Proibição de isopor em Nova York
A prefeitura de Nova York anunciou que a partir de julho será proibida a venda de
produtos em recipientes de isopor por causa dos danos ambientais que sua
utilização representa.
A medida foi anunciada pelo gabinete do prefeito Bill de
Blasio, após consultas a empresas de recipientes, vendedores e agências de
saúde da cidade.
Essa iniciativa já foi tentada em 2013 pelo prefeito
anterior, Michael Bloomberg, mas a ordem nunca foi executada por oposição do
conselho municipal, que pediu mais tempo para ver se era possível desenvolver
um sistema de reciclagem desse material.
DANO AO MEIO AMBIENTE
Após confirmar que isso não é possível, o novo governo
decidiu proibir os recipientes, muito usados pelos nova-iorquinos para
conservar e transportar comida e café. "Esses produtos causam um dano real
ao meio ambiente e não têm lugar na cidade de Nova York", afirmou De
Blasio em declaração que acompanhou o anúncio da proibição.
"Se temos melhores opções, melhores alternativas, e se
há mais cidades no país que seguem nosso pensamento e instituem proibições
similares, essas alternativas em breve serão abundantes e custarão menos",
acrescentou.
OUTRAS CIDADES ADOTARAM
Com isso, Nova York se junta a outras 70 cidades dos Estados
Unidos que adotaram uma medida parecida, entre elas Washington, San Francisco,
Seattle e Minneapolis, esforço que contou com a adesão de grandes empresas para
buscar alternativas de recipientes.
GRANDE VOLUME DE LIXO
No entanto, Nova York é a maior cidade entre as que adotaram
a medida, e a que mais lixo produz. Segundo dados da prefeitura, a cidade
produziu em 2014 um total de 28.500 toneladas de recipientes de isopor, o que
representa um grande volume de lixo, levando em conta que trata-se de um
material leve.
O QUE É ISOPOR?
Comercializado nos Estado Unidos com o nome de Styrofoam, o
isopor foi inventado pelo cientista da empresa Dow Chemical Otis Ray McIntire
em 1941.
Para fazê-lo, pequenas quantidades do polímero poliestireno
são misturadas com produtos químicos para se expandiram 50 vezes do seu tamanho
original.
Após o resfriamento, essa massa é então colocada em moldes –
seja de um copo ou de uma embalagem – e passa por um novo processo para
expandi-la ainda mais, até que o molde seja totalmente preenchido e as contas
se fundirem.
O produto final é leve, barato – 95% de sua composição é ar.
Suas propriedades isolantes e seu custo barato tornaram o isopor uma escolha atraente
nos negócios.
POR QUE ELE É TÃO PREJUDICIAL AO MEIO AMBIENTE?
Há uma estimativa de que apenas nos Estados Unidos 25
bilhões de copos de café de isopor são jogados no lixo em um ano – para efeito
de comparação, 100 bilhões de sacolas plásticas são descartadas anualmente.
Em 2006, por exemplo, 135 toneladas de produtos de isopor
foram despejadas em lixões em Hong Kong – menos de 5% de todo o lixo plástico
descartado no país.
Mas mesmo o isopor representando uma parcela pequena do
lixo, ambientalistas afirmam que o problema ganha outras dimensões quando ele
chega no mar.
LIXO NO OCEANO
Segundo Douglas McCauley, professor de biologia marinha da
Universidade da Califórnia em Santa Bárbara, há dois problemas causados pelo
isopor para os animais marinhos, um químico e o outro, mecânico.
■ O mecânico é bem fácil de se ver. Encontramos espuma de
isopor no intestino de animais – e isso pode ser letal;
■ Já o aspecto químico tem a ver com a propriedade
absorvente do material. O isopor age como uma pequena esponja poluente,
capturando todos os compostos que mais contaminam o oceano. E então um animal
engole isso, pensando ser uma água-viva, explica McCauley
E isso não é perigoso apenas para os animais marinhos para o
oceano como um todo. Pode também ser prejudicial para os humanos.
"É preocupante que um peixe que ingeriu tudo isso acabe
nas nossas mesas", afirma.
POR QUE NÃO É POSSÍVEL RECICLÁ-LO?
A dificuldade em reciclar o material é uma das principais
razões. Ninguém conseguiu até agora provar que seja possível reciclá-lo em
larga escala, e tampouco há mercado para isso.
Devido ao processo químico usado em sua confecção, é quase
impossível transformar, por exemplo, um prato de isopor em uma embalagem feita
do mesmo material.
Há, no entanto, alguns métodos sendo testados, como
reciclagem térmica. Mas sua viabilidade em termos de custo e logística de
transporte ainda é um problema.
QUAIS AS ALTERNATIVAS?
O McDonalds começou a deixar de usar embalagens de isopor
nos anos 90 – e em 2013 abandonou totalmente o material, o substituindo por
alternativas feitas com papel.
Já o Dunkin'Donuts agora faz seus copos com um composto mais
fácil de ser reciclado, o polipropileno – um tipo de plástico bastante usado
para embalagens para levar comida para casa. No entanto, o produto é mais caro
que o isopor. Fonte: @ZR, G1-09/01/2015
Marcadores: Meio Ambiente
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