Lembrança:Caminhão explode com nitrato de amônia
Domingo à noite, 7 de Julho de 1997, uma carreta Scania
T-113, havia parado na pista por volta de 17h, com um pneu furado e princípio
de incêndio em uma das rodas traseiras. O motorista Francisco Monteiro teria
conseguido apagar as chamas e pegou carona em outra carreta que ia em direção
da Vila Rio Vermelho, na região de Xinguara, Pará. Ele foi buscar um
borracheiro. Quando ele voltou com o borracheiro percebeu que o veículo estava
em chamas.
Várias pessoas que passavam pelo local estavam tentando
apagar as chamas. Outras pessoas jogavam a carga para a beira da pista.
DESCONHECIMENTO DO TIPO DE CARGA
Ninguém sabia o que a carreta estava transportando, nem
mesmo o motorista, segundo ele mesmo teria comentado antes da explosão.
Segundo informações, ele teria ficado observando o veículo
em chamas, sentado em um barranco na beira da pista, comentando que não sabia o
que estava carregando.
O motorista da carreta só soube que se tratava de um produto
à base de nitrato de amônia no momento em que os sacos estavam sendo atirados
de cima da carroceria. Na embalagem, havia um alerta - "perigo de reação
violenta em contato com materiais orgânicos ou outros facilmente
oxidáveis".
Segundo informações no local da tragédia, o material era
levado para a Serra dos Carajás, onde "bananas de dinamite" são
usadas com freqüência na exploração mineral pela CVRD.
A carreta estava carregada com 27 toneladas de nitrato de
amônia, substância usada na fabricação de explosivos. A carga vinha da
Ultrafértil, em Cubatão (SP), e seria levada para a Companhia Vale do Rio Doce
em Carajás (PA).
PROPAGAÇÃO DO FOGO
O fogo já se espalhava também pelo pasto de uma fazenda na
área. Dois caminhões-tanque carregados com gasolina e óleo diesel chegaram ao
local, onde já havia uma fila de 20 carros. A carreta estava na pista, pois não
há acostamento.
Segundo testemunhas, o motorista de um dos caminhões-tanques
decidiu arriscar e passou pela carreta em chamas. Depois que o caminhão de
combustível chegou 150 metros à frente da Scania incendiada, ela explodiu e
espalhou fogo pelo local. O caminhão-tanque explodiu em seguida.
O outro caminhão-tanque foi arremessado pelo impacto da
explosão a uma distância de 200 metros.
Francisco Monteiro e os motoristas dos dois caminhões de
combustível também morreram no local.
VÍTIMAS:
Corpos carbonizados dificultaram a identificação, 14 pessoas
morreram e nove ficaram feridas.
O delegado Carlos Alexandre, da Delegacia Regional de
Xinguara, esteve no local comandando o trabalho de resgate dos corpos. Dos 14
corpos recolhidos somente cinco foram identificados.
A maior dificuldade para o reconhecimento, segundo o
delegado, foi as condições da maioria dos corpos, todos estavam carbonizados.
Na área, era possível achar restos humanos a uma distância de mais de cem
metros. Além dos limites da entrada da "Fazenda Primavera", por
exemplo, foi encontrada uma cabeça em cima de um barranco. Mãos e pernas também
foram encontradas separadas dos corpos das vítimas.
Segundo o delegado Carlos Alexandre, a maioria das pessoas
que morreram, foram as que correram da fazenda Primavera, e outras propriedades
vizinhas, para ajudar a debelar as chamas da carreta. Carreteiros que passavam
no momento, também pararam para prestar socorro ao colega de estrada, e
acabaram morrendo da forma mais trágica possível.
A EXPLOSÃO ABRIU UMA CRATERA
No local em que a carreta explodiu, ficou aberta uma cratera
de mais de cinco metros de profundidade, dez de largura e 15 de comprimento.
Num raio de 300 metros, podiam ser observadas latarias dos
caminhões atingidos pela explosão. O motor da carreta foi atirado a mais de 100
metros de distância, enquanto o tanque de combustível do caminhão da
"Translivre" foi atirado a mais de 300 metros.O estrondo da explosão foi ouvido a mais de 50 quilômetros
de distância.
Cézar Filho, da Transportadora Granero, disse acreditar que
o caminhão-tanque que passou pelo local provocou a explosão. "Temos
informações de que estava ventando na hora em que ele passou. O fogo deve ter
sido levado para o tanque de combustível." Segundo ele, a carreta
"obedecia a todas as normas de segurança exigidas para o transporte do
produto".
A Granero transporta o produto de Cubatão para Carajás duas
vezes por semana. O transporte dura cinco dias.
Fonte : @ZR, O Liberal – Pará 9 de julho de 1997 e Folha de São
Paulo - 9 de julho de 1997.
Comentário: Característica do Nitrato de amônio
Periculosidade
Nitrato de amônia, composto muito usado como fertilizante.
Este composto, quando aquecido, pode decompor exotermicamente em N2O
e água.
Se o calor liberado nesta reação ficar aprisionado, altas
temperaturas serão atingidas, e assim, o NH4NO3 pode
decompor explosivamente em N2, H2O e O2.
Pode explodir quando confinado e submetido a altas
temperaturas, mas não detona rapidamente. Explode rapidamente se contaminado
com material combustível. Agente fortemente oxidante.
Torna-se resistente à chama e a detonação quando misturado
com fosfato de amônio, dando uma concentração de 5% a 10%. Fonte: Produtos Químicos Agressivos – Gastão
Rúbio de Sá Weyne
Artigo publicado:
Caminhão com fertilizante explode na Romênia
http://zonaderisco.blogspot.com.br/2008/10/caminho-com-fertilizante-explode-na.htmlMarcadores: explosão
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