A Columba livia, popularmente conhecida como Pombo, é uma
ave comum que, encontrando condições propícias de moradia, alimentação e água,
se aglomera e prolifera facilmente.
As aves estão, sobretudo, em praças ou prédios localizados
no centro de grandes cidades, tendo se acostumado ao acesso que foi facilitado
principalmente pelos próprios seres humanos. "As pessoas desenvolveram o
péssimo hábito de achar os pombos bonitos. Aí vão lá e alimentam eles, não
raramente compram milho ou jogam resto de pão ou biscoito e criam um
ciclo", destaca Atualpa Soares, gerente da Célula de Vigilância Ambiental e Riscos
Biológicos da Secretaria Municipal da Saúde de Fortaleza (SMS)
Sua reprodução também é comum em casas, áreas de construção
e igrejas. Praças que contenham chafariz matam as sedes das aves, e restos de
comida encontrados em lixos próximos a restaurantes também são alvo.
OS POMBOS PODEM CAUSAR 64 TIPOS DE ZOONOSES.
As doenças causadas pelas aves incluem Criptococose (micose
profunda), Histoplasmose (infecção no sistema respiratório) e Salmonelose
(digestivo).
"A Criptococose é causada por um fungo e encontrada nas
fezes dos pombos, e é uma doença que pode ser bem grave. Ela se manifesta como
uma pneumonia grave, causando tosse, febre e falta de ar. Em pessoas com
deficiência de imunidade, pode causar uma doença disseminada, com sangramento e
queda de pressão, podendo levar a óbito", explica o infectologista Roberto
da Justa, professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará
(UFC).
CONTROLE
O controle não pode ser desenvolvido, pois o pombo é considerada um pássaro comum da
fauna e, como tal, protegida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente
(Ibama). Se a célula chegar a capturar a ave ou mesmo controlar seu nascimento,
pode ser vítima de multa ambiental. A conscientização deve, então, partir da
própria população, limitando a aproximação do pombo.
"Nos locais em que os pombos causarem prejuízos
econômicos ou dano para a saúde humana, o órgão municipal, estadual ou federal
competente deverá emitir um laudo que comprove esse fato. Nesses casos, o Ibama
realizaria a captura dos animais ou, se necessário, o abate. Mas deve ter a
comprovação com os laudos", destaca José Alencar, responsável pelo Núcleo
de Biodiversidade e Florestas do Ibama.
Doenças
transmitidas
Salmonelose
Doença
infecciosa provocada por bactérias. A contaminação ao homem ocorre pela
ingestão de alimentos contaminados com fezes de animais
Criptococose
Doença
provocada por fungos que vivem no solo, em frutas secas e cereais e nas
árvores; isolados nos excrementos de aves, principalmente pombos.
Histoplasmose
Doença
provocada por fungos que se proliferam nas fezes de aves e morcegos. A
contaminação ao homem ocorre pela inalação dos esporos (células reprodutoras
do fungo).
Ornitose
Doença
infecciosa provocada por bactérias. A contaminação ao homem ocorre pelo
contato com aves portadoras da bactéria ou seus dejetos.
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Medidas
de controle
■Umedecer
as fezes dos pombos com desinfetante antes de varrê‑las
■Utilizar
luvas e masca ou pano úmido para cobrir o nariz e a boca ao fazer a limpeza
do local onde estão as fezes
■Vedar
buracos ou vãos entre paredes, telhados e forros.
■Colocar
telas em varandas, janelas e caixas de ar condicionado.
■Não
deixar restos de alimentos que possam servir aos pombos, como ração de cães e
gatos.
■Utilizar
grampos em beirais para evitar que os pombos pousem.
■Acondicionar
corretamente o lixo em recipientes fechados.
■Nunca
alimentar os pombos.
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Fonte: Diário do
Nordeste - 12.06.2018
Comentário: MANEJO DE RATOS E
POMBOS EM UNIDADES ARMAZENADORAS
MANEJO DE POMBOS
A Columba liva (pombo doméstico) e Zenaida auriculata (pombo
de bando) tem sido consideradas as principais espécies de aves sinantrópicas no
Brasil, ocorrendo nos ambientes urbano e rural, onde encontram oferta abundante
de alimento e ausência de predadores.
Os pombos apresentam ampla variação de cor de plumagem,
tamanho e hábitos. C. livia é a espécie mais conhecida pela sua proximidade no
convívio com o homem, especialmente no ambiente urbano, com excelente
capacidade adaptativa aos diferentes nichos criados pelo homem, não encontrando
dificuldade em nidificar nos nossos diferentes modelos construtivos. Os pombos
são monogâmicos com duas a três oviposições por ano.
O ciclo reprodutivo dos pombos é regulado pela
disponibilidade de alimento. A fêmea coloca de 1 a 2 ovos que demoram de 17 a
19 dias para chocar e após 3 a 4 semanas os filhotes estão aptos a voar. Em
condições de elevada oferta de alimento pode ocorrer até seis oviposições no
ano. A longevidade é estimada em 3 a 5 anos no ambiente urbano e 15 anos em
condições silvestres. Estas aves alimentam-se principalmente de grãos e
sementes; abundantes nos nossos ambientes de armazenamento.
O sucesso adaptativo dos pombos se deve basicamente:
a) Abrigos: em nossas edificações encontram com facilidade
vãos, frestas e outros espaços adequados ao pouso, abrigo e formação de ninhos.
b) Ausência de inimigos naturais: não temos aves de rapina
ou outros predadores, em quantidade suficiente para reduzir significativamente
a população de pombos existente.
c) Elevada oferta de alimento: O Brasil é um dos maiores
produtores mundiais de grãos e atualmente encontra dificuldade no escoamento e
armazenamento do que produz.
Muitos são os problemas causados pelo acúmulo de fezes,
penas e restos de ninhos em unidades armazenadoras, prejudicando os sistemas
prediais de drenagem de águas, funcionamento de equipamentos, contaminação do
produto armazenado, custos com a limpeza e higienização, riscos a saúde dos
trabalhadores.
Existe uma significativa quantidade de microorganismos
patogênicos e parasitas veiculados por estas aves, especialmente em seus
excrementos. Parasitas: piolhos de pombos, ácaros, percevejos e carrapatos.
Patógenos: psitacose, salmonelose, histoplasmose, criptococose, toxoplasmose,
micoplasmose, shiguelose, listeriose e aspergilose. Processos dermatológicos e
respiratórios diversos estão relacionados com pombos.
MANEJO AMBIENTAL:
Redução e eliminação das fontes de abrigo, água e alimentação,
inclusive as fontes alternativas responsáveis pela sobrevivência de aves
doentes e fracas.
MEDIDAS PREVENTIVAS:
• Barreiras físicas e modificações estruturais: vedação ou
fechamento de espaços e vãos, inclinação da superfície para evitar o pouso, uso
de estruturas que impeçam ou desestabilizem o pouso como telas, redes e fios
tensionados, cercas eletrificadas, espículas.
• Medidas complementares: destinação de resíduos em geral,
controle de fontes alternativas de alimento, limpeza e desinfecção dos locais
de abrigo, orientação e esclarecimento da população, remoção de ninhos.
Fonte: Marcos
Roberto Potenza - Instituto Biológico
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