Zona de Risco

Acidentes, Desastres, Riscos, Ciência e Tecnologia

quarta-feira, dezembro 31, 2014

Ventania derruba torre de energia eólica em Santana do Livramento

O temporal que atingiu o Rio Grande do Sul na tarde de sábado, 20 de dezembro ,  e madrugada de domingo  deixou um rastro de destruição em várias regiões do estado. Em Santana do Livramento, na fronteira com o Uruguai, as rajadas de vento foram tão fortes que derrubaram oito torres de energia eólica do parque da Eletrosul. Ninguém ficou ferido.
Segundo a Defesa Civil de Santana do Livramento, as rajadas de vento ultrapassaram os 120 km/h no município. 

QUEDA DOS AEROGERADORES
Os aerogeradores que caíram ficam no  Complexo Eólico Cerro Chato, da Eletrosul. Em nota, a empresa disse que as estruturas foram derrubadas por ventos que atingiram quase 250 km/h, segundo dados dos institutos de meteorologia da região.
As estruturas foram projetadas para suportar ventos de até 200 km/h caíram e algumas tiveram o material em aço totalmente retorcido.

NOTA DE ESCLARECIMENTO DA ELETROSUL
Em virtude do vendaval que atingiu o Rio Grande do Sul,  a Eletrosul informa que registrou a queda de oito aerogeradores no Complexo Eólico Cerro Chato, em Santana do Livramento, na fronteira Oeste do Estado. As estruturas foram derrubadas pelo impacto das rajadas de vento que chegaram a quase 250 km/h, segundo dados dos institutos de meteorologia da região.
As redes de interligação do sistema de transmissão de energia do Complexo Eólico Cerro Chato não foram danificadas. Os aerogeradores afetados pelo vendaval possuem 136 metros de altura e cada um pesa aproximadamente 600 toneladas.
Técnicos do Centro Regional de Manutenção e Apoio à Operação da Eletrosul, em Santana do Livramento, vistoriaram o Complexo Eólico para garantir a integridade das demais torres dos parques atingidos. Nos próximos dias, uma análise nas estruturas danificadas será realizada para a restauração ou instalação de novas torres.

CAUSA PROVÁVEL
Gráfico:
1 – Uma frente fria vinda do sul da Argentina passou pelo Uruguai e chegou ao Rio Grande do Sul, alimentando a nebulosidade na região da Fronteira Oeste.
2 – O choque da frente fria com o ar quente que estava sobre o Estado, com temperaturas ao redor dos 35º C, levou a formação de nuvens de tempestade (do tipo cumulonimbus).
3- O que pode ter ocorrido em Santana do Livramento é a formação de uma supercélula, um conjunto concentrado de nuvens carregadas que pode gerar micro explosões de vento em pontos isolados. Muito provável danificou  os aerogeradores do Complexo Eólico Cerro Chato.
4- A micro explosão é uma rajada de vento que sai da nuvem em direção ao solo e se expande na superfície. Essas rajadas podem chegar até 270 km/h.
5- Dimensões das torres: 136 m de altura, peso de 600 toneladas, incluindo as fundações 
6- A distância média entre os aerogeradores é de 400 m. A base das máquinas possui cerca de 15 m de diâmetro. Fonte: Climatempo e Eletrosul
A derrubada de oito aerogeradores pode ser explicada por um fenômeno meteorológico chamado de microexplosão.
É uma rajada de vento que sai da nuvem em direção ao solo, podendo atingir até 270 km/h. Quando toca a superfície, esse vento se espalha, causando estragos. O fenômeno é raro no Brasil, sendo a Região Sul mais propícia à ocorrência. Como o alcance é localizado, o registro depende de radares. Fotos do incidente ajudam na identificação, assim como o tipo de dano causado, explica a meteorologista Bianca Lobo, do Climatempo. Fontes: G1 RS-21/12/2014 e Zero Hora - 22/12/2014 

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sexta-feira, dezembro 26, 2014

As lições aprendidas, uma década depois do tsunami do Oceano Índico

CENÁRIO
Em 26 de dezembro de 2004, o quarto maior terremoto em um século em erupção submarina ao largo da província indonésia de Aceh, causou um tsunami,  com velocidade de mais de 600 km/h  e propagando-se em 20% de extensão ao redor da Terra. Mais de 228 mil pessoas morreram em 14 países no sudeste da Ásia e Sul da Ásia, e tão distantes como a África; a maioria mulheres - em alguns lugares, três vezes o número de homens - idosos e crianças. Entre os mortos estão cidadãos de 40 países, e os danos totalizaram quase US $ 10 bilhões.
Ao todo, cerca de 2,5 milhões de pessoas foram afetadas, perdendo suas famílias, suas casas, e seus meios de fazer seu sustento. Quando o tsunami foi concluído, foi o desastre mais destrutivo de seu tipo na história.  
 BALANÇO DE VÍTIMAS
Países  
Mortes confirmadas
Estimativa
Feridos
Desaparecidos
Deslocados
Indonésia
130.736
167.799
n/a
37.063
500.000
Sri Lanka
35.322
35.322
21.411
n/a
516.150
India
12.405
18.045
n/a
5.640
647.599
Tailândia
5.3953
8.212
8.457
2.817
7.000
Somália
78
289
n/a
n/a
5.000
Myanmar
61
400–600
45
200
3.200
Maldivas
82
108
n/a
26
15.000
Malásia
68
75
299
6
5.000+
Tanzânia
10
13
n/a
n/a
n/a
Seychelles
3
3
57
n/a
200
Bangladesh
2
2
n/a
n/a
n/a
África do Sul
24
2
n/a
n/a
n/a
Iêmen
23
2
n/a
n/a
n/a
Quênia
1
1
2
n/a
n/a
Madagascar
n/a
n/a
n/a
n/a
1.000
Total
~184.167
~230.273
~125.000
~45.752
~1.74 milhões

IMPACTO ECONÔMICO
Países
Áreas afetadas
Mortes
Pessoas desalojadas
Impacto econômico
US $ Milhões
India
2.200 km de  costa litorânea, 300 m a 3 km em terra
16.389
654.512
1.023
Indonésia
Aceh, 14 dos 21 distritos em  Aceh
165.708
532.898
4.452
Malásia
Algumas partes da costa litorânea oeste  dos estados de Penang e Kedah
80
5.083
500
Maldivas
20 atóis
102
27.214
470
Myanmar
23 vilarejos
71
15.700
500
Sri Lanka
1.720km da costa litorânea; 300 m a 3 km em terra.
35.399
1.019.306
1.317
Tailândia
6 províncias da costa oeste
8.345
67.007
1.690
Somália
Puntland, pior região atingida, 650 km da costa litorânea
298
105.083
100
Total

226.392
2.426.803
10.052
Source: International Disaster Database, Centre for Research on the Epidemiology of Disasters,

AJUDA HUMANITÁRIA
US$ 17,7 bilhões; Governos, ONG´s, Cruz Vermelha, doações privadas. Source: Flit and Goyder (2006)

DEZ ANOS DEPOIS
Tailândia, 26  de dezembro de 2014 - É exatamente dez anos após  o tsunami do Oceano Índico atingir  países da região, tirando vidas e deixando comunidades sem rumo.
A tragédia, que ecoou por  mundo inteiro, direcionou o foco quanto é vulnerável o mundo aos  perigos naturais. Foi também uma forte lembrança da importância de enfrentar o  risco de desastres, reforçando a preparação e capacidade de recuperação. Como tal, ele estimulou a renovação, o esforço  coletivo internacional para reduzir o risco, perda de vida e dano econômico.
Dez anos depois do tsunami do Oceano Índico, o mundo tomou medidas significativas para tornar o mundo um lugar mais seguro contra desastres.
Apenas três semanas após o tsunami, os países de todo o mundo reuniram-se em Kobe, Hyogo, no Japão para elaborar um acordo internacional para reduzir os riscos e perdas de desastres. Mudou-se e surpreendeu à ação, eles adotaram o Quadro de Ação de Hyogo, primeiro acordo abrangente do mundo sobre a redução do risco de desastres. Ele abriu o caminho para uma nova mentalidade. Houve mudanças  substanciais no pensamento global sobre as questões de redução de risco de desastres. O tsunami agiu como um aviso, “despertar” e nos fez entender como somos vulneráveis aos riscos. Não podemos evitar riscos naturais, mas sabemos o suficiente, para, certamente, evitar que eles se tornem catástrofes,  explicou disse Margareta Wahlström, chefe do Escritório da ONU para a Redução do Risco de Desastres (UNISDR).
Lições aprendidas
■ Agora temos sistemas de alerta precoce mais eficaz e melhor  procedimentos de evacuação. E também uma maior compreensão e consciência global da extensão dos danos que as catástrofes podem provocar nas sociedades.
■Uma importante medida de minimizar as perdas humanas surgiu a partir do desastre foi o Sistema de Alerta de Tsunami do Oceano Índico, agora fornece alertas através de três centros regionais de alertas na Índia, Indonésia e Austrália, e uma rede de 26 centros nacionais de informação do tsunami. É um sistema eficiente que disseminou alertas precoces no prazo de oito minutos no terremoto Banda Aceh em 2012. Outras medidas incluíram a construção de edifícios mais resistentes a riscos.
■ Uma grande lição do tsunami  no Oceano Índico é que temos de construir e planejar nossas áreas urbanas costeiras de uma forma mais sustentável e responsável. Temos de nos tornar mais inteligentes e conscientes na gestão dos riscos em torno da localização da infraestrutura crítica em áreas de riscos  propensas a riscos de inundações, tempestades, terremotos, ondas de calor ou qualquer outra coisa, acrescentou.
■Melhorar questões críticas, como padronizado de mensagens, informação e sinalização para os viajantes e as comunidades em um mundo muito móvel. A padronização vai ajudar a garantir que as pessoas estão mais bem preparadas.
■ Fortalecimento da resiliência nível local também é crucial para tornar as comunidades mais seguras contra catástrofes. Indonésia tem sido um exemplo de liderança após o tsunami, em 2004, investindo muito na descentralização para capacitar mais comunidades para lidar com os riscos de desastres.
■ O vilarejo de pescador Ban Nam Khem representa agora um centro de modelo para aprender sobre os esforços de resposta de preparação para desastres de base comunitária e de recuperação, depois de ter aplicado políticas de recuperação nacional, bem como a implementação do seu próprio processo de planejamento e uma série de medidas de auto‑suficiência. Elas incluem áreas de evacuação, o abastecimento de alimentos, programas de busca e salvamento, bem como sistemas de coleta e análise de dados para reduzir e prevenir futuras perdas. A aldeia foi atingida pelo tsunami, que matou mais de 1.400 pessoas e destruiu 1.000 casas.

TSUNAMI
O tsunami foi um duro golpe econômico, causando aproximadamente 9,9 bilhões de dólares em danos. Mas, além disso, o  impacto imediato, deixou cicatrizes humanas e ambientais a longo prazo.
As 227.000 mortes vieram de 14 países em todo o Oceano Índico, e também incluiu 9.000 turistas estrangeiros de dezenas de outras nações, tornando-o o pior desastre único afetando tal faixa do globo. O tsunami teve consequências psicológicas e sociais graves, bem como dos impactos ambientais e de desenvolvimento, a longo prazo,  negativos. A terra foi contaminada por água salgada, florestas danificadas e ecossistemas prejudicados. Em geral, isso afetou a velocidade e natureza do processo de recuperação, na maioria dos países de toda a região.

CONFERENCIA EM SENDAI SOBRE REDUÇÃO DE RISCO DE DESASTRES
O marco histórico do Quadro de Ação de Hyogo abrange o período de 2005 a 2015. A nova estrutura estará no próximo ano, na Terceira Conferência Mundial da ONU sobre a Redução do Risco de Desastres (WCDRR), que será realizada em Sendai, no Japão, a partir de março 14-18 . A conferência adotará  um novo quadro que irá complementar novos acordos globais sobre metas climáticas e desenvolvimento sustentável
Sendai é uma oportunidade de geração de construir sobre as bases que foram estabelecidas ao longo dos últimos dez anos e para garantir que a experiência e aprendizado do tsunami do Oceano Índico continuará  a ser aplicada, a fim de reduzir os atuais níveis de risco e evitar a criação de novo risco, disse Wahlström.
Fontes: RelifWeb - UNISDR - Estratégia Internacional para a Redução de Desastres- 26 de dezembro de 2014

Comentário:
Na época  a região não tinha o Sistema de Prevenção de Alerta de Tsunami, que poderia ter minimizado as perdas humanas.
Alguns dados do desastre que poderiam ajudar no alerta, se houvesse o sistema;
■A onda se propagou com velocidade de 500 km/h
■Dez minutos depois do terremoto, as ondas do tsunami atingiram as ilhas Nicobar e Andaman.
■Vinte minutos depois Banda Aceh.
■Duas horas depois  as ondas atingiram Tailândia e Sri Lanka. A costa leste da Índia foi atingida pouco tempo depois.
■ Três horas depois as ondas atingiram Maldivas e mais de sete horas depois, atingiu a costa da Somália.

Fotos, depois do tsunami em 2004 e em 2014

Vídeo

Vídeo:
O vídeo é longo, mas mostra a dinâmica como acontece um tsunami e os fatores que potencializam o desastre.

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domingo, dezembro 21, 2014

Acidentes com plataformas aéreas

O setor de plataformas aéreas está relatando mais acidentes mediante o programa voluntário da IPAF (Powered Access Rental Market). Dessa forma é revelado que mundialmente em 2013 houve 53 vítimas fatais em acidentes envolvendo plataformas elevatórias móveis de pessoas (PEMPs), também conhecidas como plataformas de trabalho aéreo (PTAs), de acordo com os resultados preliminares do banco de dados de acidentes da IPAF.

CATEGORIA DE EQUIPAMENTO
■plataforma estática de braço articulado
■plataforma de auto-propulsão
■plataforma tipo tesoura

AS PRINCIPAIS CAUSAS DOS ACIDENTES COM VÍTIMAS FATAIS SÃO:
■capotamento (16),
■queda em altura (13),
■aprisionamento (ficar preso)(10),
■eletrocussão (7),
■impacto (4)  
■queda de objetos (2).  
■desconhecido (1)

TIPO DE PLATAFORMA
■ quase metade dos registros de acidentes com vítimas fatais (26, ou 49%) envolveu plataformas móveis de braço/lança,
■ quatorze acidentes com vítimas fatais (26%) envolveram plataformas móveis verticais (3a),
■ 11 (21%) envolveram plataformas estáticas de braço/lança (1b),
■ em dois casos (4%), o tipo de máquina era desconhecida.

PAÍSES
■trinta (57%) dos acidentes com vítimas fatais ocorreram nos EUA, com base de 54% da frota mundial de locação/aluguer.
■três vítimas fatais foram relatadas na Alemanha, Espanha e no Reino Unido,
■duas vítimas fatais na Bélgica, no Canadá, em França e nos Países Baixos, e
■ uma na Armênia, Austrália, Irlanda, Malásia, Noruega e no Oriente Médio.

O projeto de relatório de acidentes da IPAF foi lançado em Janeiro de 2012 e veio preencher uma lacuna para a qual não existia anteriormente um único mecanismo para relatar e analisar acidentes graves implicando PEMPs/PTAs, e não havia dados concretos sobre a quantidade e causa de acidentes com vítimas fatais. No primeiro ano do projeto foram relatados 32 acidentes com vítimas fatais envolvendo PEMPs/PTAs. Fonte: IPAF- Powered Access Rental Market

Comentário: O que são plataformas aéreas?
As plataformas aéreas são utilizadas para todo e qualquer tipo de trabalho em altura e podem ser aplicadas na simples troca de uma lâmpada e até na montagem de complexas plantas industriais. São equipamentos versáteis, pois apresentam modelos e tamanhos diferentes, que variam de 4 m até 43 m de altura, podendo ser do tipo tesoura ou lança, telescópicas ou articuladas, com acionamento elétrico ou diesel, com características específicas para elevação de pessoas ou ferramentas.
As plataformas aéreas elétricas são ideais para trabalhos em ambientes fechados como shoppings, supermercados, controle de estoque e inventários em depósitos; em tarefas para a produção de eventos como projetos de iluminação, som, decoração, montagens cenográficas, fotografia e filmagem. Já as plataformas aéreas a diesel são recomendadas para trabalhos de pintura, eletricidade, instalações em geral e montagens de grandes dimensões.
No final de 2012, estima-se a frota de PTAs/PEMPs para locação no Brasil em 19.500 unidades. A IPAF estima a frota mundial para locação de plataformas de trabalho aéreo (PTAs), também conhecidas como plataformas elevatórias móveis de pessoas (PEMPs), em 950 000 unidades.  

Definição da NR-18- Plataforma de Trabalho Aéreo – PTA é o equipamento móvel, autopropelido ou não, dotado de uma estação de trabalho (cesto ou plataforma) e sustentado em sua base por haste metálica (lança) ou tesoura, capaz de erguer-se para atingir ponto ou local de trabalho elevado.

Vídeo: Erros e acidentes com plataformas aéreas

Vídeo (1): Erros e acidentes com plataformas aéreas

Principais acidentes na operação de plataformas elevatórias
■ QUEDA
Pode ocorrer em diversos níveis de altura, sendo alguns deles, extremamente perigosos. Deve‑se sempre usar o equipamento de proteção individual de  maneira correta.
Sempre lembrar que as quedas não indicam apenas os operadores, mas também às ferramentas e à próprio tombamento do equipamento.
■COLISÃO
É muito comum colisão da plataforma com barreiras das mais variadas formas (paredes, tetos, muros).
Inclui também batidas em desníveis, que ocorrem devido a inobservância das instruções do manual, que delimita as inclinações máximas para subida e descida com a máquina.
■ATROPELAMENTO
É comum que alguns trabalhadores circulem  na área em que a plataforma está sendo operada, o que pode acarretar o contato direto da máquina com o trabalhador. Deve isolar a área de operação das máquinas da área de trabalho dos operários que estão no solo.
■CONTATO COM FONTES DE CALOR/ELETRICIDADE
Deve-se tomar cuidado e evitar o contato da plataforma com certos materiais e temperaturas, bem como com fontes de energia. Ao encontrar alguma dessas situações, a plataforma pode ter problemas em seu funcionamento que podem atrapalhar a eficiência do trabalho.

Dicas de segurança para operação de plataformas aéreas em campo
■Primeiro, é necessário ter recebido o treinamento adequado (o treinamento geral e também o treinamento prático), bem como estar familiarizado com a PTA que irá usar.
■Antes de operar o equipamento, é necessário entender e seguir as normas de segurança do empregador. “Antes de cada turno, realize sempre a inspeção pré-operação e os testes funcionais na PTA; sempre realize a avaliação de riscos do canteiro de obras antes de movimentar a PTA até o local de trabalho.”
■Necessidade de se operar uma lança telescópica ou articulada, usando sempre a proteção adequada contra quedas. O uso de equipamento de segurança devidamente encaixado, do talabarte ou da linha de vida auto-retrátil é obrigatório.
■O operador deve afastar-se de rampas, obstáculos aéreos e áreas com quaisquer tipos de desnível. Caso a superfície seja somente irregular ou tenha leves declives, deve-se operar o equipamento devagar.
■Afastar-se das redes elétricas.
■O trânsito de pessoas na área de operação deve ser evitado ao máximo.
■A plataforma não deve ser usada no caso de chuvas.
■Na hora de descer, é importante verificar se não há máquinas ou pessoas por perto.
Fonte: Hillco Equipamentos e M&T

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quinta-feira, dezembro 18, 2014

Trabalhador foi atingido na cabeça por um pedaço de madeira.

Um operário morreu na manhã de quarta-feira, 19 de novembro, em uma obra de um prédio localizado na rua Antônio Baena, próximo à avenida Almirante Barroso, em Belém, Pará.
O trabalhador Robson foi atingido  na cabeça por um objeto, chegou a ser socorrida pelo Samu, mas não resistiu. A construtora responsável pela obra solicitou a perícia no local.
O sindicato informou que o trabalhador Robson trabalhava como ferreiro e não deveria estar trabalhando naquele local. Ele estava no térreo no momento em que o pedaço de madeira caiu e usava os equipamentos de proteção individual (EPIs).
Funcionários que testemunharam o acidente foram levados para prestar depoimento na Seccional de São Brás. Fonte: G1 PA-19/11/2014 

Comentário: Segundo informações dos trabalhadores, ele estava usando capacete, mas com o impacto do pontalete, o capacete  rachou. Um pontalete pode pesar 9 kg.
Segundo a norma NR-18 – define-se canteiro de obras como: Área de trabalho fixa e temporária onde se desenvolvem operações de apoio e execução de uma obra.
Para tanto há a necessidade de se preocupar na elaboração do lay-out do canteiro para que este fique com disposição adequada para o desenvolvimento dos trabalhos, relativo à saúde e segurança do trabalhador e bem como na execução de serviço.
A organização do canteiro de obra é fundamental para melhorar o processo produtivo otimizando a ocupação dos espaços, evitando desperdícios de materiais, tempo, limpeza e  aumentando a segurança do trabalhador quanto aos locais e áreas com maiores incidências de riscos.
Quanto a esse acidente o trabalhador nunca deveria trabalhar ou ser autorizado a executar serviço temporário na área onde poderia ocorrer projeção de queda de material. A área de serviço de apoio deve ter disposição adequada quanto a proteção contra riscos.
O que diz a norma sobre área de ferragem
18.8.3. A área de trabalho onde está situada a bancada de armação deve ter cobertura resistente para proteção dos trabalhadores contra a queda de materiais e intempéries.
Fazendo simulação da queda de um pontalete  de 9 Kg em queda livre, teremos os seguintes valores;
Altura - m
Impacto- Kg
Velocidade – Km/h
3
27
28
6
55
39
9
83
48
12
110
56
15
137
62

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terça-feira, dezembro 16, 2014

Caso Shell:Contaminação dos moradores de Recanto dos Pássaros

Moradores de um bairro de chácaras de Paulínia, na região de Campinas, podem ter passado os últimos 25 anos expostos à contaminação por resíduos agrotóxicos de uma antiga fábrica vizinha da Shell Química.
Análises realizadas pela própria empresa e pelo Instituto Adolfo Lutz indicaram concentrações de organoclorados até 16 vezes acima do limite em lençóis subterrâneos próximo ao terreno, que fica a apenas 150 metros do Rio Atibaia.

HISTÓRICO DA ÀREA DE CONTAMINAÇÃO
Em 1975, a Shell iniciou a construção de uma fábrica de agrotóxicos, incluindo a produção de Endrin e Aldrin e o processamento de Dieldrin, três agrotóxicos organoclorados. A fábrica iniciou suas atividades no ano de 1977.
A área está situada no Município de Paulínia, a 126 km da capital do estado de São Paulo e tem aproximadamente 40 hectares (400.000 m2 ). Em todo o seu lado oeste em forma de meia lua é acompanhada pelo Rio Atibaia, um dos principais afluentes do rio Piracicaba, e que abastece de água, entre outras, as cidades de Americana e Sumaré. Entre a indústria e o rio existe uma faixa de aproximadamente 100 metros, onde está localizado o bairro residencial Recanto dos Pássaros, antigo loteamento Poço Fundo. A fábrica instalou-se no local depois dos chacareiros.

VENDA DA ÁREA
Em 1993, a Shell iniciou o processo de venda de suas unidades produtoras de agrotóxicos para a American Cyanamid Co. Fez parte do contrato de venda a promoção de auditoria ambiental. Estas medidas fizeram parte de tentativa de mensurar e valorizar o passivo ambiental à época da venda. Com a identificação é possível que tais problemas ambientais constem em contrato e tenham seus valores devidamente definidos.
Cinco anos mais tarde, a Cyanamid repassou a área para a Basf. A responsabilidade sobre a contaminação do local antes da venda do terreno cabe à Shell, como foi definido em contrato. 

AUTO DENÚNCIA E TERMO DE ACORDO
Em 14 de setembro de 1994 a Shell do Brasil S.A. – Divisão Química, comunicou à Promotoria de Justiça do Município de Paulínia através de auto denúncia a constatação de contaminação do solo e das águas subterrâneas, que segundo as informações da empresa, encontravam-se restritas à área fabril.
Em agosto de 1995 foi assinado o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) denominado neste caso como Termo de Acordo, firmado pelo Ministério Publico e pela empresa.
A companhia foi obrigada a instalar em área interna, um sistema de recuperação da qualidade do aqüífero (SRQA) constituído por uma barreira hidráulica, um sub-sistema de extração de contaminantes e uma unidade de tratamento de água, destinados a  contenção e remoção da contaminação por solventes diagnosticada nas áreas denominadas como “Opala” e “Parque dos Tanques”, situadas a noroeste na planta.
No referido acordo a Shell também deveria efetuar o monitoramento da área no extremo oeste da planta descrita como “Incinerador” e “Formulação” em virtude da identificação no solo de Drins (Aldrin, Dieldrin e Endrin). A companhia ficou obrigada a monitorar solo e águas subterrâneas por um período de três anos, com a finalidade de confirmar a hipótese levantada pela empresa, de que os produtos encontrados no solo não migrariam para o aqüífero.

CONTAMINANTES
Os contaminantes - resíduos da fabricação de agrotóxicos pela Shell entre 1975 e 1985 - são o aldrin, dieldrin e endrin, substâncias classificadas como poluentes orgânicos persistentes (POPs) e banidas em diversos países, incluindo o Brasil.
Não há, entretanto, confirmação de que a população tenha sido exposta aos poluentes, que podem ser cancerígenos e afetar o desenvolvimento de fetos.
Segundo o diretor de Controle de Poluição Ambiental da Cetesb, Orlando Zuliami Cassettari, não há motivo para pânico. "Apesar de a contaminação estar acima dos padrões, não é uma coisa alarmante", afirmou. Todas as amostras coletadas até agora foram tiradas de pontos ao redor da fábrica e muito mais profundos do que as cisternas das chácaras. "Não acredito que alguém tenha bebido essa água". 
A recomendação por enquanto é não beber água de poço da região. A Shell já iniciou a distribuição de água por caminhões-pipa para os moradores que não tem acesso à rede pública. A empresa assumiu a responsabilidade pela contaminação e está negociando compensações.
A Secretaria do Meio Ambiente de Paulínia vai realizar uma varredura em todo o município para identificar depósitos dos poluentes. O secretário Henrique Padovani solicitou exames de saúde dos moradores. Cerca de 300 pessoas moram no local, a 3 quilômetros do centro de Paulínia.  

EXAMES – ANÁLISE DA ÁGUA E DO SOLO
A Shell do Brasil iniciou o trabalho de coleta de amostras do solo e da água das 50 chácaras no Recanto dos Pássaros, em Paulínia (17 km de Campinas).
A água subterrânea do local foi contaminada pela extinta Shell Química -uma divisão da Shell do Brasil S/A, que produzia pesticidas agrícolas.
As amostras estão sendo colhidas por técnicos holandeses e brasileiros e serão remetidas a um laboratório europeu para verificação dos índices de contaminação.
A Prefeitura de Paulínia e a Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental) acompanharam o trabalho.

DESCONTAMINAÇÃO DO SOLO
A Shell Química anunciou que deve gastar US$ 2 milhões para recuperar a área contaminada.
Parte da área contaminada está localizada dentro da fábrica da Basf, empresa alemã que também produz defensivos agrícolas.
A Shell apresentou, a proposta de descontaminação da área à Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental do Estado de São Paulo).
A Cetesb ainda está analisando parte da proposta e, só então, vai autorizar o início dos trabalhos.
A Cetesb informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que um dos estudos entregues pela Shell é o do monitoramento de toda a área da fábrica, incluindo as chácaras no entorno.
O plano de monitoramento para investigar se há contaminação do solo ou das águas subterrâneas por drins, solventes e metais pesados nas chácaras foram aprovadas pela agência.
A aprovação autoriza a empresa a iniciar o trabalho de coleta de material, segundo a Cetesb.
O estudo será acompanhado por técnicos da Cetesb que auditará os resultados. De acordo com a agência, serão coletadas amostras de solo em cada uma das chácaras, além da coleta de água nos poços existentes.
A Cetesb informou que as análises dos planos para a construção da barreira hidráulica, remoção do solo e análise de alimentos produzidos nas chácaras devem ser concluídos nos próximos dias.

CONTROVÉRSIAS NOS TIPOS DE EXAMES
Há necessidade de biópsia, apenas o exame de sangue não basta, diz especialista
As análises em amostras de sangue coletadas entre os moradores do bairro Recanto dos Pássaros, em Paulínia, não são suficientes para detectar a intoxicação crônica por pesticidas organoclorados (drins).
A afirmação é da especialista em toxicologia pela USP (Universidade de São Paulo) e professora da PUC-Campinas (Pontifícia Universidade Católica) Sílvia de Oliveira Santos Cazenave.
De acordo com Sílvia, os exames de sangue só revelam os níveis de intoxicação aguda, ou seja, mais recente.
A contaminação crônica pode trazer danos à saúde a longo prazo, quando, por exemplo, o morador não estiver mais sob os cuidados médicos da prefeitura e da Shell.
"Como os drins se acumulam no tecido gorduroso com o passar dos anos, seria necessária a realização de uma biópsia para detectar a intoxicação crônica", afirmou a especialista.
A biópsia não está contemplada nos planos de avaliação de saúde da Prefeitura de Paulínia (17 km de Campinas) e da Shell Brasil.
De acordo com dados da OMS (Organização Mundial de Saúde), para cada micrograma de drin que é encontrado no sangue, há 136 microgramas acumulados na gordura.
Para Sílvia, apenas os níveis de intoxicação presentes no sangue não são bastante para o diagnóstico. "A intoxicação depende da suscetibilidade de cada organismo", disse.
Uma pessoa pode, segundo a especialista, desenvolver um quadro clínico tendo baixos índices de drins no sangue.

TESTES USARAM METODOLOGIAS DIFERENTES: POR ISSO, EXAMES FEITOS PELA SHELL E PELA PREFEITURA DISCORDAM SOBRE CONTAMINAÇÃO
A contradição entre os exames da Shell e da prefeitura não é difícil de ser explicada. No teste encomendado pela empresa ao laboratório norte-americano ABC, foram avaliadas a presença dos drins (aldrin, endrin e dieldrin, substâncias produzidas apenas pela Shell), heptaclor e oito metais pesados.
Como parâmetro, foram usados índices adotados para trabalhadores expostos a esses materiais. No exame encomendado pela prefeitura de Paulínia para o Centro de Assistência Toxicológica (Ceatox), ligado à Universidade Estadual Paulista (Unesp), a lista de químicos avaliados era maior: 15 itens. E a presença de qualquer quantidade dessas substâncias era considerada contaminação.
"Os critérios usados pelos exames da Unesp parecem mais corretos, pois indicam o contato com a substância tóxica e, além disso, a relação entre a contaminação e o estado clínico dos pacientes", afirma o toxicologista Anthony Wong, do Ceatox da Universidade de São Paulo (USP).
O fato de a população ser examinada só agora, seis anos depois de a Shell haver admitido a existência da contaminação no solo da fábrica é explicada pela vice-presidente da Shell Química, Maria Lúcia Pinheiro. "Somos uma empresa séria e não podíamos sair por aí, deixando a população em pânico, se não havia certeza da contaminação fora da área da fábrica". Nem mesmo a proximidade da fábrica com as casas - elas são separadas apenas por uma rua - aguçou a curiosidade da empresa.
Os testes nos moradores, continua Maria Lúcia, foram cogitados apenas este ano, depois da constatação da contaminação em duas propriedades com material da empresa. "Não sabemos por que somente agora obtivemos esses resultados."
O presidente da Associação dos Moradores, Paulo Souza, acusa a empresa de ser omissa. "Em 96, fui procurado pela Shell, que recomendou o uso apenas de água fornecida pela empresa. Perguntei a razão e nunca houve resposta. Por isso dei início às investigações."

PRINCIPAIS SEQÜELAS PROVOCADAS PELA CONTAMINAÇÃO EM ALGUNS EX-FUNCIONÁRIOS DA SHELL  PELOS AGROTÓXICOS, QUE TRABALHARAM NA FORMULAÇÃO DO PRODUTO
■Hepatite tóxica. A doença não tem cura e pode evoluir para uma cirrose.
■Insuficiência renal crônica
■Câncer nos testículos
O diretor jurídico da Shell Brasil, Gustavo Fleishmann, afirmou que a empresa sabia da doença dos ex-funcionários e acompanhava a saúde dos funcionários porque eles trabalhavam com produtos perigosos. "Se eles ficaram doentes enquanto trabalhavam, certamente entraram no plano de saúde da empresa e tiveram tratamento médico", afirmou.

EXAMES EM PAULÍNIA APONTAM INTOXICAÇÃO
Os exames laboratoriais foram feitos pelo Ceatox (Centro de Análises Toxicológicas), da Unesp (Universidade Estadual Paulista) de Botucatu, que analisou a presença de organoclorados e metais pesados no sangue dos moradores.
Das 181 pessoas que se submeteram às análises médicas, 75% residem no bairro e o restante freqüenta o local nos fins de semana. Eles ficaram expostos à contaminação por tempo médio de oito anos, aponta o relatório.
 O documento revela que;
■ dos 166 moradores submetidos a exames clínicos complementares, 88, ou 53%, apresentam quadro de contaminação crônica.
■entre as crianças, a porcentagem é de 56%, ou 27 das 49 examinadas.
Segundo a equipe, outros 15 moradores ainda farão os exames complementares.

Os exames revelaram:
■contaminação por níveis acima do recomendado de BHC, heptaclor, aldrin, endrin, endusulfan e de DDT.
■metais pesados em níveis superiores aos recomendados; chumbo, cobre, zinco, alumínio, cádmio, arsênico e manganês .
As análises médicas revelaram ainda que 144 pessoas têm pelo menos um metal no sangue além dos índices aceitos como normais, 76 apresentam pelo menos um organoclorado, 64 têm no mínimo um organoclorado e um metal e 25 possuem no organismo mais de quatro produtos tóxicos.

DOENÇAS
O relatório aponta:
■Incidência de tumores hepáticos e de tireóide, benignos e malignos,
■Alterações neurológicas típicas de exposição aos drins,
■Alto índice de dermatoses (50%),
■Rinites alérgicas (58%)
■Disfunções gastrointestinais, pulmonares e hepáticas (26%).
Ainda segundo o documento, 35% das crianças apresentam distúrbios neurocomportamentais que podem, inclusive, afetar sua capacidade de aprendizado.
Os moradores vivem no bairro por períodos que variam de nove meses a 37 anos. Todos deverão ser removidos, conforme conclusão dos médicos
Na conclusão, os dois médicos que assinam o laudo, a sanitarista Claudia Guerreiro e o toxicologista Igor Vassilieff, afirmam que a fonte contaminadora ainda é presente no local, expondo os moradores a perigo.

MINISTÉRIO PÚBLICO
Uma cópia do relatório foi entregue ao Ministério Público e outra à Shell Brasil. A empresa pediu prazo de 15 dias para analisar o relatório e decidir sobre a necessidade de remoção das famílias.

SHELL CONTESTA CONCLUSÕES DO RELATÓRIO FINAL
A Shell Brasil S.A. contestou, por meio de nota oficial, o relatório final divulgado pela Prefeitura de Paulínia sobre a saúde dos moradores do Recanto dos Pássaros. Para a multinacional, o relatório não tem consistência científica.
A empresa contratou uma equipe médica especializada para avaliar o documento. A Shell informou que a avaliação do documento foi prejudicada pela falta de suporte técnico para as conclusões apresentadas pela Prefeitura de Paulínia.

REMOÇÃO DE MORADORES DE BAIRRO
A Prefeitura de Paulínia, o Ministério Público e autoridades locais começam a discutir a remoção dos moradores do bairro Recanto dos Pássaros.
O Ministério Público aguardava a conclusão das análises encomendadas pela prefeitura para dar um encaminhamento ao inquérito civil que cuida da saúde dos moradores do bairro.
Segundo o diretor da Procuradoria Jurídica da Prefeitura de Paulínia (17 km de Campinas), Washington Carlos Ribeiro Rocha, o Executivo já está traçando um plano de remoção.
A retirada dos moradores é apontada pelo relatório elaborado pela equipe médica da prefeitura como condição número um para o início do tratamento contra a intoxicação por drins e metais pesados.

REMOÇÃO DE MORADORES CAUSA DIVERGÊNCIA ENTRE A PREFEITURA E A SHELL
A divulgação do relatório sobre a saúde dos moradores do bairro Recanto dos Pássaros, em Paulínia, área que teria sido contaminada pela Shell Brasil, gerou um impasse entre a prefeitura e a empresa sobre a necessidade de remoção da população do local.
A vice-presidente da divisão química da Shell Brasil, Maria Lúcia Pinheiro, descartou a possibilidade de remover os moradores do bairro.
Já a equipe médica da prefeitura afirma que os moradores devem deixar a área, pois estão expostos à contaminação. A falta de consenso entre o poder público municipal e a multinacional holandesa deve acarretar em ações judiciais de ambas as partes.

CONTESTAÇÃO
A Shell voltou a contestar os dados apresentados pela equipe médica da prefeitura e qualificou o documento de insuficiente.
"Faltam informações básicas nesse relatório, que é desprovido de comprovação científica", disse o médico toxicologista contratado pela Shell, Flávio Zambrone.
O diretor da Procuradoria Jurídica Municipal, Washington Carlos Ribeiro Rocha, disse que a prefeitura vai retirar os moradores, caso a Shell não o faça.
"Qualquer custo que a municipalidade tiver com relação aos moradores será cobrado na Justiça", afirmou o advogado. Segundo ele, a decisão da Shell de contestar na Justiça ainda não foi comunicada à prefeitura.

PARA EMPRESA, CONTAMINAÇÃO NÃO CAUSA PROBLEMA À SAÚDE
A Shell informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que não comentará a ação civil pública enquanto não for notificada pela Promotoria.
A multinacional afirmou que os índices de contaminação apresentados pela Prefeitura de Paulínia não causam problemas à saúde dos moradores.
Flávio Zambrone, médico toxicologista contratado pela Shell, disse que não teve acesso aos exames feitos a pedido da prefeitura.
Zambrone voltou a afirmar que o laudo da prefeitura não tem embasamento científico. Ele disse que é impossível encontrar Aldrin no sangue sem encontrar Dieldrin, que é seu metabólico.
"Ter algum tipo de substância no sangue não significa estar intoxicado", afirmou. Segundo ele, os valores apontados no relatório não justificam a remoção.
Ele disse que, das 159 pessoas avaliadas pela Shell, 16 estão fazendo acompanhamentos clínicos. "Precisamos descartar as doenças comuns", afirmou.
Zambrone disse que a empresa nunca negou que as pessoas examinadas possuem substâncias tóxicas no organismo.
De acordo com ele, "os índices são baixos e existem trabalhos, fora do Brasil, que indicam uma contaminação 20 vezes maior e que não foram removidas dos locais onde moram".

FAMÍLIA ESTÁ CONTAMINADA
A Secretaria da Saúde de Paulínia entregou à família do comerciante Primo Nalotto Neto, 39, o resultado dos exames clínicos e laboratoriais que foram feitos pelo Ceatox.
A família foi a primeira a ser convocada, porque mora na chácara mais próxima à antiga fábrica da Shell. A chácara fica a apenas 15 metros da área da empresa.
O teor dos laudos indica que três das quatro pessoas de sua família têm problemas de saúde, supostamente ligados à exposição por drins e metais pesados.
Os resultados dos exames clínicos constataram:
■doença irreversível no fígado e vai se submeter a uma biopsia  (marido)
■tumor na tireóide (mulher)
■concentrações de metais e organoclorados no organismo, mas não foram identificadas alterações de saúde (filho de 8 anos).
Além de terem sido detectados Aldrin, heptacloro e DDD (pesticidas organoclorados), o exame mostrou que a criança tem 1,77 microgramas por decilitro de arsênico no sangue.
O índice ocupacional (taxa apresentada por pessoas que trabalham com produtos químicos) para esse metal é de 0,77 microgramas por decilitro.
Segundo a médica da prefeitura Cláudia Regina Guerreiro, os sintomas apresentados pelas famílias estão ligados à exposição por drins e metais pesados.
"Descartamos a relação das doenças apresentadas a qualquer fator ligado ao alcoolismo, cigarro e outras causas", afirmou Cláudia.
A médica disse que vai pedir a realização de uma biopsia do tecido gorduroso do comerciante, da mulher e do filho dele.
O médico toxicologista contratado pela Shell, Flávio Zambrone, preferiu não falar sobre as doenças apresentadas pelos membros da família Nalotto, pois não teve acesso ao resultado.
Ele disse também que é impossível encontrar Aldrin no sangue sem encontrar Dieldrin (outro tipo de pesticida organoclorado), que é seu metabólico.
"Ter algum tipo de substância no sangue não significa estar intoxicado", afirmou Zambrone.

SHELL ADMITE COMPRAR LOTES CONTAMINADOS
A Shell Brasil anunciou que vai propor a compra das chácaras dos moradores do bairro Recanto dos Pássaros, em Paulínia, e vai disponibilizar especialistas para explicar o resultado dos exames de saúde.
É a primeira vez que a multinacional se propõe a negociar a compra com os moradores.
O anúncio foi feito um dia após a Secretaria Municipal da Saúde entregar o primeiro resultado dos exames que apontam contaminação em três dos quatro membros da família do comerciante Primo Nalotto Neto, 39, e depois da decisão da Promotoria de Paulínia de entrar com uma ação civil pública pedindo a remoção dos moradores do local contaminado.
A empresa, que fabricou pesticidas entre 74 e 93 em Paulínia e se autodenunciou, em 94, por contaminar a água e solo do bairro, estuda processar a prefeitura e os médicos toxicologistas Claudia Guerreiro e Igor Vassilieff.

TOXICOLOGISTA DIZ NÃO TEMER UMA AÇÃO JUDICIAL
O médico toxicologista contratado pela Prefeitura de Paulínia, Igor Vassilieff, disse que está tranquilo e que não teme uma ação judicial.
"Não recebi nenhuma informação da empresa nem da Justiça sobre isso, mas não tenho dúvidas sobre os resultados que divulgamos", afirmou o toxicologista.
Presidente da Associação Brasileira de Toxicologia, Vassilieff disse que não vê motivos para a Shell Brasil contestar o relatório sobre a saúde dos moradores do bairro Recanto dos Pássaros.
Vassilieff e a médica da prefeitura Claudia Regina Guerreiro assinam o documento que indica a intoxicação crônica daquela população.
De acordo com o toxicologista, os laudos laboratoriais apontando alterações hepáticas, por exemplo, confirmam todas as suas análises clínicas.
Os testes para detectar a presença de metais pesados e drins (pesticidas organoclorados) no organismo daqueles moradores foram realizados pelo Ceatox (Centro de Análises Toxicológicas), da Unesp (Universidade Estadual Paulista) de Botucatu (SP).

MAIS 7 MORADORES RECEBEM EXAMES
A Secretaria Municipal da Saúde de Paulínia entregou os resultados dos exames de mais sete moradores do bairro Recanto dos Pássaros.
O pedreiro Washington Bueno, recebeu o laudo apontando intoxicação crônica em seus dois filhos, de um e três anos.
O garoto J.B., 1, tem seis contaminantes no sangue -heptacloro, DDD, DDT, arsênico, manganês e alumínio- em níveis acima do permitido, segundo o exame.
A menina, A.M.B., 3, apresentou cinco substâncias tóxicas no sangue, entre elas o Aldrin (0,08 microgramas/litro) e o heptacloro (0,03 microgramas/litro). Ela também apresenta chumbo, alumínio e manganês, também em doses consideradas "altas" para uma criança.
Devido à intoxicação crônica, as duas crianças serão submetidas a tratamentos para eliminar as substâncias do organismo.
A menina, que apresenta distúrbios neurocomportamentais, vai receber um tratamento específico, segundo o médico toxicologista Igor Vassilieff.
O presidente da associação de moradores do bairro, Vicente de Paulo Souza, e a família dele também receberam o resultado dos exames. O filho G.P.S., 10, apresentou apenas arsênico no sangue. A mulher, que vai à chácara no bairro apenas nos finais de semana, tem 0,03 microgramas/litro de Aldrin no sangue.
Souza disse que terá de fazer exames complementares, mas respirou aliviado ao saber que a alteração que apresenta no fígado tem cura.

SHELL EXCLUI EXAME DE PESTICIDA EM PAULÍNIA
A Shell Brasil excluiu da lista de exames que patrocinou a verificação da presença do pesticida Aldrin no sangue dos moradores. A substância tóxica foi formulada exclusivamente pela multinacional até 1990, para exportação.
A empresa justifica a não-realização do exame alegando que o produto se metaboliza rapidamente no organismo humano, mas segundo especialistas afirmam que a substância pode ficar até 167 dias no corpo.
Para quatro especialistas, entre eles os médicos contratados pela prefeitura, a presença do produto deveria ter sido analisada, uma vez que, metabolizado rapidamente no organismo, apontaria uma contaminação recente.
O primeiro relatório de saúde dos moradores feito pela Prefeitura de Paulínia indica a presença de Aldrin em 20 (11%) das 181 pessoas analisadas. Os exames de sangue foram feitos no Ceatox (Centro de Análises Toxicológicas) da Unesp de Botucatu (SP).
A empresa fez exames em 159 pessoas, por meio do laboratório norte-americano ABC, de só três pesticidas organoclorados: Dieldrin, Endrin e Heptacloro. A prefeitura pagou a avaliação de 17 organoclorados. Do total de pessoas examinadas, só 30 foram avaliadas pela Shell e pela prefeitura.
Segundo a especialista em toxicologia do CIT-RS (Centro de Informação Toxicológica) Izabela Lucchese Gavioli, o Aldrin pode levar de 50 a 167 dias para ser metabolizado. Ela diz que a substância aponta a freqüente exposição ao contaminante. "A primeira medida a ser adotada quando se detecta intoxicação crônica por Aldrin é remover a pessoa da fonte de contaminação."
Segundo o toxicologista contratado pela prefeitura Igor Vassilieff, a literatura médica mostra que o Aldrin leva, no mínimo, 30 dias para se metabolizar. Após esse tempo, é depositado na gordura na forma de Dieldrin.
Os efeitos na saúde dos dois produtos são os mesmos, segundo a médica sanitarista da prefeitura Cláudia Regina Guerreiro.
"A diferença é que o Aldrin, até se metabolizar, fica na corrente sanguínea e indica que a pessoa contaminada ainda está exposta a essa substância", disse Cláudia.
Segundo o Serviço de Toxicologia de Minas Gerais, o Aldrin é uma substância tóxica muito persistente, e "a melhor forma de evitar a contaminação é retirar as pessoas da exposição."
O laudo da Secretaria Municipal da Saúde de Paulínia é contestado pela Shell Brasil. Para o médico toxicologista contratado pela empresa Flávio Zambrone, o teste laboratorial para Aldrin não foi feito porque a substância se metaboliza rapidamente no organismo, transformando-se em Dieldrin.
Segundo ele, o processo de transformação começa em um intervalo de duas a quatro horas após contato com o produto. "É impossível achar Aldrin e não encontrar Dieldrin. Se o Aldrin demora esse tempo todo [167 dias] no organismo, duas horas depois existirão os dois compostos."
Mas ele confirma que o equipamento usado para fazer os testes "consegue ler o Aldrin".
No Brasil, o uso de pesticidas organoclorados foi limitado pela portaria 329, de 2 de setembro de 85, permitindo sua utilização apenas no controle a formigas (Aldrin) e em campanhas de saúde pública (DDT e BHC).
O promotor de Justiça Jorge Alberto Mamede afirmou que a presença de Aldrin demonstra que houve contaminação dos moradores há pelo menos 120 dias.

MORADOR DE PAULÍNIA FARÁ NOVOS EXAMES
A Secretaria Municipal da Saúde de Paulínia vai pedir a realização de biopsia para os 20 moradores do bairro Recanto dos Pássaros que apresentaram o pesticida Aldrin no sangue, para quantificar o nível de Dieldrin acumulado no organismo deles. Segundo a médica sanitarista da Prefeitura de Paulínia Claudia Regina Guerreiro, o exame do tecido gorduroso também será pedido para outros moradores que apresentaram doenças como tumores e lipomas -tipo de tumor benigno, formado pela proliferação de células gordurosas.
Claudia não soube precisar quantos dos 181 moradores avaliados pela prefeitura deverão se submeter à biopsia. "Nós queríamos evitar submetê-los a um procedimento agressivo, porém, acho necessário para respaldá-los no processo judicial que cada um pretende abrir individualmente contra a Shell."
Segundo o toxicologista contratado pela prefeitura Igor Vassilieff, a literatura médica mostra que o Aldrin leva, no mínimo, 30 dias para se metabolizar. Após esse tempo, é depositado na gordura na forma de Dieldrin. 

SHELL COMEÇA A NEGOCIAR COMPRA DE CHÁCARAS EM ÁREAS CONTAMINADAS
A Shell se reúne com os moradores para dar início às negociações sobre a compra das chácaras que estão na área contaminada pela empresa.
Segundo documento entregue pela associação de moradores do bairro, há três meses, na Prefeitura de Paulínia, 47 proprietários querem vender suas chácaras. O bairro tem 66 lotes.
De acordo com o advogado dos moradores, Waldir Tolentino de Freitas, pelo menos 12 chácaras foram avaliadas por um consultor de imóveis.
O valor estimado das propriedades varia, segundo Tolentino, de R$ 100 mil a R$ 300 mil.
Para adquirir todas as chácaras, a Shell teria de desembolsar, em média, R$ 13,2 milhões. Esse montante seria resultado da multiplicação do número de chácaras pela média entre o valor mínimo e o valor máximo de cada propriedade.

SHELL FAZ PROPOSTA PARA TERRENOS
A Shell Química do Brasil vai apresentar o cronograma para a compra das chácaras do bairro Recanto dos Pássaros, em Paulínia, contaminado pela empresa por organoclorados nas décadas de 70 e 80.Os moradores querem agilidade no processo. Caso a proposta da empresa não os agrade, eles prometem entrar com uma ação cautelar exigindo que a Shell remova os moradores do bairro e custeie o tratamento das famílias contaminadas.

ENTIDADE CONTESTA LAUDO SOBRE CONTAMINAÇÃO EM PAULÍNIA
A diretoria da Associação Grupo de Analistas de Resíduos de Pesticidas (Garp) divulgou parecer técnico contestando o laudo da prefeitura de Paulínia sobre os moradores do bairro Recanto dos Pássaros, que teria sido contaminado por pesticidas fabricados pela Shell. O parecer foi emitido a pedido da Shell.
O laudo da prefeitura, assinado pela sanitarista Cláudia Guerreiro e pelo toxicologista Igor Vassilieff, indica que 86% dos 181 moradores examinados apresentam contaminação. Indica, ainda, que há casos de doenças graves, como tumores.
As conclusões do Garp são parecidas com as do toxicologista Flávio Zambrone, consultor da Shell. Os técnicos consideram o relatório não conclusivo.
Apontam equívocos na quantificação dos resíduos e questionam a detecção da substância aldrin na ausência de dieldrin, algo "particularmente duvidoso".
Zambrone explicou que, após a "polêmica" com a prefeitura, a Shell encaminhou o laudo a várias instituições. O Garp é formado por cem associados de empresas e instituições como o Instituto Adolfo Lutz, as Universidades de São Paulo (USP) e Estadual de Campinas (Unicamp).
Vassilieff alegou que a contaminação foi detectada em exames e análises clínicas. "Achamos dieldrin nos moradores contaminados com aldrin, mas em valores baixos, que não quantificamos."

SECRETARIA ESTADUAL DA SAÚDE CONFIRMA CONTAMINAÇÃO CRÔNICA
A Secretaria de Estado da Saúde confirmou o relatório sobre a saúde dos moradores do bairro Recanto dos Pássaros, elaborado pela Prefeitura de Paulínia (17 km de Campinas), que apontou a contaminação crônica de 88 das 181 pessoas avaliadas.
Segundo o diretor-substituto da Vigilância Sanitária estadual, Elizeu Diniz, uma análise técnica da Vigilância Epidemiológica, da Vigilância Sanitária e do Instituto Adolfo Lutz confirmou a necessidade de remoção urgente dos moradores do local.
Os moradores foram submetidos a exames de sangue, cuja análise foi feita no Ceatox (Centro de Análises Toxicológicas), da Unesp (Universidade Estadual Paulista) de Botucatu (SP).
"A Shell é réu confessa da contaminação ambiental e tem de tirar aquela população da área contaminada", disse Diniz.
O diretor-substituto afirmou que o CVS (Centro de Vigilância Sanitária) do Estado está acompanhando o estado de saúde dos moradores do Recanto dos Pássaros. "Temos de fazer esse trabalho de prevenção", declarou.
O relatório do governo estadual foi enviado à Prefeitura de Paulínia no último dia 3 de setembro de 2001, por meio de um ofício assinado pelo secretário de Estado da Saúde, José da Silva Guedes.
O resultado do relatório da Prefeitura de Paulínia, assinado pelos médicos Claudia Guerreiro e Igor Vassilieff, foi divulgado no dia 22 de agosto. No dia de sua divulgação, os médicos afirmaram que os moradores teriam de deixar a área em 30 dias.
A Shell informou, em nota oficial, que desconhece "as bases utilizadas para as conclusões apresentadas no documento da Secretaria de Estado da Saúde". A empresa voltou a dizer que os resultados dos exames de sangue de 159 moradores e ex-moradores daquele bairro, feitos nos laboratórios Fleury e ABC Laboratories, mostram que não foram encontradas as substâncias químicas denominadas drins.
A multinacional também disse novamente que o relatório de saúde realizado pela prefeitura é inconsistente tecnicamente.
A empresa informou ainda que estabeleceu um convênio com o hospital Israelita Albert Einstein para avaliar a saúde dos moradores. O exame é gratuito.

FUNCIONÁRIOS DA BASF PASSAM POR EXAMES MÉDICOS
A empresa de produtos químicos Basf S.A. anunciou que submeterá seus 205 funcionários a exames médicos para constatar se há entre eles casos de contaminação por resíduos químicos. A empresa ocupa o terreno que abrigava a Shell Química do Brasil, no Recanto dos Pássaros. 
A Basf anunciou, em nota, que optou por realizar os exames porque há desencontro de informações sobre as análises médicas às quais foram submetidos os moradores do bairro. Os exames promovidos pela Shell não constataram contaminação e os da prefeitura indicaram alto índice de contaminados entre os moradores das 66 chácaras que formam o Recanto dos Pássaros.

SHELL BRASIL INICIA NEGOCIAÇÕES PARA COMPRAR CHÁCARAS CONTAMINADAS
A Shell Brasil realizou reunião com os moradores do bairro Recanto dos Pássaros, para dar início às negociações sobre a compra dos terrenos que margeiam a antiga fábrica de pesticidas da empresa na cidade.
A multinacional informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que está disposta a comprar todas as propriedades pelo valor de mercado.
De acordo com avaliações feitas em 12 das 66 chácaras do bairro, por um consultor contratado pela associação de moradores, o valor das propriedades varia de R$ 100 mil a R$ 300 mil.

 SHELL ESPERA HABITE-SE PARA COMPRAR CHÁCARAS
A venda das 66 propriedades localizadas no bairro Recanto dos Pássaros, em Paulínia. A Shell concordou em comprar as chácaras, mas a maioria dos moradores, que querem vendê-las, não tem o habite-se. Sem o documento, a empresa alegou que não pode concluir as negociações.

SHELL E BASF SÃO CONDENADAS POR CONTAMINAR TRABALHADORES NA PRODUÇÃO DE AGROTÓXICO EM PAULÍNIA
As empresas Shell e Basf terão de pagar planos de saúde vitalícios a trabalhadores expostos a riscos de contaminação na produção de agrotóxicos, conforme decisão da Justiça do Trabalho de Paulínia, interior de São Paulo, na região de Campinas, 11 de janeiro de 2009. O benefício se estende ainda a familiares dos empregados e prestadores de serviços que tiveram contato com a unidade de fabricação das empresas no bairro de Recanto dos Pássaros, no município. Em nota, a Shell disse que vai recorrer da decisão. Segundo a decisão, os planos de saúde não podem ter qualquer carência e devem ter abrangência nacional.

TST DISCUTE INDENIZAÇÃO BILIONÁRIA A TRABALHADORES CONTAMINADOS
Em 14 de Fevereiro de 2014, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) realizou audiência de conciliação entre representantes das empresas Basf e Shell e empregados. Eles discutiram a condenação por danos morais que chega a R$ 1 bilhão.
O processo judicial envolve centenas de trabalhadores que atuavam na indústria de pesticidas desde a década de 1970. A fábrica pertencia à Shell, que vendeu seus ativos à multinacional Cyanamid na década de 1990. Em seguida, o negócio passou para as mãos da Basf, que manteve a fábrica em funcionamento até 2002, quanto foi fechada pelo Ministério do Trabalho e Emprego.

TST CONCLUI ACORDO MILIONÁRIO COM SHELL E BASF
O TST (Tribunal Superior do Trabalho) concluiu, na manhã de segunda-feira,  8 de abril de 2013, o maior acordo da história da Justiça Trabalhista.
O acordo prevê que as empresas terão de desembolsar R$ 50 milhões para construir uma maternidade na cidade de Paulínia. Outros R$ 150 milhões serão doados pelas multinacionais para investimento no estudo das doenças sofridas pelos trabalhadores. O valor será dividido entre o Cerest (Centro de Referência em Saúde do Trabalhador) de Campinas e a Fundacentro, do Ministério do Trabalho.
Além dessas indenizações coletivas, há uma indenização individual por danos morais e  materiais, fixada em R$ 170 milhões. Esse valor representará um pagamento aproximado de R$ 180 mil por pessoa , valor a ser pago vai variar de acordo com critérios como tempo de trabalho.
Mais de mil ex-funcionários também terão direito a tratamento médico vitalício. Somadas as indenizações e os gastos com tratamento médico, o valor deve atingir cerca de R$ 500 milhões.
O valor vai ser pago pela Shell, que foi dona da fábrica até 2000, e pela Basf, que adquiriu a planta naquele ano e depois, em 2002, encerrou as atividades no local.
Fonte: Resumo das noticias publicadas na Folha de São Paulo e O Estado de São Paulo no período 17 de fevereiro de 2001 a  8 de abril de 2013

Comentário: O Acordo não beneficiou as famílias,  pois a empresa alega que a contaminação não atingiu moradores.
Dez anos depois de o local ter sido interditado pela Justiça e 61 das 66 propriedades terem sido adquiridas pela Basf/Shell, as famílias ainda esperam por tratamento e reparação pelos danos causados à saúde.
A maioria das pessoas já recebeu dinheiro para comprar outra casa, mas ninguém conseguiu ser indenizado na Justiça nem receber tratamento de saúde. Cerca de 290 pessoas moravam no bairro ao redor da fábrica. O local está fechado e cercado, com circulação restrita aos funcionários que trabalham na recuperação da área.
Exames indicam que os moradores foram contaminados por elementos organoclorados e metais pesados. Segundo a Shell entende que "a ocorrência de contaminação ambiental não impactou a saúde de pessoas". Ela explicou que não é possível afirmar que as alegadas queixas de doenças das pessoas resultaram do fato de elas terem morado próximo às antigas instalações da companhia em Paulínia.
De acordo com as pessoas que viviam no Recanto dos Pássaros, a única assistência dada pela Shell foi em relação à moradia, mas os custeios de saúde foram providenciados, inicialmente, pela Prefeitura de Paulínia que, por volta de três anos depois, parou de pagar o tratamento e os remédios.  

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