletes adjacentes, jogando
água para impedir seu envolvimento. Apesar disto, o as chamas cresciam
rapidamente.  Alguns minutos ou mais
tarde, a brigada de incêndio da Ford em Niehl é alertado pelo sistema de alarme
de incêndio e pelo telefone. Simultaneamente, os primeiros sprinklers abrem e o
alarme automático é recebido em Niehl. 
Assim que os caminhões da brigada aproximam do local, o
chefe da brigada de incêndio da Ford vê a fumaça crescendo das aberturas dos
respiradouros do telhado e solicitou reforços do Corpo de Bombeiros da cidade
de Koln. 
Na chegada ao depósito às 14 h 39 min , a brigada dirigiu-se
para a área de armazenagem onde as chamas podiam ser vistas em todos os
porta-paletes e os funcionários ainda estavam tentando controlar o incêndio. A
brigada da Ford ataca o incêndio com pó químico seco e duas linhas de
mangueiras, mas é impedido pela armazenagem de mercadorias nos corredores
(obstrução). 
Os sprinklers  estão
operando, mas a densidade de água disponível não podia penetrar ou pela
elevação de gases quentes gerados pela combustão dos estoques ou pela obstrução
dos espaços entre os paletes para alcançar o local do incêndio. Um segundo
grupo de brigadista de Niehl chega e organiza a evacuação do pessoal das áreas
adjacentes do escritório. Mais tarde, entram na área de armazenagem , que
está  agora completamente sem luzes,  porque o quadro de fusíveis derreteu se. 
A locomoção está difícil e o uso de aparelho autônomo é
necessário. Este grupo, também, tenta combater as chamas com mangueiras, mas
agora o incêndio está fora do controle. Neste momento, o supervisor de
manutenção do depósito segue para casa de bomba diesel e encontra a bomba
funcionando com um brigadista em plantão. Dez minutos mais tarde, ele verifica
outra vez, e a bomba está operando ainda sob a supervisão. 
Entretanto, assim que os veículos de incêndio do Corpo de
Bombeiros de Koln se aproximam, cerca de 3 km, 
o oficial responsável pela guarnição observa uma densa nuvem negra no
céu e envia um alarme adicional, solicitando reforços. 
Outro destacamento é enviado e as brigadas de voluntários
das vilas próximas são chamadas. As 15 h, os veículos de incêndio do Corpo de
Bombeiros de Koln chegam ao local e outro alarme é enviado imediatamente,
solicitando mais oito unidades de reforços. O incêndio está muito intenso
agora, queimam latas de óleo e a estrutura estala assustadoramente. 
A fiação do controle do painel da moto-bomba diesel  interrompe ou entra em curto circuito, neste
momento, causando a paralisação da bomba. 
Equipes  sobrevoando
em helicóptero, vêem as chamas e fumaça, elevando-se das aberturas e das
clarabóias do telhado. 
No interior, a propagação do incêndio parece que parou na
parede de alvenaria que divide a metade ocidental (oeste) que está em chamas da
outra metade que não está envolvida (leste). Entretanto, o incêndio continua
com fúria, movendo-se para o norte e para o oeste. Nesse momento, o sistema de
sprinkler está totalmente indefeso e os esforços da brigada são incapazes de
controlar a situação. 
A pressão da água diminuiu, porque muitas mangueiras e o
sistema de sprinkler estão em operação. Um outro alarme é emitido, que traz
mais três unidades para o local. As 15 h 30 min, o especialista de controle de
incêndio da Ford chega ao local  e segue
em direção a casa de bomba diesel, onde ele encontra a bomba, que não está mais
em funcionamento e a porta está fechada. O supervisor de manutenção, que
está  próxima a cobertura, é surpreendido
em ouvir, que a bomba está agora abandonada (sem vigilância). O especialista do
controle de incêndio destrava a porta e liga a bomba manualmente. 
A pressão da água está agora tão baixa, que houve reforço de
água através de uma série de bombas de diversas autobombas, conectada a uma
mangueira, que está abastecendo de água de um lago perto do local e também de
um reservatório de captação de água de chuva localizado na área do depósito. 
O especialista de controle de incêndio da Ford encontra a
moto-bomba elétrica no edifício, sem energia e a segunda bomba elétrica
(booster) não está operando, embora o controle está na posição automática. Esta
bomba é ligada manualmente. 
Os funcionários da Ford solicitam ao departamento de água da
prefeitura, bombeamento adicional de água para reforçar a linha. As 16 h 20
min, o comandante do Corpo de Bombeiros da cidade de Koln anuncia que o
edifício da parte oeste da parede de alvenaria não pode ser salvo  e ordena 
a evacuação de todos os bombeiros. Os esforços agora são dirigidos para
salvar o edifício da parte leste da parede de alvenaria, onde estão
localizados;  a principal subestação
elétrica, casa de caldeira, os edifícios administrativos e o escritório
principal. 
Às 18 h 47 min, o incêndio está sob controle. Às 23 h 30
min, o incêndio está praticamente extinto. Ocasionalmente surgem focos de
incêndios, mas são rapidamente extintos.
Sobre 75.000 m2 do edifício da parte oeste da
divisão da parede de alvenaria está em ruínas. A laje de  concreto 
da cobertura  desmoronou
totalmente. As vigas e colunas de aço foram retorcidas pelo calor intenso.
Latas de óleo carbonizadas, que caíram das prateleiras,
formaram um monte de entulho. Algumas mercadorias  estavam tão derretidas ou queimadas que eram
impossíveis para identificá-las. O que era uma vez uma ativa operação de
negócio, agora foi reduzida a entulho. 
PERGUNTAS E RESPOSTAS 
Como poderia acontecer? 
Como poderia um depósito com sistema de automático de
sprinkler sofrer uma perda tão devastadora? 
Pode a indústria não confiar mais em equipamento da proteção
contra incêndio? 
Podemos somente cruzar os nossos dedos e esperar que o
incêndio não nos atinja novamente? 
A perda de Ford levantou muitas questões alarmantes. 
No monte de entulho desta instalação encontra-se uma lição
que a indústria deveria preocupar-se. Sim, a instalação era protegida, mas
havia diversas falhas fatais na blindagem (na proteção) . 
O EMPILHAMENTO ERA MUITO ELEVADO
A armazenagem de peças de plásticos atingia 6 m de altura.
De acordo com a norma da FM Global, o sistema de sprinkler disponível poderia
somente proteger a armazenagem até a altura de 1,50 m. 
Esta altura excessiva permitiu maior profundidade de área e
um incêndio muito mais intenso para desenvolver e  interferiu no acesso da água dos bicos de
sprinklers às chamas. 
O fogo começou próximo ao solo e os gases quentes foram
capazes de elevar-se em direção ao teto e com muita maior velocidade e volume
do que um arranjo de armazenamento com baixa altura. 
O sistema de sprinkler foi dominado pelo fogo na
armazenagem, o qual estava para proteger. Este era, sem dúvida, o fator o mais
importante. 
Mas isto não significa que a armazenagem de plásticos deve
sempre ser limitado a 1.5 m? Não, porque a proteção pode ser projetada para a
estocagem mais elevada. 
Entretanto, neste caso, as características de projeto do
sistema de sprinkler submeteram a existência 
de uma proteção inadequada  para
altura de 6 m. 
A DENSIDADE DE SPRINKLER ERA MUITO BAIXA 
A densidade da água disponível para sistema de sprinkler
existente, era apenas quase 14,3 mm/min 
sobre uma área da demanda de 279 m2 . A densidade de
sprinkler necessária para altura de 6 m de armazenamento de plásticos seria de
24,4 mm/min sobre a mesma área. 
Entretanto, isto supõe a instalação de sprinkler com
orifício grande  para altas temperaturas
e manter  pelo menos 90 cm de espaço
livre entre a altura do armazenamento até o bico do sprinkler, infelizmente,
não existia neste depósito. 
Tamanhos dos orifícios do sistema de sprinkler e a
temperatura de operação estavam incorretos
A concentração elevada de componentes plásticos exigia  sprinklers com orifícios de 13,5 mm, mas
aqueles no depósito tinham  12,7  mm de orifícios. Os bicos maiores
descarregariam aproximadamente 40% a mais de água sobre as chamas e as gotas
maiores de água penetrariam melhor na elevação do plume do fogo (a fumaça
gerada por uma fonte de calor, material em combustão, flui no sentido
ascendente, com formato de um cone invertido). 
Também, os sprinklers sobre os porta-paletes  eram classificados para temperatura de
operação para 74o C,  enquanto eram
necessários para 141o C. Isto permitiu que muitos bicos de sprinklers abrissem
durante o estágio inicial do fogo, e que resultou baixa densidade de água para
o sistema, como um todo. 
Conseqüentemente, a eficácia do sistema total ainda seria
reduzida pelo uso destes bicos para baixa temperatura, mesmo se o armazenamento
fosse mantido nos padrões dos limites recomendados. O sistema de sprinkler em
Merkenich não foi projetado para proteger o armazenamento com altura excessiva
de componentes plásticos envolvidos. Mas, ainda havia outras deficiências que
contribuíram para o desastre. 
ARMAZENAMENTO TEMPORÁRIO BLOQUEANDO OS CORREDORES
A expedição de componentes automotivos eram colocados
temporariamente nos corredores, enquanto aguardavam o destino final, deixando
espaços nos corredores, somente de 70 cm. Esta obstrução aumentou o risco de
incêndio e tornou extremamente difícil o combate manual ao fogo. Os espaços
amplos dos corredores poderiam ter limitado a propagação das chamas, em vez da
disposição de armazenagem compacta que forneceu virtualmente uma fonte
ininterrupta de combustível para o fogo. As mangueiras de incêndio não
conseguiam alcançar eficazmente o local do fogo. 
NÃO HAVIA NENHUM ESPAÇO ENTRE OS PALETES (FLUE SPACE)
1 -A NFPA e FM, recomenda 
a criação de um espaço entre os paletes na seção transversal e na
longitudinal não é recomendável .
2- Na Suécia, a norma recomenda a criação dos espaços
Os espaços entre os paletes fornecem um trajeto para a água
do sistema de sprinkler para seguir através dos porta-paletes, de modo que
possa alcançar o fogo nos níveis mais baixos. Sem estes espaços, o fogo é
protegido e pode crescer incontrolado pelo efeito de resfriamento da água
(externamente a mercadoria está resfriada, mas internamente está gerando
calor). Embora as chamas  podem se tornar
grandes suficientes para alcançar o teto e ser expostas para o sprinkler
descarregar, mas a fonte da geração do calor permanece queimando no centro do
empilhamento. Alem disso, o armazenamento neste caso era tão elevado, as chamas
podiam envolver um volume de material, enquanto ainda estava escondida da água
do sprinker. 
O ARRANJO FÍSICO DA SUBESTAÇÃO ELÉTRICA E DO CONTROLE DA
BOMBA NÃO ERA CONFIÁVEL 
A instalação elétrica de alimentação à estação da bomba de
incêndio número  4, localizada à
sudoeste  do edifício,  era distribuído através de painel de
distribuição situado no depósito. A fiação de controle da bomba de
incêndio  a diesel para estação de
controle número 6 , também atravessava o edifício. A operação destas bombas,
componentes importantes para o sistema de defesa contra o fogo, era
conseqüentemente sujeito aos efeitos do fogo no edifício, que elas pretendiam
proteger. 
E aproximadamente 20 minutos após a ignição do fogo, a bomba
de incêndio da estação número 4 perdeu energia. Foi em conseqüência de uma
queima ou curto-circuito na fiação para o painel de controle  da bomba causou paralisação nesta bomba por
cerca  40 a 60 minutos, depois que o fogo
iniciou-se. 
A fonte de alimentação para a bomba de incêndio e para os
controles deveria ser projetada para operação confiável sob quaisquer condições
de emergências. Todos os fatores mencionados, até agora relacionam somente aos
aspectos físicos da proteção. Mas, sobre o elemento humano? Como foi a atuação
do pessoal na emergência? 
A ORGANIZAÇÃO DE EMERGÊNCIA NO LOCAL ESTAVA INCOMPLETA 
Quando um incêndio ou a outra emergência aparecem, as
pessoas tendem apavorar-se. Isto é da natureza humana. Mas os minutos preciosos
podem ser perdidos com a confusão, dando ao incêndio uma possibilidade de
crescer e propagar. Neste incêndio, perderam até 5 ou 6 minutos de tempo,  após a descoberta do incêndio, para que
alguém decidisse avisar o departamento de incêndio de Niehl. Três vezes durante
a emergência, as bombas de incêndio foram encontradas não funcionando, ainda
que colocado no controle automático. 
Ninguém foi designado para permanecer  no local para assegurar operação
ininterrupta. Duas bombas foram religadas 
manualmente, enquanto a terceira bomba ficou sem energia logo no inicio
do incêndio. 
O planejamento do pré-plano de incêndio é uma das mais
melhores armas, que uma industria possui no combate contra graves perdas. O
pessoal deve ser treinado para pensar eficientemente no “momento da crise”,
para agir junto com o sistema de proteção contra incêndio.
Um programa  de
organização de emergência deve fazer parte integrante do programa de
conservação  de propriedade de cada
companhia.
Este programa contribuiria de maneira mais eficaz  aos esforços do combate ao incêndio,
atribuindo ao pessoal do depósito as seguintes funções chaves;
• Uma pessoa responsável 
pela emergência  e dirigir os
esforços da organização  até a chegada da
Brigada de Incêndio da Ford da Central de Incêndio   
• Pessoal treinado; para acionar o alarme de incêndio e
avisar  a Central de Incêndio da Ford,
após a descoberta do incêndio 
• Operadores de controle de válvula; para assegurar que as
válvulas de controle da água do sistema de sprinkler para a área afetada
estejam inteiramente abertas, e para permanecer no local , como “vigia das  válvulas” contra o fechamento prematuro por
terceiros, até a chegada da pessoa responsável 
• Operadores da bomba de incêndio; para assegurar que cada
bomba de fogo inicia e permaneça 
funcionando até a duração da emergência 
• Equipe de incêndio; inicia manualmente o combate ao
incêndio com pequenos extintores e mangueiras 
até a chegada da Brigada de incêndio e do Corpo de Bombeiros
O combate ao incêndio não deve começar com o Corpo de
Bombeiros, mas com a brigada de incêndio da empresa, treinada para agir
rapidamente e corretamente no momento da descoberta do incêndio. 
UMA LIÇÃO AMARGA 
Quando o depósito foi construído em 1962, o sistema de
sprinkler era adequado para as condições dominantes. O estoque era pequeno no
início e foi mantido dentro dos limites segurança. Mas as operações cresceram e
mais componentes eram armazenados; algumas peças tornaram se obsoletas ou de
giro lento (estoque) . 
Os espaços adequados do corredor não foram mantidos, e a
expedição em trânsito foi colocado entre alguns porta-paletes. Também, como os
anos passaram, a indústria automotiva 
mudou muito, com uso intensivo de plástico em vez metal para vários
componentes. A carga altamente combustível no depósito refletiu esta tendência.
Entretanto, a proteção não manteve o ritmo com estes desenvolvimentos. 
Com sistema de sprinkler e densidade de água apropriada, e
melhor configuração  de armazenagem, o
sistema de sprinkler poderia ter controlado o incêndio. O fator mais crítico,
embora, era a existência de um sólido bloco contínuo de combustível altamente
desafiador (armazenagem compacta de componentes plásticos), que nenhum sistema
de sprinkler poderia suficientemente proteger. 
A indústria atual, procurando conservar a propriedade em
condições reais de valores e promover a eficiência da produção, está
construindo instalações maiores e super-instalações, algumas superiores a
100.000 m2 de área . A proteção adequada torna-se um sério problema.
Sem paredes corta-fogo para limitar os danos, estas grandes
instalações podem totalmente ser destruídas por um incêndio. Os prejuízos por
danos a propriedade e de interrupção de negócio (lucros cessantes) podem
alcançar centenas de milhões de dólares, a menos que o sistema de proteção
contra incêndio  acompanha
progressivamente as ocupações e projetos cada vez mais perigosos. 
Quando os riscos mudam, o sistema de proteção deve ser
revisto e implementado as melhorias necessárias. O sistema de sprinkler
automático, quando corretamente projetado e combinado para o desafio envolvido,
permanece a melhor linha de defesa contra o incêndio. A gerência industrial
está aprendendo que a prevenção de perda é crítica para operação contínua e
pode colocar a sua confiança no equipamento da proteção contra incêndio. Mas
esta confiança é justificada somente quando a proteção é dada  como a mais elevada prioridade na política da
corporação. 
Nota técnica de rodapé
Se o armazenamento está mais baixo do que 3 m? De acordo com
a norma da FM Global, item 8-9, a disposição  
adequada de armazenamento de 
plásticos para 3 m de altura deve ser protegida por uma densidade de
18,3  mm/min sobre uma área de demanda de
465 m2, se a temperatura de operação do instalado é de  74o C. O sistema atual, com todas
as bombas em operação,  fornecia
apenas  12,2 mm/min sobre uma área de
operação de quase 465 m2. 
Se foram instalados sprinklers, com temperatura de operação
de 141o C  e uma densidade de
18,3 mm/min sobre uma área da demanda de 279 m2 seria exigido, de
qualquer modo, aproximadamente 14,3 mm/min sobre uma área disponível de 279m2. 
Desta maneira, mesmo diminuindo a altura de armazenamento de
6 m para 3 m e  mantendo os espaços
longitudinal e vertical entre as superfícies das cargas unitárias e instalando
sprinklers para altas temperaturas, não assegurariam proteção de um incêndio
desastroso. 
Fonte: @ZR, Anatomy of a fire – An analysis of the largest loss in the history of the
Factory Mutual  Insurance Company – 1979 
Marcadores: incendio







1 Comments:
Um estudo muito bom! e infelizmente trágico. Me fez atentar para mais detalhes na hora da elaboração do projeto e implantação do sistema.
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