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quarta-feira, junho 13, 2018

Pombos representam ameaça para a saúde

A Columba livia, popularmente conhecida como Pombo, é uma ave comum que, encontrando condições propícias de moradia, alimentação e água, se aglomera e prolifera facilmente. 

As aves estão, sobretudo, em praças ou prédios localizados no centro de grandes cidades, tendo se acostumado ao acesso que foi facilitado principalmente pelos próprios seres humanos. "As pessoas desenvolveram o péssimo hábito de achar os pombos bonitos. Aí vão lá e alimentam eles, não raramente compram milho ou jogam resto de pão ou biscoito e criam um ciclo", destaca Atualpa Soares, gerente da Célula de Vigilância Ambiental e Riscos Biológicos da Secretaria Municipal da Saúde de Fortaleza (SMS)
Sua reprodução também é comum em casas, áreas de construção e igrejas. Praças que contenham chafariz matam as sedes das aves, e restos de comida encontrados em lixos próximos a restaurantes também são alvo.

OS POMBOS PODEM CAUSAR 64 TIPOS DE ZOONOSES.
As doenças causadas pelas aves incluem Criptococose (micose profunda), Histoplasmose (infecção no sistema respiratório) e Salmonelose (digestivo).
"A Criptococose é causada por um fungo e encontrada nas fezes dos pombos, e é uma doença que pode ser bem grave. Ela se manifesta como uma pneumonia grave, causando tosse, febre e falta de ar. Em pessoas com deficiência de imunidade, pode causar uma doença disseminada, com sangramento e queda de pressão, podendo levar a óbito", explica o infectologista Roberto da Justa, professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC).

CONTROLE
O controle não pode ser desenvolvido,  pois o pombo é considerada um pássaro comum da fauna e, como tal, protegida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama). Se a célula chegar a capturar a ave ou mesmo controlar seu nascimento, pode ser vítima de multa ambiental. A conscientização deve, então, partir da própria população, limitando a aproximação do pombo.
"Nos locais em que os pombos causarem prejuízos econômicos ou dano para a saúde humana, o órgão municipal, estadual ou federal competente deverá emitir um laudo que comprove esse fato. Nesses casos, o Ibama realizaria a captura dos animais ou, se necessário, o abate. Mas deve ter a comprovação com os laudos", destaca José Alencar, responsável pelo Núcleo de Biodiversidade e Florestas do Ibama.

Doenças transmitidas

Salmonelose
Doença infecciosa provocada por bactérias. A contaminação ao homem ocorre pela ingestão de alimentos contaminados com fezes de animais

Criptococose
Doença provocada por fungos que vivem no solo, em frutas secas e cereais e nas árvores; isolados nos excrementos de aves, principalmente pombos.

Histoplasmose
Doença provocada por fungos que se proliferam nas fezes de aves e morcegos. A contaminação ao homem ocorre pela inalação dos esporos (células reprodutoras do fungo).

Ornitose
Doença infecciosa provocada por bactérias. A contaminação ao homem ocorre pelo contato com aves portadoras da bactéria ou seus dejetos.
Medidas de controle

■Umedecer as fezes dos pombos com desinfetante antes de varrê‑las
■Utilizar luvas e masca ou pano úmido para cobrir o nariz e a boca ao fazer a limpeza do local onde estão as fezes
■Vedar buracos ou vãos entre paredes, telhados e forros.
■Colocar telas em varandas, janelas e caixas de ar condicionado.
■Não deixar restos de alimentos que possam servir aos pombos, como ração de cães e gatos.
■Utilizar grampos em beirais para evitar que os pombos pousem.
■Acondicionar corretamente o lixo em recipientes fechados.
■Nunca alimentar os pombos.



Fonte:  Diário do Nordeste - 12.06.2018

Comentário: MANEJO DE RATOS E POMBOS EM UNIDADES ARMAZENADORAS
MANEJO DE POMBOS
A Columba liva (pombo doméstico) e Zenaida auriculata (pombo de bando) tem sido consideradas as principais espécies de aves sinantrópicas no Brasil, ocorrendo nos ambientes urbano e rural, onde encontram oferta abundante de alimento e ausência de predadores.
Os pombos apresentam ampla variação de cor de plumagem, tamanho e hábitos. C. livia é a espécie mais conhecida pela sua proximidade no convívio com o homem, especialmente no ambiente urbano, com excelente capacidade adaptativa aos diferentes nichos criados pelo homem, não encontrando dificuldade em nidificar nos nossos diferentes modelos construtivos. Os pombos são monogâmicos com duas a três oviposições por ano.
O ciclo reprodutivo dos pombos é regulado pela disponibilidade de alimento. A fêmea coloca de 1 a 2 ovos que demoram de 17 a 19 dias para chocar e após 3 a 4 semanas os filhotes estão aptos a voar. Em condições de elevada oferta de alimento pode ocorrer até seis oviposições no ano. A longevidade é estimada em 3 a 5 anos no ambiente urbano e 15 anos em condições silvestres. Estas aves alimentam-se principalmente de grãos e sementes; abundantes nos nossos ambientes de armazenamento.

O sucesso adaptativo dos pombos se deve basicamente:
a) Abrigos: em nossas edificações encontram com facilidade vãos, frestas e outros espaços adequados ao pouso, abrigo e formação de ninhos.
b) Ausência de inimigos naturais: não temos aves de rapina ou outros predadores, em quantidade suficiente para reduzir significativamente a população de pombos existente.
c) Elevada oferta de alimento: O Brasil é um dos maiores produtores mundiais de grãos e atualmente encontra dificuldade no escoamento e armazenamento do que produz.

Muitos são os problemas causados pelo acúmulo de fezes, penas e restos de ninhos em unidades armazenadoras, prejudicando os sistemas prediais de drenagem de águas, funcionamento de equipamentos, contaminação do produto armazenado, custos com a limpeza e higienização, riscos a saúde dos trabalhadores.
Existe uma significativa quantidade de microorganismos patogênicos e parasitas veiculados por estas aves, especialmente em seus excrementos. Parasitas: piolhos de pombos, ácaros, percevejos e carrapatos. Patógenos: psitacose, salmonelose, histoplasmose, criptococose, toxoplasmose, micoplasmose, shiguelose, listeriose e aspergilose. Processos dermatológicos e respiratórios diversos estão relacionados com pombos.

MANEJO AMBIENTAL:
Redução e eliminação das fontes de abrigo, água e alimentação, inclusive as fontes alternativas responsáveis pela sobrevivência de aves doentes e fracas.

MEDIDAS PREVENTIVAS:
• Barreiras físicas e modificações estruturais: vedação ou fechamento de espaços e vãos, inclinação da superfície para evitar o pouso, uso de estruturas que impeçam ou desestabilizem o pouso como telas, redes e fios tensionados, cercas eletrificadas, espículas.
• Medidas complementares: destinação de resíduos em geral, controle de fontes alternativas de alimento, limpeza e desinfecção dos locais de abrigo, orientação e esclarecimento da população, remoção de ninhos.
Fonte: Marcos Roberto Potenza - Instituto Biológico

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