Situações de insegurança
Comentário: Algumas indagações ou reflexões
1-Os trabalhadores podem até desafiar o perigo e construir o
que chama de "guarda-chuva defensivo" como mecanismo coletivo de
proteção contra o medo. Esta é uma estratégia segundo a qual, diante de
atividades reconhecidamente arriscadas, os trabalhadores tendem a desafiar o
perigo se expondo a ele. Ao desafiarem o risco, eles teriam a sensação de
dominá-lo. Como o trabalhador já está acostumado com a adversidade da
vida, o perigo faz parte dessa vida.
2- O perigo mora dentro da vida. Por mais que tenhamos
cuidado, o risco é intrínseco a vida. Viver é perigoso, mas é preciso continuar
a viver. O que não podemos é gerar falhas humanas como; deficiência de
julgamento (avaliação), deficiência de planejamento (falha de programação e de
proteção), aspectos psicológicos (envolve a personalidade dos responsáveis pela
execução) e indisciplina nos procedimentos de segurança.
3- A segurança parte do princípio; o que deu errado para
depois corrigir. É um feedback que no meio do processo está o ser humano. A
redução de acidentes é um processo de aprendizagem que passa por diversas
etapas; nível cultural do trabalhador, sindicato do trabalhador que está mais
preocupado com salário do que com a qualidade de vida do trabalhador, órgão
fiscalizador e justiça de trabalho. No Brasil essas etapas não funcionam
direito.
4- O grande erro nas normas de segurança é que não existe
ênfase no desempenho e conduta segura. Partem do princípio que implantando as
normas todos os problemas serão resolvidos. Esse é o cenário do filme
brasileiro chamado “Trabalho”, os atores são quase os mesmos (governo, empresa,
empregado, sindicato), o enredo é sempre atualizado (normas) e o resultado é
sempre o mesmo; acidentes e fatalidades.
O Brasil está sempre fazendo do filme “Trabalho”, um remake.
5- A maioria das empresas entrega apenas o uniforme de
segurança (EPI), as autorizações de trabalho, para os trabalhadores. O jogo é
entre os times de risco e dos trabalhadores. Geralmente o time dos
trabalhadores não tem estratégia e tática para vencer o time de risco. Sempre
está perdendo.
6- O risco refere-se à atitude humana consciente em face do
perigo. Enquanto o perigo é destino, o risco constitui planejamento, estratégia
de ação diante de diversas opções colocadas.. A ação é arriscada; a situação
perigosa.
7- Não adianta
mostrar à diretoria a necessidade de
maior investimento em segurança se você não demonstrar a expectativa de perda.
Qual é o custo de acidente para
empresas? Qual é o custo do dano moral do acidentado? Qual é a perda da interrupção da produção por
causa de um acidente? Qual é o custo de uma ação trabalhista? Qual é o custo
das infrações cometidas? Em geral diretores enxergam são números, custos,
perdas, etc. É uma coisa normal, mas a área de segurança não está acostumada a
manipular esses dados e não foi treinada para associar perda x acidente x
investimento. Nas escolas é matéria considerada para fazer apenas número de
horas na grade curricular. Na indústria
tudo gira em torno de custo, despesa e investimento. São poucos os
profissionais da área de segurança, sabem quanto custa um trabalhador para
empresa? Fonte: @ZR

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